
Ahh... SE TUDO FOSSE SIMPLES COMO UMA UNHA
por Perácio Grilli Filho
Sempre ouvi minha mãe dizer que mente desocupada só pensa em coisas inúteis.
Comprovei isto dias atrás quando pegava uma pequena bolsa onde guardo alguns instrumentos para cortar unhas.
Sempre achei o ato de cortar unhas extremamente chato, além de ser um tanto quanto nojento. Quando posso, exerço toda a minha metrossexualidade e vou a uma manicure. Mas no caminho entre o sofá e o quarto comecei a fazer algumas elucubrações.
Poucas coisas no corpo crescem durante toda a vida, e todas incomodam. Barba, cabelo (de alguns..rsrs), unha.... Por que não o pênis?
Imagine todo dia você acordar e ele estar um pouco maior que ontem. E saber que até aquele encontro de sábado vai estar melhor.
Mas é lógico que, como com a unha, teríamos que ter alguns cuidados. E onde iríamos cuidar dele? Ora, na “peniscure”, onde mais?
Lá encontraríamos outros amigos, e ninguém iria ter vergonha de estar pelado no mesmo vestiário, pois, se está pequeno, é só uma questão de tempo.
Ao sentar, ou melhor, ao deitar, a “peniscure” iria perguntar: Como quer que apare, redondo ou quadrado? E você: “Quadrado, pois vou participar de uma festinha sadomasoquista sábado”.
Ao encontrar o Pedrão, velho amigo pegador, iria indagar sobre o que o levará até lá ou se era só manutenção, e ele certamente responderia: “Poxa, lembra da Juzinha? Num momento de feracidade quebrei a ponta...agora preciso acertar”.
Nas paredes vários pôsteres de nossos ícones, e é claro o maior deles: José Mojica Marins, o Zé do Caixão, que manteve seu membro sem cortar durante décadas, e só cortou porque estava fazendo uma curva para uma área um tanto quanto perigosa.
Não podemos nos esquecer da lista de serviços prestados pela “peniscure”. Francesinha, com a ponta da cabeça pintada de branco; Artístico, com algumas flores desenhadas, o que nos economizaria alguns ramalhes e algumas horas de conversa, pois era só chegar, botar pra fora e dizer: “Querida trouxe pra você, posso colocar no seu vasinho...”
Só parei de pensar essas coisas quando chegou a hora em que a “peniscure” disse: “...agora vamos lixar a ponta...”