Se há vida, há momento de ser
feliz. Não apenas momento de estar, mas sim, momento de ser feliz. É claro que
a felicidade eterna seria um desfavor, uma desvantagem. Fôssemos sempre felizes
e não saberíamos identificar a felicidade. Mas é bom que a felicidade seja os
momentos que são mais.
Ao longo da nossa vida vamos
experimentando encontros, novas descobertas, surpresas e sorrisos. Melhor que tudo
isso se dê no instante imediatamente posterior àquele em que tudo parecia sem
graça, sem alegria, sem cor, sem vida.
Ainda ao longo da nossa vida,
iremos encontrar pessoas que nos levarão pra cima, que nos farão querer que
sejamos melhores, mais abertos ao novo e que nos mostrarão quem somos de uma
forma que nem mesmo a gente lembrava que podia ser. Essas pessoas tomarão
nossos dias de assalto com a sutileza de quem não espanta, mas traz consigo a
delícia que se repete sempre a mais no encontro seguinte. E a gente espera que
esse encontro chegue logo que diz tchau.
E nem sempre é uma questão mágica
que faz com que as saibamos especiais desde o primeiro instante de quando as
conhecemos. Pelo contrário. Muitas vezes subestimamos o papel que elas – essas
novas pessoas novas – terão na nossa vida, nos nossos caminhos futuros, e isso
por culpa de estarmos distraídos nesse presente que parece propor tanto e nada
ao mesmo tempo.
Mas daí a gente descobre.
Descobre que pensava querer quem não era ela e que agora que você sabe que é
ela que você quer, sequer se ocupa de tentar querer quem nem dava conta de você.
As prioridades mudam, o sorriso que é importante agora faz mais sentido e o teu
sorriso que também te agrada, sorri por causa de outro alguém (alguém que vale
a pena desde o início). A tua vida que parecia destinada a não ser mais tua,
cumpre o seu destino e se faz vida tua sendo de outra que te chega nova, pra
ser sempre o renovo em cada estação. Começa na primavera, mas você não teme o
inverno, porque sabe que entre os dois pode ser – e será – sempre verão...
quente!
Tuas certezas já eram. Agora são
outras. Você que gosta de gostar agora gosta diferente. Gosta de gostar de quem
gosta e gosta de você. Encontra uma metade que parece mais de 2/3 de você. É
uma parte importante da tua vida que, ainda tua, divide-se com a vida de quem
se quer (seja quando pensa, seja quando lembra, quando deseja, quando espera,
quando tem. E você tem, sente que tem, gosta de quem tem...).
Aos poucos (e às vezes até mesmo de
uma vez, num espaço de dias que parecem meses dentro de um mês que nem parece
passar direito), você se descobre, se redescobre e depois se perde de você. Mas
há quem te ache, quem te veja, quem te saiba, quem te busca e quem te põe em
pé. E tudo isso é uma pessoa só. E você gosta... dela.
Sim. Aos poucos você vai deixando
mil e uma histórias pra trás e se concentra no que virá a frente. Não há medo
ou dor que te impeçam. Todo o antes era o ensaio pro concerto de agora. E daí
esse conserto que é teu é que faz o concerto que é de vós. As histórias de
antes não são mais do que lembranças menos vivas. O Sentimento de agora é mais
do que as histórias para quem o futuro disse não. O momento de agora é
especial. É vívido. É vivido. E te fez bem essa reconstrução.
E tudo isso é só o começo...
E tudo isso é só o começo...