... E não dava
nem para dizer que era um acordo velado. Desde o início tudo se fez claro. “Não
se apaixone por mim”.
Não. Ele não
devia se apaixonar por ela, mas ele não tinha porque não se apaixonar por ela.
Ainda assim,
quem não se assusta quando o pedido é quase uma ordem, com ares de
recomendação? Quem se conhecia a ela, melhor do que ela que se conhecia a si? E
ela avisou. Ele ouviu. Ele não escutou.
Em sua defesa,
é bom que se diga, ele não tinha qualquer intenção de se apaixonar por alguém
(sim, porque há pessoas que gostam de se apaixonar, assim como há outras que
preferem tirar cravo do rosto alheio). Mas ele não queria. Sua vida estava ruim
e isso era bom. Lamentava-se de tudo, esperando quando haveria outro nada a se
lamentar.
Mas ela
avisou.
Falavam-se
mais do que se viam. E essa distância guardada era segura. Ela existia, mas não
era real. Ele também existia e era presente, mas era um presente distante, mas
muito menos ausente do que quem lhe era presente.
Eram-se. Viram-se.
E o que era imaginário ganhou formas, ganhou vida, virou real.
Agora era real
e de verdade.
Não. Antes não
era de mentira. Era intenso de um jeito suave, quase sutil. Mas agora... agora
o mundo virou do avesso. Logo ele que se achava responsável por ela, pô-la numa
situação em que era ela quem se sentia responsável por ele... mas ela avisou!
Não era uma ordem? Ele não entendeu?
Agora tudo
parecia estragar. Tudo parecia deixar de ser como era. Era puro, era doce, era
suave. Mas era. Já não é.
Ela sabia que
havia nele o que não poderia haver nela. ELA AVISOU!
Ele sabia que
havia nele o que não poderia haver nela. ELE OUVIU!
Mas ele
arriscou. Ele tentou. Não fugiu. Confessou. Ele a traiu.
Ela avisou.
Ele não escutou. Ela teve que ir. Ele ficou.
Mas a
lembrança é doce. No fim a culpa foi de quem gostou mais do que de quem não
podia “ser gostada”. Se ela não podia
dia dizer sim, foi melhor ter dito tchau. E ela disse. E ele, ficando onde sempre
esteve e de onde pensava e queria sair, nunca teve a chance de lhe dizer:
desculpe se te traí.
3 comentários:
Fora de série... Deus te concedeu um dom fantástico meu brother...
Você é meu "ÍDALO"... kkk...
Fora de série... Deus te concedeu um dom fantástico meu brother...
Você é meu "ÍDALO"... kkk...
é o segundo texto seu que reflete o momento que estou passando.
Esta conversa realmente aconteceu, e eu avisei que nao podia se apaixonar por mim.nao Adiantou PEDIR pra ele, mais meu coração tbm nao ouviu meu pedido e tbm me traiu!
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