Confesso que há em mim um certa inveja de vários textos e várias músicas que, por certo não fui eu que fiz, mas que pela sua beleza eu adoraria ter o talento para, quem sabe, ser quem tivesse feito.
Um dos momentos mais interessantes do Museu da Língua Portuguesa é, seguramente, a praça das palavras e um dos momentos que mais me emocionou foi um lindo diáligo escrito por Monteiro Lobato, em que a boneca Emília explica para o Sr. Visconde de Sabugosa o que é a vida. Permitam-me:
“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
Um dos momentos mais interessantes do Museu da Língua Portuguesa é, seguramente, a praça das palavras e um dos momentos que mais me emocionou foi um lindo diáligo escrito por Monteiro Lobato, em que a boneca Emília explica para o Sr. Visconde de Sabugosa o que é a vida. Permitam-me:
“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
[Monteiro Lobato, excerto de Memórias da Emília (1936)]
Um comentário:
“Charlie Brown, de todos os Charlie Browns do mundo, você é o mais Charlie Brown de todos!”
(Linus van Pelt)
Postar um comentário