
Você já parou para notar como por
causa de um simples detalhe a tua vida poderia ser completamente diferente?
É comum dizer que o “se” não joga
o jogo da vida. Só que me parece, no mais das vezes, que é inevitável se pensar
em “como teria sido se...”.
A vida da gente é só nossa e
somos nós que fazemos da nossa vida aquilo que ela é. Mas não vivemos sozinhos.
Muito do que fazemos, muito do que escolhemos e queremos é consequência das
companhias que tivemos nos nossos dias, as companhias que compartilharam
conosco nossas angústias, tristezas e alegrias, enfim, a nossa vida.
Mas e se essas nossas companhias
não fossem as nossas companhias?
E se os teus pais tivessem
escolhido ir para o sul ao invés de subir ao norte?
E se naquela noite em que você conheceu
teu namorado, tua namorada (o futuro pai dos teus filhos), você tivesse
resolvido ficar em casa e não o encontrasse nunca mais?
E se você não tivesse estudado
naquela escola ou feito aquela faculdade? Não conheceria quem conhece hoje e a
vida continuaria sem que se precisasse de quem, agora, parece ter nascido para
completar a vida de você?
Certamente sim.
Toda nossa vida poderia ser
completamente diferente do que é hoje, do que é agora, só dependendo do que
tivéssemos escolhido ou do que tivessem escolhido pela gente.
Hoje você ama. Mas e se você não
tivesse encontrado seu amor?
Hoje você está sozinha. Mas e
como seria se tivesse pensado duas vezes antes de errar?
Hoje você não perdoa? Mas como
seria se ao invés de reticente, você experimentasse perdoar esse perdão que
parece distante, impossível?
Viver o hoje não implica em não
projetar o amanhã. E, acreditar que tudo é por uma razão e que as coisas
acontecem a seu tempo, não vai evitar que você pense em quanto tempo perdeu por
não ter pensado que o melhor seria ter feito antes ao invés de deixar para experimentar
só agora/depois.
O amanhã ainda não existe, mas
pode ser que ele chegue. Se há a vontade no agora, não vale a pena testar sua
força no depois. Nem tudo resiste ao teste do tempo (e a vida é a primeira a
sucumbir). Não se arrependa do tempo em que você poderia ter vivido e não
viveu. O quase vivo já não vive.
O que você deixa de fazer agora
para, talvez, fazer amanhã, é tempo que você perde naquilo que te será bom. Pense: se amanhã você realmente perceber que dava para ter sido "desde ontem" foi tempo
que você perdeu em que você poderia ter sido feliz (mas feliz de verdade e não no fullgás dos vários durantes que trazem o vazio de todos os depois).
Engana-se quem acha que o “se” não
joga.
Pode ser que não adiante de nada
você pensar em como teria sido o teu futuro (talvez o presente de agora) SE você
tivesse feito diferente no passado de antes. Mas com certeza valerá muito a
pena você pensar como será o teu futuro quando no momento das tuas escolhas de
agora.
O SE do amanhã ainda joga e,
dificilmente, vai parar de jogar.