Não são todos que entendem os
encontros que nem eram pra ser, mas que são e continuarão. É o destino de ser
bom não importa como seja.
Em cada novo encontro um
apaixonado quer explicar a sua paixão por quem lhe quer apaixonada e fica
sempre em busca da melhor expressão pra que nela também arda a febre que não
queima, mas fustiga. Eu não queria ser esse amante que não sabe dizer, mas há tanto
que tenho em mim e queria, que me arrisco a escrever:
“Eu queria saber escrever o que
você quer ler, mas eu não queria saber escrever o que você quer ler. Eu quero
simplesmente escrever o que você goste de ler porque foi feito pra você.
Eu queria saber te fazer sorrir
de propósito, mas eu não queria saber te fazer sorrir de propósito. Eu quero
simplesmente um sorriso teu sem razão, mas que seja culpa de alguma (minha)
participação.
Eu queria que o sol durasse
menos, queria que a lua durasse mais, mas eu não queria nem que o sol durasse
menos e nem que a lua durasse mais. Eu quero apenas que o que te gosto me dure
o quanto você gostar e quiser fazer durar.
Eu ainda queria desejar tudo de
mais lindo, mas acontece que eu já desejo tudo de mais lindo quando desejo teu
sorriso e todo o melhor que surge quando se é mais atrevido.
Eu queria ser o minuto que só tem
sentido quando há a hora, o segundo que dura mais e o tempo que não para e parece
que corre quando me há você, desde antes até agora... você sempre sendo a hora.
Eu queria guardar um momento que
já tivesse sido, mas eu não queria guardar um momento que já tivesse sido. Eu quero
o momento que ainda será. Será?”
Seja como for, sei que em algum
lugar (que nem sei se tem) já deve ter tido esse amor pra alguém e continua tendo
e continua sendo, amando, crendo e cedendo. Ou até mesmo já até terminou, mas
pelo menos alguém amou. Se a vida sempre continua, ela só termina praquele que
pouco amou ou nem se permitiu amor. Quem foi amado ainda existe, persiste e
ainda insiste em ser a lembrança doce que tanto acalanta a vida de quem, sem
perder tempo, se deixou amar.
(Alguns rimam amor com dor. Não
sabem de nada. Pra mim, a única rima que se faz com amor é viver. Amar é
continuar vivo, é desafiar o corpo que se pensa extinguido, é desafiar a morte sorrateira,
aquela que acontece aos poucos e, com a força juvenil de uma experiência plena,
tornar a fazer vida daquele jeitinho gostoso e que faz a vida viver).
Pois que haja amores. Assim, no
plural. Muitos amores, porque o amor que há na gente não pode faltar e nem tem
que sobrar. Dê o excesso, faça lambança, faça bagunça, faça amor pra fazer mais
amor e ser mais amada de tanto amar. Amar não cansa... e nem pode cansar.
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