
DIFERENÇAS
Longos anos passaram
Ontem, a incerteza do amanhã,
Hoje, que certeza?
Hoje é o amanhã de ontem
Mas o amanhã, o que será?
O certo é que o ontem passou
Não mais voltará
A chance perdida não se devolverá
O que não foi feito, não foi feito por quê ?
Por medo? Receio? Covardia? Temor?
Ou não foi feito porque não foi, assim, sem motivo?
Que diferença faz?
Não foi e pronto!
A chance perdida, a frase não dita, o pensamento contrário, a irresignação,
Tudo não foi feito e não mais se fará
De quem é a culpa ?
Culpa de quê ?
Pela covardia?
Pelo medo?
Pelo temor?
Pelo receio?
O culpado é um só:
Ninguém!
Ninguém mandou ser covarde
Ninguém mandou ter medo
Ninguém mandou ter temor
Covardia por não dizer
Medo de pensar o contrário
Temor de pensar sozinho
De assumir o seu livre arbítrio
Faltou coragem pra ser simplesmente você...
Você que diz o que pensa
Você que sente o seu sentimento
Você que escolhe sozinho
Você que só importa a você...
Por que ser diferente?
O diferente é o igual diferente...
O diferente pensa igual aos outros
O diferente deseja igual aos outros
O diferente é curioso igual aos outros
O diferente sofre igual aos outros
O diferente se indigna igual aos outros...
Onde está a diferença ?
A diferença não há
Ele pensa que é diferente, sabendo que não é
Consome-se por saber que não é diferente e por viver como se o fosse...
Mas, quem é o melhor ou o pior?
Ninguém é melhor ou pior,
É apenas....diferente....
Wilson Soares Gama
Ah não sabia que Dr Wilson, meu nobre professor de faculdade, era tb poeta...rsrsr...vixi...que família poderosa!!! Aliás, sabia que ele era inteligente, responsável (como diziam todos na academia - um professor caxias...rsrs) e sobretudo humano. Parabéns a ele tb, indiretamente.
ResponderExcluirJá está adicionado nos meus favoritos e passarei por aqui sempre para deixar meu recadinho.
Beijos e sucesso sempre.
Muito bom o texto do Dr. Wilson. A vida é feita mesmo de paradoxos. Somos iguais, mas tão diferentes. Um abraço a você e a ele.
ResponderExcluirMe lembrou a musicalidade de "e agora josé?" de Drummond por essas repetições de palavras no começo dos versos (ex:Ninguém mandou ser covarde
ResponderExcluirNinguém mandou ter medo
Ninguém mandou ter temor) somada a insistência do eu lírico em inquirir-se do porquê das coisas, de se ter ou não feito algo, a maneira de Drummond no poema mencionado.