sábado, 26 de dezembro de 2009

Não tenho mais cabeça

Perguntei à minha avó qual seria um bom tema para escrever após tantos dias sem postar um texto aqui no blog. Sua resposta: - Ah, eu não tenho mais cabeça para essas coisas! Pois bem. Como aqui não se perde nada (nem a preguiça), aproveitemos o que nos é surgido. Afinal, somos ou não somos vários os que não têm mais cabeça?

Por exemplo, aqui de São Paulo, de onde surgem essas mal traçadas linhas, já não tenho mais cabeça para o trânsito. Afora o atipismo destes dias natalinos onde os carros se trancaram nas casas dos que se foram, não houve dia dos dias em que aqui estou, que não precisei de hora e meia para percorrer metade de cem quilômetros... não tenho mais cabeça para o trânsito, mas mesmo sem cabeça, vivamos em trânsito, seja daqui pra acolá, seja de lá para cá.

Há quem não tem mais cabeça para as desilusões amorosas de uma vida em que aquilo que se experimentou fora pouco mais do que aquilo que se sonhou fosse o amor que se viesse viver.
Para não se falar dos que perdem a cabeça ainda antes da experimentação em volúpia do corpo desejado. Um impulso forte que impele aonde haja o destino que se quer desde o instante em que olhos e todos os sentidos pensam que serão um de agora à além... mas no fim não experimentam (quando experimentam ao menos se encontra uma razão).

Mais trágico é o destino de “Luíses”, “Joãos” e “Robespierres” que pela ambição de uns (poder, mulheres e mais poderes) viram-se sem cabeça, mas sem a chance de voltarem da “viagem” que se deixaram ir, já que não mais o pensar se foi além, mas do pescoço a cabeça deixaram-lhes sem.

E por falar em Natal


Falaria de Natal se ainda houvesse algo por dizer.
Do Natal nem sei se gosto. Se simboliza o nascimento de Cristo ou o início da vitória do Cristão, não é preciso que eu diga. São muitos os que dizem.
Mas depois de um ano inteiro o Natal chegou. Presentes se deram, felicitações se fizeram e glutões se encheram. Gostou-se do que se provou e sorriu-se do que se contou.
Agora é o Réveillon que nos espera, para logo após o Carnaval, Páscoa, aniversários e... Natal de novo, com o mesmo espírito natalino e, qual seja, o consumismo exacerbado e incontido e que tanto enche de contentamento os corações comerciantes.
Mas natal é bom (dizem). Então, bom natal.
E que, ao menos, lembremos do Cristo que nasceu, morreu e ressuscitou. Da Estrela que em Belém brilhou e dos anjos que desejaram Paz na Terra e aos homens de boa vontade.
E que estejamos todos aqui no nosso próximo natal.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Adivinhe o que é...


A leveza de um movimento lento, ritmado em alternâncias de momento, seja acima, seja abaixo.
O silêncio dos olhares, fixos em si e que se assistem à medida que sobem e descem acompanhados de um murmurar desconexo.
A violência do voltar de onde se partiu a consumir-se de um calor que se faz sentir de dentro, a cada novo (mas repetido) movimento.
A escuridão quebrada pelo raio da lua a trazer o vulto que se precisa ver e que revela a razão desse devaneio viril.
Um encontro mais que perfeito onde o que se recebe é propício ao que se dá e nessa troca vê a vida indo além.
A cumplicidade de uma adoração que se faça recíproca onde as almas se encontram a se tocar.
Um se revelar inocente (com “um que” de indecente) enquanto se esquece o que se era e abandona o que será.
Onde ao fim do que se começou a sensação se faz ainda melhor, mesmo que em meio à paz que só se sabe no depois.
Para que após todos os após, a convergência se faça vivida e sentida no reencontro dos que ainda não disseram “adeus”.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Psicografia de outra

Psicografia de outra

Fez-se como se queria ser
Uma escolha toda dela
Mulher meiga e bela
Aprendendo a viver.

Era algo que, no entanto,
Se fazia mais e mais sentido
Forte, intenso, doído
Mas todo cheio de encanto.

Uma vida assim particular
Inteiramente sentida
Solitariamente vivida
Mas sempre pronta a amar.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Amor é para todas as idades


Não havia barreiras. Não havia limites.
Se eram dois, como dois eram, queriam-se em um desejo intenso que se ia além.
Era um querer forte que de tão pungente, na ausência do outro fazia doente e no encontro de dois era mais que indecente... um indecente inocente. Não da inocência pueril que se perde na idade, mas a inocência do que não tem culpa. Era um para o outro sempre que eram os dois.
Enquanto se pediam ouviam a natureza se fazer mais forte. Natureza de gente, natureza da gente... a intensidade a olhos de censura parecia descabida, mas como em movimento de descida, deixava-se levar.
Não haveria rotina que os alcançasse e a vida era a prova mais precisa. Os anos lhes passava e o bem querer que muitos julgam se fazer ausente onde o tempo é passado e presente, lhes era o que ainda para sempre lhe seria: a mais terna e amável companhia.
Não era das primeiras vezes que se tinham, mas decerto não lhes seria a última. E se a idade lhes podia ser um fardo, a eles só era o deleitar nas lembranças de quando se começou, ou dos perdões que se perdoou e até dos carinhos recomeçados a cada novo recomeço.
Anos se passaram e nesses anos sempre queriam pensar se conhecerem, mas nunca o bastante. O novo dia sempre lhes nasceria e no seu encalço a noite os alcançaria, mas como dona de mistérios, sozinha não se permitiria. Viria repleta de nuances mais novas a se descobrirem a dois.
Se o primeiro ano foi bom, os que se seguiram até o vigésimo o foram também e os que lhes viriam (e vieram!) lhes melhorarão e serão melhores.
Sabem que se bastam um ao outro: um encaixe perfeito, qual acorde bem feito, que ao menor resvalar de um simples movimento feito em exato momento, faz da terra em céu se tornar.
E provam que o amor não tem idade, tampouco, prévia validade, desde que se queira viver a vida a se amar...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jesus: o verdadeiro mediador


I João, Capítulo 2

1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3 ¶ E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.

À medida que os anos passam, ao contrário do mundo se sentir mais próximo de Cristo que voltará, vê-se distante daquele Cristo que morreu. Essa distância que o separa de Deus abre espaço para o pecado. E o que é o pecado? O Pecado é o agir contra a vontade de Deus e se a aprendemos (porque Ele não a escondeu de nós) o fazemos quando meditamos na sua palavra de noite e de dia.
Ao contrário do que disse o poeta, Deus foi sim feito para que pensemos nEle, seja quando diante das maravilhas que Ele fez com suas mãos; o mundo que Ele criou, os livramentos por Ele proporcionados e, principalmente, no plano de salvação pelo qual Ele nos enviou seu único filho para que, como cordeiro imaculado, fosse levado ao sacrifício e morresse a morte que era nossa, para que nós vivêssemos uma vida que é Sua.
O pecado é da natureza do homem desde o Éden quando pecaram Eva e Adão. O inimigo de nossas almas a quem a Idade Média batizou Lúcifer e a Bíblia se refere a Satanás, diabo, rei de Tiro (Ezequiel 28), tem como objetivo levar os homens a viver uma vida de pecado, sendo que ele “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pedro, 5:8).
É fato que Deus não contempla o pecado e nem o admite, mas é ainda “mais fato” de que Ele ama o pecador e está sempre pronto a perdoá-lo, não importa a extensão desse pecado.
O excerto bíblico traz uma recomendação logo de início: não pecais! Entretanto, nascemos e morreremos pecadores. O que nós não podemos é nos deixar dominar pelo pecado e nem sentirmos prazer em viver pecando. Ora, quem vive uma vida de pecados não pode agradar a Deus.
Mas o que há de mais lindo: não importa a vida de pecado que você ou eu vivemos, há um Cristo que morreu na cruz para que, em nome do Seu sacrifício, alcancemos perdão junto a Deus e é Ele quem nos justifica perante o Pai.
São muitos que aprendem a rezar para quem interceda por seus pedidos junto a Deus. Há receitas para que determinado homem ou mulher que se crê, soube viver uma vida de santificação, valha-se disso para reforçando um desejo, tocar o coração de Deus para nossas causas. Não é o que Cristo mandou.
Não importa o tamanho da tua fé. Importante é que ela seja direcionada para quem tem o verdadeiro poder de te ajudar.
Após a morte todos os homens que creram em Deus e na palavra de Cristo têm o mesmo destino. Vão gozar as maravilhas que Deus tem preparado para seus justos. Não recolhem nossas orações e levam para Deus. Contudo, a Bíblia, esse livro maravilhoso e que nos revela as belezas de se viver a vontade de Deus, nos diz que há quem advogue por nós e que esse advogado é um só: Jesus Cristo o filho de Deus que morreu na cruz no Calvário, mas que ao terceiro dia ressuscitou e subiu aos céus para interceder por cada um de nós.
Jesus se fez homem como nós e provou que os homens podem viver uma vida de amor a Deus, deixou seu exemplo para que o sigamos e hoje é quem intercede por nós. Se fez em Cordeiro que tira o pecado do mundo e deixou claro que só Ele “é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai se não” por Ele (João 14:6).
Abramos nossos olhos e contemplemos não a cruz que mostra um Cristo sofrido, cheio de dores e humilhado pelos homens, mas sim, a Cruz vazia, símbolo da vitória dEle contra o diabo e que nós diz que o diabo pode tê-lo ferido o calcanhar, mas foi Ele quem lhe pisou a cabeça (Gênesis 3:15) e nos faz hoje “mais do que vencedores” porque Ele nos amou.
Se você precisa de perdão pelos teus pecados ou tem um desejo no teu coração que te fala forte, feche os teus olhos e peça para Deus e tudo quanto pedir, peça em nome de Jesus, porque só Ele é quem pode interceder por você perante Deus.
Creia e faça prova da maravilha que é o amor de Deus!

A inocência de quando se quer...


Se minhas palavras fossem mais que palavras
E por mais que seriam fossem feitas de gestos
Todos eles teriam o mesmo objetivo,
Invariavelmente a mesma intenção
Soariam suaves como teu beijo
E buscariam o toque da tua mão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


PASSADO DA MULHER AMADA

Teu passado me consome a alma
Toma-me de súbito e me invade as idéias
Terrível visão dos outros que estiveram contigo
Tento afastar-me dos pensamentos maus.

Oh! dor que não se entende como dói
Oh! dor que não devia nem doer
Mas que se desperta na lembrança simples
De quem lembra do que nada viu.

Chegam-me notícias no silêncio
Assaltam-me às madrugadas
Não sei se sou eu que as procuro
Ou se elas que procuram a mim.

Por que tiveste que ter um passado?
Por que simplesmente não fomos
Eu pra você, você pra mim
E a gente pelo amor?

Que torrente súbita é essa que quer levar-me?
Devaneio insano e forte que se acende em meu ser
Quisera não me importar esse tanto.
Quisera apenas me importar em viver,

Mas o agora tinha que se perder perto do antes?
O agora se quer deveria ser comparado ao antes
Se te amo é pelo que és e fazes no agora
Amo-te tanto que já nem cabe o “se” de antes.

Mas sei que ainda pensarei e doerá
E lamentarei não teres sido sempre só minha
E que nesse dia não esteja sozinho a me angustiar
Mas ao teu lado, pra que toda dor me ajudes passar.
maio/2007

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Hoje, amanhã... Talvez!


Qual seria o sentido do hoje se não houvesse o amanhã cheio da esperança do novo que virá?
Quem experimentaria a delícia da reconciliação se não houvesse o motivo tolo da briga?
De que nos valeria ter olhos se não houvesse a beleza que a eles se mostram (e mesmo aquelas que só eles vêem)? E quando vêem essa beleza podem se valer das palavras para que, cheias de sentimento, surjam para louvar o que se viu e de ver, se gostou...?
Captamos os momentos e vivemos experiências para esse aprendizado que não se interrompe e que se acostumou (ou nos acostumaram) a chamar de vida.
Mas da memória que acumulamos nessa vida, é certo que só nos serve quando guardamos em nós aquilo que tem tudo para ser inesquecível. E até isso é bom!
Bom, como é bom experimentar o novo que dá certo e o desconhecido que se mostra a realidade do anseio mais ideal.
E que venha a vida porque estaremos prontos ao que dela, por ela e para ela se fizer.

***Esse texto foi escrito durante a comemoração (excelente por sinal!) do aniversário da Ellen, esposa do Rômulo. Desde já me adianto nas escusasa por, durante a comemoração, ter me permitido essa abstração ao campo das idéias sem que conseguisse me conter à espera de um momento mais adequado....

domingo, 22 de novembro de 2009

O futuro de cada um de nós


Estamos todos com pressa de sermos alguma coisa. Nem bem sabemos o que queremos ser e já nos cobramos a nós mesmos para que sejamos logo se sabe lá o que. Afinal, quantas e quantos já não são algo muito antes de saberem que algo é que eles querem ser? Por que a gente não pode deixar para decidir o que quer ser depois que formos algo?
Na verdade, o que nos impede de vivermos felizes o nosso presente é justamente o medo de que sejamos fracassados no futuro. Mas também pudera, desde cedo somos bombardeados com toda uma série de perguntas feitas por pessoas que vivendo nesse mundo maluco de ter que ser algo, sempre querem saber o que nós queremos ser quando crescermos. E o pior é que se uma criança no alto de sua inocência e sinceridade se atreve a simplesmente responder – FELIZ! – corre sério risco de, se não for motivo de riso do seu interlocutor, ser repreendida como quem deve desde cedo já traçar o destino da sua vida.
E com tudo isso nós passamos a viver numa sociedade de jovens velhos que no fim das contas, parece não permitir que aquele que é realmente velho viva sua velhice ainda produzindo, mas que exige que ainda que ativo nos seus dias, se recolha preferencialmente à outra vida, para não onerar os jovens velhos e os bebês já maduros que se preparam pra tomar um lugar que, do jeito que anda, passará a ter prazo de duração ao seu ocupante. Daqui uns dias ninguém poderá passar mais de 05 anos num mesmo lugar.
Daí a pergunta que urge é: por que ainda ficam buscando mais e mais meios de se viver mais, se o que parece é que se espera que se viva cada vez menos?

domingo, 15 de novembro de 2009

UMA VIDA COM DEUS

UMA VIDA COM DEUS


É difícil deixar de acreditar que Deus ajuda sim e que de uma forma ou de outra ele coopera pelo bem dos que Ele ama. É aí que me pego pensando em Davi. Ele acreditava que Deus o ajudaria a vencer Golias e por isso o desafiou e sabia que ele não teria tempo pra mais do que uma pedra e mesmo crendo em Deus e que seria com aquele lançamento primeiro que ele mataria o gigante, ele pegou 05 pedras porque ele era humano, apesar de ser “o homem segundo o coração de Deus”, ele era homem e como homem tinha medo, porque confiar em Deus não é ser desprovido de medo, ter fé não é ter que ter certeza e não ter dúvidas.
E David pegou as 05 pedras e graças a Deus, acertou na primeira. Esse mesmo Davi que nunca saia pra uma batalha sem consultar a Deus primeiro e que quando saiu por conta foi humilhado
Cada qual naquilo que foi chamado, foi o recado de Samuel pra Saul quando ele disse: tem o senhor mais prazer em sacrifícios do que em que obedeçam a sua palavra? Melhor é obedecer que sacrificar. O prazer maior de Deus e os meus anos de vida e tudo quanto eu já vi acontecendo me fazem pensar e crer que o prazer dEle não está em levantarmos e reunirmos um pouco de força pra tolerar duas horas de um culto, mas de saber que nós tomamos nossas decisões na certeza de que - conforme Ele mesmo falou pra Josué - onde quer que tocarmos a planta dos nossos pés, ali será nosso e será abençoado; que conforme Ele falou para Abraão, onde nossas vistas alcançarem e os nossos sonhos chegarem, nós sabemos que Ele pode fazer acontecer. E não importa que o outro escolheu os campos verdes e você a terra deserta, porque até do deserto Deus é capaz de fazer brotar água e saciar o sedento, como fez com Hagar e Ismael.
Gosto quando Paulo fala que aprendeu tanto a ter abundância como a passar necessidade, porque nessas coisas e em todas as maneiras, ele aprendeu que poderia todas as coisas desde que sujeito à graça e ao amor daquele que o fortalece.
Um relacionamento íntimo com Deus não está nas privações a que você se sujeita, nem na quantidade de horas que você passa de joelhos, mas no quanto ele é verdadeiramente fundamental na sua vida como um todo e não só naquele momento.
É a confiança de que ainda que tudo esteja ruim, não há nada que não possa reverter e nisso nós temos o exemplo de Jó.
Ainda que não tenhamos a casa no Morumbi, temos aquilo que é nosso e quando nós nos dermos conta de que isso é bom, que é sorte nossa de tê-lo, e darmos graças a Deus pelo, que nós temos, ao invés de questionarmos o porquê de não termos algo melhor, aí nós estaremos entendendo o que Deus espera da gente, nada mais que gratidão.
Eu demorei pra entender o ditado que desde pequeno eu ouço da da minha avó: quem não agradece o pouco, o que dirá do muito? Eu pensava: mas no muito que eu vou agradecer, mas não é verdade, a gente acaba sempre querendo mais... e esquece de agradecer pelo que tem; pela roupa que veste ou pelo carro que anda enquanto tantos ficam no ponto de ônibus, na chuva. Pela carne que come, enquanto muitos não têm nem arroz.
E a tudo isso – e por tudo isso - devemos dar graças a Deus
Por podermos ir ao médico quando doentes sem precisarmos enfrentar filas nos corredores porque é uma condição que se temos, é graças a Deus e, a medida que aprendemos a agradecer o pouco, estaremos prontos para recebermos o muito.
Sendo Jesus o filho de Deus (ou menso um homem muito sábio como crêem alguns), ele deixou muitos ensinamentos simples: Deus não se importa com o tanto que você ora, nem com o tanto que você dá de oferta, nem se você dá o seu dízimo. O que importa para Deus é saber o quanto Ele é importante para mim, o quanto ele é importante para você. Ou não foi isso que ele quis saber de Abraão ao pedir o sacrifício de Isaque?
Abraão cria em Deus. Cria na promessa de que mesmo velho teria um filho de sua descendência se faria uma grande nação. Quando Deus lhe exige seu filho em sacrifício e ele o leva sem que levasse consigo nenhum cordeiro (prática da época) o fazia sempre crendo que no momento certo Deus providenciaria o animal a ser sacrificado e pouparia o sacrifício de seu filho, mas que, se não providenciasse, Deus traria Isaque dos mortos se preciso porque havia uma promessa, uma promessa de que ele seria o pai de uma grande nação e em romanos fala que dando glória a deus, Abraão foi se fortalecendo na fé.
E também não foi a toa que a oferta da viúva se destacou dentre a dos fariséus. Ela só tinha aquela moeda e foi aquela moeda que ela ofertou a Deus.
O segredo da verdadeira adoração a Deus, e isso é o que penso eu, é sermos verdadeiramente agradecidos e no mais veremos a resposta, afinal, a promessa que se fez foi para todos nós.
Então, se você tem plano e precisa de uma estratégia, faça como Davi: duvide, pergunte e você saberá.
Não há mal algum em se testar a Deus, porque essa é a melhor forma de aprender com Seu agir.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que não tem remédio...



A UNIBAN resolveu revogar a decisão que expulsava a aluna Geisy Arruda. Decisão sabia, ainda que tardia. Teria sido muito mais digno ter se evitado toda essa situação.
Em todo caso, o bom senso agradece.

domingo, 8 de novembro de 2009

Um Absurdo Chamado UNIBAN

UM ABSURDO CHAMADO UNIBAN


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Essa manhã acordei (ainda bem porque não tenho a menor pressa de que haja uma manhã em que eu não tenha mais chance de acordar) e, bastou o primeiro acesso à internet para me sentir completamente estarrecido. A Universidade Bandeirante (UNIBAN) anunciou a expulsão da aluna Geysi Arruda do seu quadro de acadêmicos e, para tanto, lançou na web um artigo intitulado "A educação se faz com atitude e não com complacência".
Em um primeiro momento, parece-me que não restou certo a quem quer que seja da sociedade em geral o que de fato aconteceu naquela fatídica noite no campus da faculdade em São Bernardo do Campo (por um acaso, cidade natal deste que vos escreve).
Mas me parece – e aqui sim me sinto certo – que a decisão da Instituição de Ensino (?!) se é que se pode chamar de atitude, foi das mais descabidas e desproporcionais.
Há que se considerar que se o nome da Instituição foi levado à qualquer grau de escândalo na mídia sensacionalista e de informação na mídia ética, foi culpa dos destemperados que se julgaram no “direito” de investir contra a estudante como animais selvagens em jejum que se deparam com um pedaço de carne fresca.
Se é que certos ambientes exigem certos recatos (e de fato há ambientes assim), nada justifica que em pleno século XXI aceitem-se medidas discriminadoras e que atribuem a culpa a uma única pessoa que, ao que me parece, foi mais vítima que agente. Guardadas as proporções, seria absolver o estuprador que alegue ter estuprado uma mulher porque a mesma usava roupas curtas que lhe atiçaram a libido, e condenar a estuprada a 10 anos de reclusão porque não se vestiu com recato suficiente. É um absurdo! É uma vergonha!
O que a Universidade fez foi atribuir à aluna toda a pecha de culpada e isso, repetindo um pensamento que já se pensava extinto dos melhores meios, no qual a mulher é a primeira a levar a culpa. E isso, feito em um ambiente onde os fatos sociais, onde as causas e seus efeitos deveriam ser absorvidos para que fossem discutidos, incentivando o senso crítico dos acadêmicos e não se fazendo intolerante a uma prática que, convenhamos, é mais do que comum.
O MEC e, aqui sim, as instituições de defesa dos direitos humanos devem agir com eficiência e até as últimas instâncias para defender os interesses dessa moça contra o que pode se tornar o início de uma campanha retrógrada de ataques às liberdades individuais, diante de pretextos de puritanismo e moralidade odiosos que em nada combinam com o Brasil.
E mais, se as faculdades fossem censurar com expulsão aquelas alunas que, seguras de seus atributos físicos não se constrangem em serem vistas, certamente teriam que fechar suas portas, seja porque destacar certos atributos não pode ser tido por amoral em uma sociedade em que o culto à beleza é cada vez mais freqüente (muitas seriam expulsas do ambiente acadêmico), seja porque os acadêmicos se fariam muito mais tristes em um ambiente dominado pelo rigor que lhes tira a beleza do meio. E, como diria Vinícius...
- “Que me desculpem as muito* feias, mas beleza é fundamental!” – e isso até mesmo no ambiente acadêmico.

*acrescentado às 21h29min de 12/11/2009, após precisa ponderação do Professor Bernardo Schmidt Penna

Legenda das fotos
1 - Churchil's lady (dama da igreja) - personagem de Dana Carvey em Saturday Night Live (80/90), achava que toda imoralidade é culpa do "Satã";
2 - Perpétua do Socorro - personagem da Novela Tieta, sempre questionando a "imoralidade da sua mãe";
3 - Dona Mariana - personagem da novela Paraíso, beata de igreja e, como toda beata, chata, muito chata;
4 - O grande Vinícius de Moraes, o maior de todos, aplaudindo a beleza e rindo das carolas...

Para o Pessoal do 8º período



Tratados Moldura



Ao longo do Semestre em Direito Internacional, estudamos, dentre outros tantos assuntos, o que diz respeito à classificação dos Tratados.
Já em um primeiro momento vimos que há as classificações mais comuns como a que leva em conta o número de partes envolvidas no tratado (Bilateral ou Multilateral/Coletivo), frisando sempre que a modalidade Tratado, até mesmo pelo seu aspecto “contratual”, não suporta que se fale em Tratado Unilateral, entretanto, admite que se fale em Ato Unilateral que, por seus termos, é sim admitido (basta que lembremos do caso que envolveu os testes nucleares da França em mar australiano, em que por ato unilateral a França se obrigou a encerrar os testes e, esse documento formal fora utilizado pela Austrália para cobrar a medida perante CIJ). Mas que se prossiga.
Os Tratados também podem ser classificados quanto ao tipo de procedimento utilizados para a sua conclusão, quando serão tidos por Tratados em forma simplificada ou de procedimento breve, ou Tratados em Estrito Senso ou de Procedimento Longo.
Por fim, os tratados serão Transitórios ou Permanentes, Tratados-lei ou Tratados-contratos e Tratados Abertos e/ou Tratados fechados.
Sobre essas formas de classificação dos tratados, esse pequeno texto quer se prestar a comentar, especificamente, sobre uma categoria de tratados multilaterais: os Tratados Guarda-chuva ou tratados moldura.
Essa modalidade de tratados foi criada e existe, basicamente, no chamado Direito Internacional do Meio Ambiente. Isso porque, em matérias ambientais, são corriqueiras as inúmeras mudanças a cada nova descoberta de espécimes da fauna, da flora e da própria atmosfera.
Como sabemos, o processo de alteração dos termos de um tratado é muito complexo já que exige a presença de todos os Estados-membros, além de contar com a unanimidade desses Estados sobre a matéria que se quer emendar. Com isso, não é forçoso se dizer que é muito mais fácil criar um novo tratado que emendar um já existente.
Foi tendo isso em mente, analisando ainda o progresso científico em relação a determinadas matérias, que se propôs que esse tratados estabelecessem as linhas mestras de determinada disciplina, sem que, contudo, estabelecessem as regras de operacionalidade (execução) que seriam, então, em cada caso concreto, estabelecidas pelos chamados “protocolos”, formas de tratados anexos.
Recebem esse nome (moldura ou guarda-chuva) porque funcionam como se fossem. É como o pintor que faz seu quadro apenas dentro do espaço reservado para a pintura. Não pode sair daqueles limites. Assim é o tratado moldura. Esse tratado coloca os meios e os limites no que concerne às regras internacionais sobre determinada matéria – em regra, ambiental, de modo que restará aos Estados, a posteriori, resolverem as questões específicas, sempre dentro de um espaço determinado pelo Tratado em questão. Ex.: Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (tratado moldura traduzido erroneamente pelo tradutor brasileiro) e Protocolo de Kyoto (tratado anexo que fica dentro da moldura da convenção quadro ou moldura).
PS.: ótimo tema para questões dissertativa na prova e tema certo para as questões objetivas...

sábado, 31 de outubro de 2009

Quando não nos reconhecemos em nós




É aquela clássica cena que já vimos em muitos filmes. O sujeito acorda, levanta-se da cama; olhos fechados pela preguiça matinal. Já no banheiro passa a água no rosto. Ainda curvado alcança a toalha próxima da pia e começa a enxugar seu rosto a medida que vai se endireitando e a câmera passa a focar seu reflexo no espelho. Resultado? Quando se olha no espelho, não é mais ele quem lhe surge, mas outro rosto qualquer. Gritos, desespero, maldições e mais gritos... quem é aquele que ele vê no espelho? Se é ele quem vê, não deveria ver-se a si e não a outro?

Certamente já vimos essa cena mais de uma vez. Soa sempre o absurdo. O cinema feito pastelão elevado à máxima potência. Quais as chances de se olhar no espelho e não se ver a si mesmo, mas antes, onde deveria estar você encontrar outro? Eu diria que são muitas!

Inevitavelmente, nos últimos tempos tenho pensado muito nisso e já há muito venho tentando escrever sobre o tema e a medida que faço essas introduções, confesso que não sei como o texto acabará, mas me pergunto: quando nos olhamos, será que nos reconhecemos?

Voltemos anos passados. Lembremo-nos dos sonhos sonhados e dos desejos mais íntimos; do futuro que nos planejamos e que muitas vezes à cumplicidade da lua e das estrelas assistimos como se fossem a certeza dos próximos capítulos que nos chegariam.

Todos nós em algum momento – de inocência ou não – nos imaginamos em algum lugar, fazendo alguma “coisa” e tendo sucesso. Nisso, representamos o nosso ideal de futuro. A nossa vida como ela deveria ser.

Só que a vida é uma sucessão de escolhas. Não é segredo que o que chegamos a ser é o resultado de nossas escolhas que, por sua vez, são moldadas pelas circunstâncias a que nos temos que nos sujeitar.

Mas não consigo me conformar que a conseqüência natural da existência esteja em não ser quem se quis ser. Não consigo imaginar que uma vida que se mostra a prova mais irrefutável da seleção natural (em que os fortes se sobrepujam aos fracos), admita que haja um conformismo em relação ao que não se foi; um contentamento idiota com o que se está sendo quando o que se é, é tudo aquilo que não se pensou, e pra pior.

Porque se for, os sonhos deveriam ser evitados. Não se deveria almejar um futuro que certamente não terá.

Mas é estranho! É estranho quando vejo que muito do que imaginei que seria me era possível, mas que nessa estrada fiz escolhas que me distanciaram daquilo que ao menos pensei que eu era, escolhas que me acompanharão pelo resto dos dias em que eu for o que venha a ser, pois o momento, agora, já é precluso.

E ainda que reencontre um caminho que me parece cada vez mais distante, não haverá quem me devolva o momento que ficou no longe e os dias em que fui esse que, ao se olhar no espelho, não se enxerga a si, mas só a triste conseqüência do que, pobremente, chegou a ser.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lembranças de minha infância


Lembranças de minha infância

O trem de minha infância
É o que guardo na lembrança
Um tic-tac à mesma hora
Se afastando contra a aurora.

Ao som do trem, grande ainda me vejo
Garoto pequeno e risonho
Pronto pra no meio do seu sonho
Sonhar com o trem que já não vejo.

O trem desperta minha lembrança
Faz meu mundo recordar
De mim criança na varanda
Vendo o trem a viajar.

E no barulho desse trem
Qual relógio que não se atrasa
Sentir querer, por um momento,
Tornar de volta à minha casa.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quando não se tem idéias...

Esse texto foi graças a idéia da Regi que também não tinha idéia



A folha em branco





A folha em branco é uma grande aventura.
A folha em branco é a possibilidade do tudo. Ainda que no seu corpo não haja nada.
É na folha em branco que se pode criar heróis, vilões, mocinhos, mocinhas, amantes, bobões...
A folha em branco é a vida que ainda não aconteceu.
Mas e quando se quer escrever, mas não há nada que se consiga escrever? Não há nada em que se consiga pensar?
É mais ou menos como eu me sinto agora. Queria tanto me sentir em condições de dizer alguma coisa, mas assalta-me a certeza sinistra de que na verdade não sei de nada. Não me surge nada. E na minha folha onde poderia haver tudo, até agora não há rigorosamente nada.
Uso então suas linhas – também brancas – para traduzir os pensamentos que penso nesse momento em que escrever me é difícil.
- O que penso eu? Será que sou tão livre em mim mesmo a ponto de tornar público meus medos que me fazem conseqüência errante do que sou?
Queria escrever que sou feliz e não sei o que é ser triste. Queria escrever que me sinto alegre em toda manhã de sol e disposto ainda que em manhã de chuva. Mas não... a realidade não poderia ser mais inversa.
Mas tenho que me congratular com a vida que levo (ou que talvez me leve) já que encontro na vida muito mais do que muitas vezes mereça – ainda que me tenha em alta conta!
Então escrevo uma homenagem aos amigos que tanto gosto e às companhias que tanto prezo. São eles (são vocês) que tem o dom de tornar o dia triste, mais alegre; a perspectiva nula em certeza contente. É ainda por causa de vocês que sei a beleza do significado do sorriso, que tanto me alegra quando os vejo sorrir.
Haveria sem dúvida muito mais a se dizer. Como são muitos os que quero aqui homenagear e que homenageados se sintam.
Se a folha em branco é a vida que ainda não aconteceu, sei que a nossa vai acontecendo. Como acontece essa folha em branco que ainda a pouco não era mais do que o que viria a ser.
Que as linhas das minhas sejam traçadas onde se façam presentes as dos que me queiram bem.
E a folha vai acontecendo, onde o branco nada mais é que a vida a se fazer...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

HERÓIS E JOSÉS

Mantendo a linha dos textos antigos que são republicados, esse texto é de 2007 e chegou a ser publicado na Tribuna Popular de Cacoal


HERÓIS E JOSÉS


Por que para os heróis dos quadrinhos (que agora são do cinema) tudo parece ser tão mais fácil? Por que não nascemos todos com super-poderes? Visão de Raio-X? Peito de aço? Escalar paredes com a ponta dos dedos e ir pulando de prédio em prédio com uma corda que sai de dentro da nossa mão? Isso sem falar naqueles que viajam no tempo, voam e ainda lêem as mentes.
Mas nós, meros seres humanos, não temos essa prerrogativa. Nós precisamos lutar por aquilo que desejamos. Precisamos correr atrás até alcançar e não adianta nada esperar acontecer, se nós não fizermos, não farão por nós. A vida para nós humanos é bem mais difícil.
Se não bastassem as cobranças que fazemos de nós mesmos, o mundo todo parece cobrar algo da gente. Não podemos nos dar ao luxo de pensar duas vezes, porque quem pensa duas vezes é considerado acomodado. Fazer planos? Isso é só para as férias. Pelo jeito, para a maior parte das pessoas a vida não se planeja tão bem quanto se planejam as férias. A vida se vive, as férias se gozam. Não deveria ser diferente? A vida se goza, nas férias se vive?
Vale a pena esperar por um Salvador da humanidade? O que esse Salvador pode querer em troca para ser o salvador? Porque não acho que exista quem quer que seja nesse mundo que faça qualquer coisa que seja, de graça. No certo qualquer um que se coloque à disposição da humanidade pra ser seu Salvador há de esperar reconhecimento, honras e glórias. A bela e simples idéia de fazer o bem sem olhar a quem passa longe das suas intenções. Tudo faz parte do plano puro e belo de receber os louros do louvor e da admiração de todos os seus salvados.
Quem há de nos socorrer quando nos vemos em meio a um mar de dúvidas e incertezas em relação ao nosso futuro? Até mesmo os super-heróis nas suas histórias têm as suas fraquezas, temores e inseguranças. Nós... nós os temos mais ainda. Ora, nós somos de verdade. Nossas inseguranças são por um futuro que não sabemos o que será e nem quando e se chegará, mas sabemos que temos que continuar vivendo, mesmo que muitas vezes a vontade seja outra.
Pois bem! E agora, José? A luz se apagou, o povo sumiu e a noite esfriou. Somos nós o José. É a nossa hora de acender a luz, achar o povo que foi embora e esperar pelo dia que não será frio. Não adianta contar com o herói Salvador que só existe nos livros, nos quadrinhos e nos filmes. O seu maior é herói, é você

sábado, 17 de outubro de 2009


Sonhei dos sonhos o mais lindo
Mais lindo porque no sonho vi você
Você que tanto gosto quando perto
Você em quem tanto penso quando aqui.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A EXPERIÊNCIA DA FÉ



A FÉ E A VONTADE DE DEUS

É da natureza humana a pressa em tudo quanto deseja. Definitivamente esperar não é fácil.
Não raras as vezes julgamos ter certeza daquilo que queremos e a essa certeza somam-se várias outras que querem nos fazer crer que sabemos exatamente como chegar no objetivo traçado.
Ledo engano...
Haverá quem julgue que o homem precise ser consciente da sua força para que essa força leve-o adiante; haverá, ainda, aqueles que dirão que o homem é o dono do seu destino e suas escolhas deverão refletir sempre o seu querer mais importante (quando não, imediato).
Mas não é.
A falibilidade da natureza humana é motivo suficiente para que se saiba que não é assim.
O homem, por mais que queira se bastar, não se basta. É por isso que busca o que lhe seja maior. E daí surge a fé.
A fé, segundo a Bíblia, é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Ótimo. Não vejo, mas creio (ao contrário do discípulo que sem que visse, não creu).
É simples, ao mesmo tempo em que é difícil.
A fé acaba sempre parecendo a desculpa da fraqueza. É comum que se pareça que aguardar no que não se vê é fácil porque evita que se enfrente uma situação muitas vezes impensável momentos antes que surgisse.
A fé é a desculpa dos fracos. – poderia dizer alguém que nunca tivesse experimentado a fé.
E mais uma vez estaria enganado.
A experiência da fé é das mais maravilhosas e como diz a seqüencia do texto bíblico, foi pela fé (e ainda é) que os antigos alcançaram testemunho.
Mas o que é ter fé? A fé é a certeza inabalável sobre qualquer fato?
Arrisco-me a dizer que não. A fé é confiança. É você temer, mas acreditar que qualquer temor será suprido por quem é maior do que você. É você chorar na certeza que há quem veja tuas lágrimas tendo o poder para transformá-la no mais expansivo sorriso.
Ou alguém acha que Noé enquanto construía sua arca nunca duvidou de que fosse chover? Ou Moisés sempre teve certeza que o mar se abriria ao meio e permaneceria aberto? Ou Davi, com 1,70m de altura achava que por suas próprias forças derrubaria um gigante de 2,92m e vestido de grande armadura?
Todos eles temeram. Davi acreditava em Deus, mas a história diz que pegou 05 pedras. Se a fé é a certeza, 01 única pedra deveria lhe bastar, mas se sentir falho é da natureza do homem, por mais fé que ele tenha em Deus.
Querer tudo de pressa vesus esperar.
Esperar é tão custoso. Queremos acreditar que quando confiamos em Deus qualquer espera é desnecessária, pois o Seu amor acelerará qualquer processo e Ele não deixará que nos angustiemos com o passar do tempo sem qualquer resposta.
Mas o tempo de Deus não é o nosso. E é Ele quem na mesma Bíblia, livro mais perfeito, que diz que Ele não tarda; e que mesmo que julguemos que Ele tarda, cabe que nós esperemos porque o tempo dEle é o perfeito, não o nosso.
Ter fé é saber esperar o tempo de Deus. É ter a consciência de que a vontade dEle é a perfeita para a nossa. Experimentar uma experiência com Deus é declarar de todo o coração que não somos nós quem vivemos, mas que é Ele quem vive em nós. Mas o que é isso? Isso é você dizer que não é tua vontade que interessa, mas a vontade dEle (seja feita a Tua vontade assim na terra, como no céu – lembra?)
Ninguém perde nada crendo que Deus é Deus. Se creres ele O será; se não creres, Ele continuará sendo. Não bastamos a nós mesmos e os momentos de dor provam-nos isso a todo o tempo. Mas há onde nos refugiarmos e onde podemos aprender uns com os outros. A Bíblia é o mapa perfeito e a receita ideal para as angústias da alma.
A experiência da fé é a razão das igrejas lotadas; de muitos rostos alegres ainda que tudo mostre que não há motivos para sorrir; é a razão da felicidade... e vale a pena.
Poderia relatar várias experiência vividas e testemunhadas, mas isso fica pra depois.
Mas convido você leitor, você leitora a que experimentem a tua fé e digam para Deus que os ensine a ter paciência e colocar a vontade dEle no lugar da tua vontade.
E esperem... esperem na certeza de que Ele os ouvirá.
Salmos 40
1
¶ [Salmo de Davi para o músico-mor] Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
2
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
3
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
4
Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira. (...)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Momento Nepotismo - Parte II

Se o Sarney pode, a gente também. Segue mais um texto do Sr. Meu Pai. Suas reflexões sobre o hoje e suas consequências amanhã.



A CONSEQUÊNCIA DO HOJE

Dizem que relembrar o passado é sofrer duas vezes. Nem sempre...
O passado às vezes revigora, às vezes nos faz lembrar de que podemos... às vezes nos faz lembrar o que sofremos...onde erramos...
É nos erros que aprendemos a valorizar as coisas a não valorizar outras que não merecem atenção...
O passado que atormenta é imutável. Não podemos mudar de hoje para trás, mas podemos nos perdoar quando fizemos o que hoje nos arrependemos de ter feito...
Se não nos arrependemos, não há o que perdoar, pois era (ainda que somente naquele momento do passado) o que era plausível fazer.
Não devemos nos culpar pelo passado. É como a palavra diz: “passado”. Não volta... Ficou para trás.
Se nos arrependemos, é simples, como não podemos mudar, ignoremos, deixemos lá atrás esquecido...
E o Hoje?
O Hoje é o momento em que podemos olhar para o passado e aprender. Momento de refletir sobre os erros, os acertos, pesá-los na balança. Momento de dizer se algo valeu ou não o sacrifício ou o risco. Momento de saber como é o hoje depois do ontem...
O passado é a nossa história e fomos nós que a escrevemos. Nada do que fizemos foi feito por nós sem que não tivéssemos tido oportunidade de não fazê-lo.
Fizemos mesmo assim, e agora? Agora vivemos o hoje das conseqüências positivas e/ou negativas...
Faltou coragem pra dizer “não farei”? A conseqüência certamente será negativa...
Faltou coragem pra fazer? Idem...
Sobrou coragem e fez? Parabéns pelo livre arbítrio.
Fez e se arrependeu? Que bom que aprendeu a não mais fazer...
Fez e não se arrepende? Continue fazendo. É bom, te faz se sentir bem...sentir bem por escolher o que acha que é bom!
O que realmente é bom não tem porque não ser feito.
Mas, e o Amanhã?
O Amanhã será o hoje depois de hoje...
O Amanhã será o que tiver de ser: muito provavelmente, a conseqüência do Hoje e não do passado...
O Amanhã não deve ser temido como o passado imutável. O Amanhã deve ser esperado com vontade de ser vivido duas vezes...
Viver o Amanhã é ser feliz duas vezes... É imaginar tudo de bom e sabendo que por ser “Amanhã” poderemos mudar pra não ser “passado”.
O Amanhã não nos assusta. Antes nos anima, nos dá força,nos dá esperança.
Não a esperança “que é a última que morre, mas morre”. Mas a esperança que não morre porque é para Amanhã, e o Amanhã nunca morre.
O Amanhã é nosso. Será o que quisermos que ele seja...
Somente há Um que pode redefinir o Amanhã que definimos. Se Ele quiser, resignemo-nos.
Ele é o Senhor do Amanhã...
Confie Nele...”e o mais, Ele fará”!
Simples assim...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Amor... Ah! O Amor...


Ah! O Amor...
Se aproxima sem ser convidado
Toma posse do que não lhe fora dado
E faz sofrer a quem antes era só de si.

Ah! Esse amor...
É quente quando amado
Doente se desprezado
É um viver pleno ainda que cheio de dor...

Dor de amor...
Tristeza que afronta
Que dói e faz de conta
Que é só mais uma fase que se passará.

Mas eis que chega de repente
Tomando conta da gente
E quando pensa que já se viveu
Surge vida nova, eterno apogeu.

E então se entende que é da vida
O encontro e a despedida
Pois já dizia o poetinha
Quem quase vive já morreu.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ser um vencedor

Esse Blog sonha com o dia em que aprenderá a fazer textos menos longos e que enfadonhem menos seus leitores - a quem desde já agradece as visitas - mas esse foi o contrário. É um texto longo cheio de reflexões sobre a vida e que pede vênia para que, uma vez publicado, seja lido por todos vocês. Grato.




SER UM VENCEDOR



Quero crer que já houve quem, assim como eu, usou (e ainda usa!) considerar o anseio por vencer na vida como uma vileza tirânica que pode se não cuidada, nos tornar como escravos de nós mesmos.
Sempre há aqueles que querem fazer crer que a vida é uma recorrente luta pela sobrevivência e que nós estamos condenados a viver uma realidade darwiniana onde ao menor sinal de desatenção, alguém mais forte, maior ou mais esperto – isso pra não dizer quando surge alguém que some as três qualidades – passa por cima de nossas cabeças sem que tenhamos sequer entendido o que nos atingiu.
Prova disso são as seções das livrarias com suas prateleiras cada vez mais recheadas dos livros chamados de “auto-ajuda”, cada qual com a sua própria receita de como alcançar o sucesso profissional, ou como conquistar o verdadeiro amor ou conviver com aquele chefe chato em apenas 10 passos.
A canção que falava da pureza da resposta das crianças sobre o que era a vida (bonita, bonita, bonita), também canta que somos nós que fazemos essa vida como der, ou puder e quiser.
Entretanto, nasce o novo dia e a cada dia novo o que se vê são pessoas buscando receitas nas quais pautarão suas vidas como se fossemos todos um só; como se individualidade tivesse sido simples teoria estudada e rechaçada por uma realidade muito mais concreta de que somos todos frutos de uma mesma árvore, água de uma mesma fonte e como tal, em nossos dias não há que se falar em diferenças.
E o mais assustador é que as idéias que insistem em persistir são aquelas que parecem transformar as relações interpessoais num fole de sanfona que a cada batida da música se fecha e se abre: ao mesmo tempo em que une o indivíduo numa única modalidade social, passa a incentivar um comportamento pró-ativo de sua parte onde – utilizando de meios que se se justificarão tão-somente concluída sua jornada na Terra – não se preocupa com o próximo (e a maioria se diz cristão), não enxergando no semelhante um irmão a abraçar, mas a todos olhos, um obstáculo a ser vencido.
E mais uma vez surge a idéia de vencer.
Quem estabeleceu que a vida tem que ser vivida como uma eterna competição? Como se estivéssemos todos numa arena onde gladiadores se digladiam e os vencedores, longe de colherem seus louros, ainda enfrentarão leões famintos e outros gladiadores descansados, que a cada nova luta surgem para lhes digladiar?
E se já é incrível acreditar que alguém definiu esse conceito de vida, mais incrível ainda, é pensar que outro alguém aceitou viver nesse “life-style” (é que dizem que o estilo de lá é melhor que o de cá).
A meu ver esse individualismo que acaba por definir nossos últimos dias é causa e conseqüência de tudo o que se fez e daquilo que ainda se fará. É custoso admitir que caminhamos em direção de um destino que se estampa negro; onde esse negro esconde a estampa que poderia ter coberto esse mesmo destino com toda uma sorte de cores mais alegres, vívidas, loquazes e felizes.
Proporia em outros tempos que fizéssemos um exercício de imaginarmos um mundo sem esse individualismo, sem essa cobrança por vitórias, essa cobrança onde um homem tem que ser sempre melhor que o outro, um mundo como sonharam vários sonhadores, um mundo onde os homens criados como iguais sejam tratados como iguais e vivam como iguais; onde se sentam à mesa uns com os outros, vivendo todos como um só. Convivendo não como quem busca a vantagem que poderá ser aferida desse contato, mas com a convicção que maior vantagem não há que vivermos todos uns pelos outros e nunca querendo sobrepujar nosso ideal ante o diferente.
Onde as diferenças naturais sejam encaradas não como defeitos ou falta de qualidades capazes de separar os homens, mas como a beleza de um mundo onde cada qual carrega sua própria beleza e que essa beleza é que faz de cada um de nós a mais bela obra de arte desse museu que se chama vida.
A vida foi feita para ser vivida de uma maneira leve. A vida não foi feita para que um seja melhor do que o outro, criando assim um vício onde sempre haverá alguém melhor do que alguém; onde o alvo será o próximo degrau após o último degrau.
Por que não se dar mais espaço pro amor? A que espaço fica relegado o amor na vida de nós seres humanos?
Quantas famílias sem familiares ou quantos lares sem seus pares, porque saíram todos para vencer?
Quantas crianças sem pai ou quantas esposas sem um marido, porque o mundo lhe exigiu um sacrifício de não assistir ao filho crescendo ou não amar a esposa a hora que amanhece ou já no anoitecer, tudo porque na vida se tem que vencer.
Onde é que está essa vitória? Quem já a conquistou nesse mundo? Ou seria a vitória o “conquistar o mundo”? Qual o preço a se pagar e quem é que paga esse preço?
Quantas e mais quantas são as pessoas que somente diante do inevitável é que, de uma hora pra outra, passam a realmente prestar atenção na sua vida, para só então perceberem que estão correndo em busca de sabe-se lá o que.
Quantos não são os que saem para vencer, mas não sabem o que é essa vitória. E então é que saindo pelos corredores de suas casas numa dessas noites em que a necessidade de conquistar vitórias leva embora pra bem longe o sono tão desejado, pegam-se passando pela porta entreaberta do quarto do filho e lá o vêem dormindo seu sono tranqüilo e dessa visão eis que surge a sensação imediata de que esse filho tem que ser protegido desse mundo injusto e que parece tão mal.
Esse mesmo que filho que nesse momento dorme descoberto e para o qual, primeiramente, o pai esticando seus braços lhe estende a coberta que o protegerá do frio e que com um afagar nos cabelos e um beijo na testa, incapazes de despertar aquele sono profundo, o pai volta a entender que se há algo na vida a se atribuir valor, não haverá nada maior do que a vitória que vence todo dia que se vive com amor.
O verdadeiro vitorioso não é o sobrevivente dessa ilha de pedra toda ela repleta de mistérios, onde uns em cima dos outros traçam estratégias para o alcançarem o primeiro lugar nos seus escritórios ou um mero reconhecimento do chefe do seu setor, para depois disso ir atrás de mais uma vitória ao custo do que custar. O verdadeiro vitorioso é aquele que consegue entender qual o valor – para si – de cada vitória sua.
Que o beijo da pessoa amada a espera do seu retorno num dia cansativo ou pela manhã, feliz pelo simples fato de ter acordado ao seu lado, é uma vitória; que o abraço e o sorriso do filho quando te vê chegar ao fim do dia, é uma vitória; que viver de bem com o mundo, de bem com a vida e de bem com todo mundo, é uma grande vitória.
Que não é preciso ser rico, poderoso e famoso para ser feliz; que não precisa provar de todos os homens para as que preferem os homens e nem de todas as mulheres para os que delas fazem gosto, para se sentir realizado e para gozar a vida; que não é preciso primeiro conquistar o mundo para depois ser aceito pelos seus, que então estarão te aceitando pelo que você se tornou após vender a si mesmo e não por aquilo que você sempre poderia ter sido.
O importante é você se permitir rir, é você dançar, brincar, cantar e ser, acima de tudo, muito feliz. Mesmo porque no fim das contas o que vai realmente importar não é o que vão pensar de você, mas o que você mesmo vai pensar sobre si.
A maior vitória e a maior conquista que se pode ter é ser e fazer feliz.

sábado, 3 de outubro de 2009

Quando chega o fim...

NA HORA DO ADEUS

Quando chega a hora do Adeus
Amantes, outrora amados pelos seus
Clamam aos céus o amor de Deus
Já que não é fácil se dizer adeus.

A hora do Adeus por mais constante que se faça
É das horas de amor a mais sem graça
E que ainda que se diga que na vida tudo passa
O adeus dos amantes surge como forma de pirraça.

O que outrora parecia não ter fim
Faz-se de repente frágil e leva embora o sim
Deixa no lugar a memória do que era bom
E a dúvida do por que ao bom se decreta o fim.

Chegou a hora do nosso Adeus!
Das horas vividas a mais sem graça
A mais sofrida e que por hora não passa
Mas que leva embora o que se queria um dia se faça.

Pois agora vai e leva contigo a boa memória de mim
É da vida que tudo que é eterno tenha fim
Vida essa que me deu de presente a companhia tua
Que agora vai encontrar a felicidade em quem já não é mais eu.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

RIO 2016 - Agora já é, merrrrmão


RIO - 2016


Esse Blog não se pretende politicamente correto. Pelo contrário, defende que o politicamente correto é chato. Não serve de nada.
E não só porque sou um brasileiro que escreve para brasileiros, mesmo porque, não é certo se dizer que o brasileiro não se quer sério e nem correto.
Mas enfrentemos os fatos: o Brasil não é o país que tem tudo pra dar certo. Ele é o país que tem tudo pra dar errado e que, por Deus ser brasileiro (?!) acaba dando certo.
São tantos os que se mostram contra a realização das Olimpíadas de 2016 serem realizadas no Rio de Janeiro. Até o momento, eu mesmo não sei se sou ou não sou. Só sei que meu país ganhou e como brasileiro me alegro com isso.
Alegro-me porque acredito que nosso povo merece; alegro-me porque acredito que o Brasil encantará o mundo, como já encanta todo mundo.
Porque o povo sofrido merece a ilusão do Panis et circenses e a sensação de que o mundo volta os olhos ao Brasil e é como ele se sente... é como eu me sinto.
A cidade ganhará em estrutura e infra-estrutura. Terá a atenção do mundo e mostrará que sabe ser ainda mais maravilhosa.
Desvio de verbas? Orçamento estourado? Saúde? Segurança? Educação? São preocupações legítimas.
Mas preocupemo-nos depois e não sejamos sisudos em tempos de festa.
As forças que comandam o Brasil (e as que comandam o Rio) sabem se acertar... e não é de hoje.
O gasto que será feito com os Jogos, não fosse feito, não traria garantias de onde esse dinheiro seria empregado. E uma coisa não pode excluir automaticamente a outra.
Se o comodismo impera no Brasil ao ponto dessas linhas pouco se importarem com a destinação orçamentária aos bolsos de poucos poderosos (des)afortunados, é porque é um fenômeno que não nos é exclusivo e nem nos é raro ou recente. Vem de outros... vem de longe.
Viva o Rio! Viva o povo brasileiro! Viva o Brasil!
Temos sobre nós os olhos do mundo... vamos, ao menos, nos enfeitar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A GENTE NÃO FAZ AMIGOS, RECONHECE-OS.

O sentimento que une as pessoas é dos mais interessantes para se analisar.

Não. Não estou falando do amor ou do desejo que aproximam homens e mulheres. Esse pode ser explicado pelos hormônios e pela carência de uns em relação aos seus opostos – além dos que não se afeiçoam aos opostos.
Falo desse sentimento que se diz amizade.
A amizade nem sempre se mostra na afinidade etária ou nos interesses em comum.
Pelo contrário. A amizade não precisa de motivos, ela simplesmente é.
As pessoas simplesmente se gostam.
E não se explica.
É como se já se conhecessem de outras vidas. Como se as almas, amigas onde elas são eternas, buscassem umas as outras pelo percurso da vida.
Muitas vezes a diferença da idade entre os amigos nada mais é do que a pressa que tiveram antes para participarem do mundo que antes só assistiam, mas que sempre desejaram.
Ou o que mais explica a afinidade que une amigos? O bem-querer que lhes é regra ou a satisfação da experimentação em comum?
E sempre precisamos dos nossos... e os bons momentos se fazem presentes.
Tenho amigos de 70, 50, 40, 30 e 20 e tantos anos. Todos me são bem quisto e me faço crer que todos me querem bem.
A amizade de hoje, me parece, é o reencontro do que desde antes já era eterno.
É por isso que o maior de todos nós, entre errantes, boêmios e poetas, já dizia sobre o amigo que, dos seus, não fez nenhum. Reconheceu todos.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Luiz Inácio falou...



DA SABATINA AO STF

Eu tive a oportunidade de, na manhã de hoje, acompanhar parte da sabatina a que fora sujeitado o Dr. José Antônio Dias Toffoli, candidato do consórcio governista à vaga no Supremo Tribunal Federal, recentemente aberta com o passamento do Ministro Menezes Direito. Confesso que me agradou muito do que vi.
Há muito que se sabe da inexistência de oposição no Brasil. O que temos são 3 ou 4 congressistas de boa retórica agindo como “senhoras de fricotes” que não sabem se colocar no seu lugar. Nunca estiveram do lado que não governa e mostraram que não sabem como é não governar.
Ainda assim, julgando-se fazer oposição ao governo de maior popularidade na história recente da República no Brasil, resolveram execrar o indicado governista à mais alta corte de justiça, com o fim de apoquentar e espezinhar quem o indicou.
Em alguns momentos chegou a ser vergonhosa a tentativa de alguns dos Senhores Senadores, mais especificamente do Sen. Álvaro Dias (PSDB-PR) de desqualificar o sabatinado, buscando-lhe impingir uma aura de incompetência que este, com muita elegância, soube contornar.
Talvez se diga que a sua pouca idade é um empecilho para que fosse empossado em um Tribunal ao qual compete resolver questões de cunho constitucional (e isso para não falarmos da infelicidade das questões que não são constitucionais, mas que ainda teimam em chegar à corte, o que brevemente se solucionará).
Talvez seja. Talvez não.
Onde é que está o marco etário que dirá quando a pessoa atingiu a maturidade diferente?
É depois dos 50? Depois dos 60? 61? 65? Por que não 64?
Certo é que nenhuma das tentativas de desqualificá-los merece maior consideração de seriedade.
Questionar a ausência de mestrado ou doutorado?
O bom juiz é o acadêmico ou o prático? Aquele preocupado com a teoria ou o que aplica a justiça?
Quantos são os acadêmicos que parecem saber muito, mas que no fim não se prestam a nada? Que se escondem por de trás de seus títulos para camuflar uma incompetência latente quando chamados à enfrentar o dia a dia mais urgente do direito?
Perfeita a resposta do futuro ministro quando diz que escolheu a advocacia como propósito de vida e nisso foi bem sucedido. De fato a advocacia é das funções mais nobres, a despeito de tudo quanto o chistichismo ousou impingi-la.
Um bom advogado defende teses e mais teses no seu quotidiano. Debruça-se sobre os anseios concretos de particulares ávidos que se lho colocam suas maiores aflições.
Não se quer desmerecer os que se entregam a pesquisa, mas não é justo e nem bom que se pense que só terá o conhecimento aquele que ostenta títulos. E exemplos são que não nos faltam...
Eu acredito que a vida por si só é uma grande pós-graduação (concessa venia ao Senador que se viu às urticárias quando assim se manifestou o Ministro Toffoli).
É mais do que urgente que caiam os convencionismos e surjam as afirmações que sejam efetivas.
Querer pautar uma negativa à indicação por uma pretensa reprovação em um concurso feito há 15 anos é no mínimo falta de bom senso. O concurso que é sonho de muitos, pode não ser o objetivo de tantos e até isso deve ser respeitado.
Mas hoje valeu por pelo menos uma coisa... assistir mais uma vez o grão-tucanato espernear a certeza de sua insignificância política, em mais um show de oportunismo “do cara”.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

RECEITA DE BOLO


VIVENDO A INOCÊNCIA DO AMOR

A final de contas, viver se baseia em que?

Qual a razão desse quotidiano em que somos coadjuvantes e protagonistas em diversas sortes diferentes?
Seria a simples jornada vivida entre o “de onde viemos” e o “para onde vamos”?
Certo é que nascemos todos, todos amamos, depois de amarmos casamos e, dois dias depois, o amor encerrado, estamos prontos para a fase em que todos morremos.
Mas entre o infortúnio do casamento e o momento em que morremos ainda há muito do que ainda não vivemos.
O que será que falta se viver dentre o que se pode fazer desde que a um relacionamento a dois nos submetemos?
A despeito de todas e tantas vezes em que ouvimos os casados praguejarem sua sorte, p’ra cada dois descontentes há dez “contentes” querendo se “descontentizar “.
Quando sozinhos sentimos a obrigação de sermos gregários e querermos alguém que nos seja a companhia nas noites fria, o aconchego no momento de carência, a força na hora da fraqueza. Quando enfim temos quem queremos, como bem ensina a lei dos desejos, já não queremos mais não “quem”, mas “o que” outrora queríamos nós.
A solidão parece a melhor das pedidas para quem parece que nunca se vê sozinho ainda que em um dia de 24 horas esteja junto (e acordado!) em no máximo 04 dessas horas. E ainda assim, qualquer comentário, qualquer troca de olhar, qualquer dos quaisquer, torna-se insuportável aos olhos de quem sucumbido pela rotina.
Rotina... inimiga mais poderosa dos casais; assassina implacável de amores; conseqüência inevitável da vida em comum.
Surgida a rotina, aqueles que bem se querem passam a buscar em si as armas para que lutem contra ela em favor do amor que juram sentir. Como resultado soluções mais simples como a realização de novos programas, a busca do interesse aparentemente perdido, jantares, juras de amor, lembranças sutis ao longo do dia representadas por ligações românticas em busca daqueles momentos de início até as mais drásticas, de caráter sexual, em busca de fantasias e outras formas de apimentar a já tão combalida vida a dois. Querem, esforçam-se e até conseguem, mas o que é paliativo se faz finito na árdua luta contra o tempo.
Mas o que sobra então? Seria a decretação prematura (se prematura!) do fim a solução mais aconselhável em face dessa batalha que se mostra invencível?
Não seria! Mas antes, por que de não se admitir os ciclos da vida como inevitáveis que se mostram e aceitá-los como a conseqüência irremediável do convívio comum?
Por que temer a rotina que surge e que faz ver que o carinho é muito mais do que sexo e que o amor se mostra naquela necessidade de se estar junto, de reconhecer a necessidade daquela companhia como sendo a mais importante e por isso diária, mas sem que isso tenha que necessariamente deixar de significar os espaços de vida em que só entrará a individualidade daquele um que forma o dois?
Quando na vida se diz que ninguém é de ninguém é porque de fato não é mesmo. Nos emprestamos para fazer bem a quem sabemos nos faz bem também. E só.
Por tendência da nossa própria natureza é que impomos regras, prescrevemos sanções a esse relacionamento e damos caráter cerimonioso a tudo quanto diga respeito aos nossos atos.
Nos queixamos da atenção não recebida ou da voz mais alterada, sem que queiramos entender que tudo faz parte da necessidade nossa de nos sentirmos independentes de quem quer que seja.
E pior, egoisticamente, passamos a desejar sejamos nós únicos na vida dos que cremos nossos. Não romântica ou sexualmente, mas sim, em tudo. Não conseguimos imaginar que se conceba um programa em que não estejamos incluídos ou que vislumbre um futuro onde não estejamos nós... tolhemos os que gostamos até mesmo do seu direito de sonhar se neste sonho não estivermos nós. Mas com que direito?
Talvez se justifique o querer ser a razão única da vida, o objeto único do desejo, o destino certo do bem querer, mas que só se queira e não faça disso um objetivo, porque aí estaremos mais uma vez desrespeitando o ciclo da vida que, por tudo quanto já mostrou na sua história, torna-nos sujeitos às mais diferentes situações, algumas das quais à que se quer escolhemos nos impor.
Mas como se dizer que a vida a dois já não se faz mais objetivo de homens e mulheres dentro das suas mais diferentes razões? Oxalá fosse ela movida pela certeza de que independentemente do momento em que a palavra é dita ou que o gesto é interrompido, há ali muito mais do que o desejo físico e muito além do que o medo de se estar só. Há ali a certeza de se ter encontrado a alma que completará a metade ansiada de nossa alma; a vida que será companhia nos dias da nossa vida, mas com a necessária complacência e sabedoria de seus limites; o amor que mais que carnal, é divino; e que como divino, também fraterno para que eterno e do qual se saberá sempre o mais importante, mesmo naqueles momentos em que, na verdade, nem seria tão importante assim.

domingo, 27 de setembro de 2009

O HAVAÍ PASSOU POR AQUI

Horas e mais horas, gente... muita gente. A animação parecia ser regra nas dezenas de centenas de pessoas que se espremiam em um espaço miunço quando comparado às grandes proporções do ambiente em que se dava aquele encontro de vontades.

A pessoa mais inteligente não se preocuparia em analisar motivações ou tentar decifrar as intenções e quereres daqueles que juntos a tantos outros que se mostravam na mesma levada ao que prometia a noite, fosse lá o que isso fosse, se deixavam levar pelo som que se tocava.

Já os menos inteligentes, ao invés de se deixarem levar pela energia do momento “extravasante”, são aqueles que ali estão, mas que ficam a se ocupar em querer analisar o que assistem como se de nada participassem.

Por alguma razão – que certamente haverá quem explique – foram milhares os que convergiram sua noite a uma mesma reunião social (como aliás, sempre o é em várias das mais diversas reuniões).

De repente a floresta amazônica viu-se Honolulu. Todos os que se viam, viam-se travestidos naquilo que se habituou achar que seriam os nativos da terra do Obama.

Mas o que leva essas pessoas a estarem ali? A se prepararem para uma festa como se o resto de seus dias dependesse daquela noite? Ou, até aqueles que não levam tão a sério o momento, se quer a vislumbrarem a idéia de perderem a festa mais aguardada do ano nessa zona tida “da Mata”.

Há vários os que querem fazer crer que o homem é gregário por natureza e que, portanto, precisa se cercar de outros como ele para que viva a vida da maneira que a vida deve ser vivida.
O abuso do álcool parecendo ser regra onde as pessoas parecem querer esquecer a vida que levam, fazendo-se Don Quixotes e Dulcinéias, lutando contra os gigantes moinhos que lhes fazem guerreiros, querendo o encontro perfeito no final inevitável da noite que se quererá ao menos agradável.

Mas por que razão não se esquecer das mazelas da vida? Por que se deixar afetar pelos problemas dos países africanos ou da pobreza no nordeste brasileiro? Ou até mesmo dos problemas da educação das crianças no Brasil, quando se pode viver a vida que não é nossa numa festa feita para nós?

Mas e então: estamos para que sejamos e nos façamos aos outros? Ou só esperamos que os outros se façam e sejam por nós?

A final de contas: o que é festa? O que se quer com festas? Seríamos nós mesmos se não fossem as festas? Nas festas somos nós mesmos quando estamos por lá?

Eu não sei... sabe você?
Mas não foi por não gostar, porque chegou-se quase a ser bom... é mais mesmo por não se entender o que se busca em uma vida que se quer tão miserável quanto, no mais das vezes, feliz.
Mas a vida é muito menos festa do que muitas vezes insistimos querer...

sábado, 26 de setembro de 2009

Divagando o amanhã

E QUANDO CHEGAR NOSSO DIA
E quando chegar nosso dia, linda morena?
Estaremos os dois tão novos como somos novos já?
Seremos ainda a volúpia encarnada em dois corpos?
Desejosos das estrelas e espectadores do surgir do Sol?

E quando chegar nossa noite?
Dar-te-ei eu o prazer que ainda não conheces
Mas que só julgas conhecer?
E te viciarei em mim
Como hoje já me sei viciado em você?

E quando se consumar nosso querer?
Estaremos prontos para mais um encontro no minuto seguinte?
Ou não haverá seguinte onde não haverá final?
Seremos o exemplo perfeito do casal que sempre se quer
E que de se querer sempre se terá.

Meus lábios te arrepiarão a pele
E encontrarão o teu quê de mais puro
A saciar a sede de quem te devotará
Nos beijos o querer mais urgente
E te fará no gesto, profundo e mais quente
O prazer que ainda não sentes.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Texto de meu pai

Mantendo o momento reflexão, compartilho um texto de meu pai, Wilson Gama, onde narra suas reflexões sobre como a experiência faz com que se enxergue tudo... DIFERENTE... vale a pena ler...




DIFERENÇAS

Longos anos passaram
Ontem, a incerteza do amanhã,
Hoje, que certeza?
Hoje é o amanhã de ontem
Mas o amanhã, o que será?
O certo é que o ontem passou
Não mais voltará
A chance perdida não se devolverá
O que não foi feito, não foi feito por quê ?
Por medo? Receio? Covardia? Temor?
Ou não foi feito porque não foi, assim, sem motivo?
Que diferença faz?
Não foi e pronto!
A chance perdida, a frase não dita, o pensamento contrário, a irresignação,
Tudo não foi feito e não mais se fará
De quem é a culpa ?
Culpa de quê ?
Pela covardia?
Pelo medo?
Pelo temor?
Pelo receio?
O culpado é um só:
Ninguém!
Ninguém mandou ser covarde
Ninguém mandou ter medo
Ninguém mandou ter temor
Covardia por não dizer
Medo de pensar o contrário
Temor de pensar sozinho
De assumir o seu livre arbítrio
Faltou coragem pra ser simplesmente você...
Você que diz o que pensa
Você que sente o seu sentimento
Você que escolhe sozinho
Você que só importa a você...
Por que ser diferente?
O diferente é o igual diferente...
O diferente pensa igual aos outros
O diferente deseja igual aos outros
O diferente é curioso igual aos outros
O diferente sofre igual aos outros
O diferente se indigna igual aos outros...
Onde está a diferença ?
A diferença não há
Ele pensa que é diferente, sabendo que não é
Consome-se por saber que não é diferente e por viver como se o fosse...
Mas, quem é o melhor ou o pior?
Ninguém é melhor ou pior,
É apenas....diferente....

Wilson Soares Gama



VIDA... linda, alegre e triste vida




AH! A VIDA...


Se a arte mostra a vida como ela é, basta apreciarmos a arte que vemos para que concluamos que não há arte no mundo capaz de mostrar a vida como, de fato, a vida é.
Não há roteiro de cinema, não há peça de teatro, não há folhetim novelesco, dança ou ficção que sintetizem nas poucas horas em que se mostra, se apresentam ou se lêem, as várias vidas que são vividas em uma única vida.
Nem se é possível imaginar que houvesse criatividade no mundo a ponto de traçar os diferentes destinos, das diferentes pessoas que vivem em diferentes lugares.
Você acorda pela manhã e não imagina que até o fim do dia poderá passar por você o amor da sua vida e você não lhe dirá sequer bom dia.
Você faz planos para um futuro longo, sem contar que a qualquer momento surgirá quem te virará o mundo em um segundo e fará com que teu certo seja imediatamente o errado.
Vive anos para encontrar o que dará sentido a tudo que você já viveu e fará supérfluo muito do que já é passado.
Em um cruzamento de sinal ou no corredor de um shopping, em um balcão de bar ou na mesa de um restaurante, o novo futuro pode estar perto, mas por não combinar com o presente, o futuro só se mostrará amanhã.
Parece a história de muitos filmes e de várias novelas? Eles copiam aquilo que é a vida, mas diferente: neles o autor desenha o caminho dos personagens que se cruzam como se uma grande cidade não passasse de um pequeno bairro em que todos participam de um mesmo meio, não importa se suburbanos, pobres ou ricos.
A beleza da vida naquilo que ela tem de mais belo é que ninguém desenha nada e por mais que se tente planejar cada passo, essa mesma vida resolve complicar de um tudo para que o que se tenha seja o imprevisto de um dia porvir.
E que não se diga que viver não é preciso, porque viver por si só é delicioso... as dúvidas fazem do futuro um anseio assustador. Claro que há os que apostam no sobrenatural como regente da boa sorte, mas até esses usam desse medo para que tudo se faça mais interessante.
E, se já não bastasse, a vida é curta e finita. Tende sempre a acabar na melhor parte.
É preciso então que se reúnam as forças para que toda a vida seja feita das melhores partes: a alegria do reencontro, a delícia de um novo beijo... a calma de um amor intenso.
Vida tão bonita quando não vivida sozinha, mas entregue ao objetivo maior de se viver essa vida como ela é: a eterna busca pela felicidade querida, apesar de muitas vezes sofrida, mas na certeza de que é ela a nossa única vida.