quinta-feira, 2 de setembro de 2010

domingo, 29 de agosto de 2010

Pobre Brasil pobre


Não consigo não me assustar com os resultados de cada nova pesquisa sobre intenção de voto para as eleições presidenciais desse ano.
O crescimento vertiginoso da candidata do esculhambador geral da República – e aqui se pede vênia ao grande José Simão – exige a constatação das mais tristes e revoltantes: o brasileiro é ridículo.
Não consigo deixar de imaginar – e essa é uma imagem cada vez mais forte na minha mente – o todo poderoso imperador do Brasil, sob sua opulenta barba grisalha, sua fala rouca sibilante e seu dedo mindinho ausente, sentado a se refestelar em churrascos regados a pinga na Granja do Torto e rindo do Brasil. Imagino-o jocoso sob gargalhadas afirmando que se ele mandasse que os brasileiros pulassem em uma perna só de hora em hora, ao menos 90 milhões deles fariam. Sim, porque é o que se vê acontecendo nessa corrida presidencial. O povo brasileiro vota em alguém pelo simples fato do chefe do Executivo determinar que o faça.
É assustador como o brasileiro se presta a votar em uma pessoa que ele não sabe quem é. O que nós, brasileiros, sabemos dessa senhora Dilma Roussef, além de se tratar de uma ex-terrorista, saqueadora de bancos e homicida - inclusive em atentado à bomba – em nome de uma batalha extremada contra a ordem vigente em fins dos anos 60?
Essa senhora surgiu para o cenário nacional há menos de 05 anos. Mesmo se antes era Ministra das Minas e Energia, é fato que atinge alguma notoriedade somente no período pós-mensalão: sim, Mensalão! – aquele escândalo de corrupção que teve no presidente e seus assessores mais próximos seus mentores.
A candidata do Partido dos Trabalhadores – que no seu aspecto nacional é outra excrescência da nossa política, das mais mentirosas e nefastas enganando seus militantes locais e, quer-se crer, bem intencionados – é uma ilustre desconhecida do grande público. Ninguém tem um motivo para votar nela, que não seja a indicação do cacique maior da bando que vem se aproveitando do país nos últimos tempos. Simplesmente, ninguém a conhece e isso, porque ela não é dada a se conhecer. Não há o que ela possa mostrar. Não há o que ela saiba dizer.
Sequer ela era a primeira opção daquele que lhe dirige apoio. Mas sem dúvida da a ele a certeza de que tem o povo brasileiro sob seu total controle, povo esse que se vende pela esmola de um assistencialismo vil.
Danuza Leão escreveu muito bem certa vez e abrirei aspas a ela: "Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância. Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia nãoconvenceu. Ela é dura mesmo. Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura."
É óbvio que no candidato José Serra se vê uma situação oposta no que diz respeito ao seu preparo. Não que morra de amores pelo candidato, mas na simples avaliação de ambas as biografias, é mais do que óbvio que nele se vê quem preparado para um bom governo.
José Serra é aquele que se sabe de onde vem e sabe o que se fez. Tem o que dizer e mais ainda o que mostrar. Mas o texto não se presta a defender ou a fazer campanha a um candidato contra o outro.
Esse texto é parte da indignação contra um povo estúpido. De uma estupidez que beira a idiotice. Um povo que se contenta em receber uma ordem sem refleti-la; uma indicação sem avalia-la. O voto no Brasil é pobre. O pensamento no Brasil é raro. Por fim, somos todos vítimas de uma maioria medíocre que se contentará sempre com o papel de mendigos da máquina pública, com seus chapéus esfarrapados e prontos para contribuir com o “apequenamento” do país.
Tenho medo de um país governado por essa mulher. Dilma presidente será a pior coisa que poderá acontecer a esse país.

sábado, 28 de agosto de 2010

Adeuses


Tenho me percebido em uma fase de reflexões.
Olhar pra trás faz com que me assuste com os tantos erros que cometi nesses anos passados. Invariavelmente percebo que meu jeito de ser faz com que meu relacionamento com a maior parte das pessoas tenha prazo de validade.
Digo isso, porque são várias as pessoas que fizeram parte da minha vida – e muitas vezes de uma forma bastante intensa – que com o passar dos anos se fizeram (e fazem!) estranhas a mim, mesmo que presentes em certas rotinas.
O saudosismo me parece inevitável quando os olhos voltam 05 anos, 05 meses ou mesmo 05 dias e vejo que o que era já não é, quando o que poderia ser (mesmo com base no que foi) me parece tão mais interessante.
Ora, qual será o erro que me faz perder aquilo que sempre dei valor? Será que é pouco o quanto sei demonstrar o afeto e o apreço por quem sempre me fez sorrir um sorriso mais cheio de alegria? Ou será que na intensidade que me proponho vou tão além que o que digo ser sentimento, soa mais uma mera invenção?
Sei que nunca foi ideal de uma vida me sentir como um objeto que alguém põe em uma caixa e joga fora porque não serve mais.
Sei que vive em mim um eterno bem querer por quem venha desprezar o que fui – e mesmo aqueles que nunca mais serão!
Nunca enxerguei nas novas companhias a substituição das que se foram. Não vejo as pessoas que me fizeram bem como passíveis de não me serem mais ninguém, ou se forem, sejam menos do que um dia significaram.
Não falo de amor, de paixão e nem de nada que se defina mais em palavras que em sentimentos. Falo daquele encontro em que o que se sabe é o que não se disse, mas se percebeu. Sei que para o que me propus, não haverá momento em que me chamem ao socorro, que não socorrerei os que me precisarem e isso porque pra mim mesmo o antes se faz presente no agora e no todo sempre de depois de amanhã.
Pudesse optar e não diria adeus, mas são mais os adeuses que me dizem... que mal haverá em mim?
Mais do que nunca me sinto menos do que sou... e talvez seja!
Novas pessoas que ocupam o espaço das que passaram... é o que acontece, mas não serve pra mim. O novo de hoje... não...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O imprevísivel




Quando menos se espera, o que já não era volta a ser e o que se quis, é o presente do que se tem e o futuro do que se espera.
Confesso que por mais que me assuste, gosto da imprevisibilidade da vida e de como uma vida pode mudar (ou acabar) no curto tempo de um olho que pisca.
Até insistimos em planejar nossa vida. Sim, não podemos nos fazer conseqüência do acaso mais fatalista diante da nossa própria inação. Precisamos, diante das conseqüências previsíveis de nossas escolhas, sermos os que preparados para o diferente do antes ou até do durante, quanto mais do depois.
A vida tem tudo pra ser muito mais linda quando o acaso é mais do bom que se pode provar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Voltando...


Não é nada agradável querer escrever alguma coisa pra postar no blog e não encontrar nada sobre o que escrever.
Há momentos em que a inspiração parece abundar; momentos em que tudo parece ser assunto para um texto, uma reflexão, uma piada, etc. Certamente não tem sido assim pra mim. Passei o mês de julho inteiro pra escrever apenas uma poesia e mais nada que fosse digno de se colocar aqui no blog.
Tudo bem que meu mês de julho foi bastante movimentado. Ao longo do mês me dividi entre Rondônia, Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Provavelmente tivesse muito para falar desses dias, mas tudo que teria sentido se dito quando próximo ao que vivido.
Por exemplo, ter ido ao Rio assistir ao espetáculo Alucinadas foi uma experiência agradabilíssima. O espetáculo de sketches de humor muito bem boladas e defendidas por duas atrizes de enorme talento (Renata Castro Barbosa e Lu Fregolente) já iniciava com tudo com a deliciosa música composta por Leoni e cantada por ele, Hebert Vianna, Léo Jaime e Roberto Frejat (confira o vídeo abaixo).
Nessa empreitada fomos Fabrício, Elias, Marcão, André, Diana e eu. Os seis lá no teatro Leblon onde, em seqüência, assistimos o segundo horário da segunda mostra de Stand-up Comedy, com apresentações hilárias de Marcos Vera e Cláudio Torres Gonzaga e que teve na platéia dois dos “maiores atores” de todos os tempos: Raul Gazola e Ricardo (Cigano Igor) Macchi.
Nessa viagem ao Rio ainda tivemos a nossa caminhada alcoológica (ainda não entendi muito bem porque ela recebeu esse nome) e o jogo Alemanha e Espanha assistido direto da Arena Fifa Fan Fest em Copacabana.
A parte mais importante da viagem sem dúvida foi o casamento da Mariana com o Bernardo, mas ainda tem o excelente show do Oscar Filho (o Pequeno Pônei do CQC) em São Paulo em que os noivos me deram o prazer de sua companhia em 75min de muitas risadas.
Sobre tudo isso ainda escrevo aqui um dia... ou quem sabe amanhã ou depois de amanhã.



sexta-feira, 16 de julho de 2010

A perfeição de quem se quer...




És mais perfeita que a canção de amor mais bonita.
Mais bonita que a paisagem de vista mais intensa.
Mais intensa que o momento mais sublime.
E mais sublime que a companhia mais brilhante,

És mais brilhante que a estrela mais divina
E mais divina que o prazer mais esperado
Esperada como espero há tanto tempo
Tempo tanto que não sei sequer passado

sábado, 26 de junho de 2010

01 ano sem Michael Jackson


Ontem, dia 25 de junho, fez um ano da morte de Michael Jackson (e dia 24/06, onze anos da do meu avô). Foram poucas as vezes no mundo em que um fato causou tamanha comoção mundial. Afora momentos de tragédias climáticas ou terroristas que causaram a morte de milhares, não me recordo de outro momento em que o mundo inteiro se uniu em torno de um mesmo fato.
Não há muito mais a se falar sobre Michael Jackson que não tenha sido dito nos 42 anos de carreira que ele teve até sua morte prematura. A personagem Michael Jackson acabou se fazendo alvo de muitas controvérsias que findaram por afetar de forma tão definitiva a pessoa Michael Joseph Jackson.
A história de abusos na sua infância. As inseguranças com a mudança da sua imagem de “menininho-bonitinho-que-encantava-a-América” para aquela imagem típica de adolescente cheio de espinhas e desengonçado e que foi o princípio das várias intervenções cirúrgicas. Seus hábitos estranhos e controversos... Neverland, Lisa Marie, máscaras, etc... tudo pareceu contribuir para criar uma aura toda estranha envolta daquele que foi, sem dúvida, um dos maiores gênios da música no século XX.
Sim, porque acima de tudo e tudo que ele era, ele era um gênio. Suas músicas, suas performances, sua presença... tudo nele, na sua imagem, na forma como se mostrava, era contagiante. Ninguém fica indiferente a uma música da Michael Jackson.
A sua morte, como a maioria das mortes, me entristeceu muito. Sempre fui muito fã de Michael Jackson e torcia para que sua turnê “This is It” fosse um grande sucesso e, vindo ao Brasil, eu tivesse a chance de assisti-lo.
A história mostrou que não aconteceu. Se é que as pessoas tem seus dias contados nessa Terra, ele cumpriu os seus. Mas uma parte de mim ainda acha que ele foi antes da hora que devia ir...
A minha música preferida dele é, sem dúvida, Billie Jean, mas uma das mensagens mais marcantes que ele deixou foi a lindíssima música “Heal the World”. Como eu tento, tento, tento e nunca consigo colocar o vídeo aqui, vou deixar a letra dela linhas abaixo para compartilhar um pouco da genialidade do mito Michael Jackson, se houve alguma música ou trecho de música dele que você goste, escreva nos comentários para que todos possamos brindar o brilhantismo de suas composições...
Salve, Michael.
Tem um lugar em seu coração
E eu sei que é amor
E esse lugar poderia ser
Muito mais brilhante que amanhã
E se você realmente tentar
Verá que não tem motivos pra chorar
Nesse lugar você vai sentir
Que não há dor ou mágoa
Tem jeitos de chegar lá
Se você se importa o suficiente com os vivos
Abra um espaço
Faça um lugar melhor

Salve o mundo
Faça dele um lugar melhor
Pra você e para mim
E toda a raça humana
Tem pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os vivos
Faça do mundo um lugar melhor
Para você e para mim
...
Nós podíamos voar tão alto
Nunca deixar nossos espíritos morrerem
Em meu coração, sinto que somos todos irmãos
Crie um mundo sem medo
Juntos choramos lágrimas de felicidade
Veja as nações transformarem suas espadas em arados

Jogo 3... o compadrio


Então, né... o Brasil (a seleção brasileira ou o combinado dos amigos do Dunga, como queiram) entrou em campo hoje. Gostaria de poder falar de toda a partida, mas confesso que dormi por volta dos 20 minutos do segundo tempo, então não tenho muito o que dizer.
Não escondo de ninguém que essa Copa não me empolga. O único jogo em que me senti torcedor foi Estados Unidos e Argélia. Cheguei a comemorar o gol que fez justiça a todas as injustiças das quais os norte-americanos vinham sendo vítimas.
Mas vamos ao jogo de hoje. Em primeiro lugar o consenso que parece ser geral: foi horrível. O primeiro tempo começou interessante. O time de Portugal se pelou de medo do Brasil, jogou com todos os jogadores atrás da linha da bola, com exceção do Cristiano (que ainda precisa comer muito feijão com arroz para ser Ronaldo) que tentava ganhar na velocidade da zaga brasileira. E ainda assim, o Brasil fez uma blitz no meio campo que não deixava os gajos atravessarem.
Assistindo o jogo em seus primeiros momentos, tinha a impressão que o Brasil conseguiria uma vitória convincente e por um placar elástico, muito embora não jogasse pela esquerda nem uma vez. Mas também, convenhamos: o Michel Bastos ainda não chegou na África, hein? É um jogador nulo. É como se não existisse.
Mesma coisa o Júlio Baptista. Ninguém esperava que ele fosse um Kaká que mesmo com uma perna só joga mais que “La Besta”. Mas o cara não conseguia fazer nada. Incrivelmente o melhor jogador do Brasil era a outra besta, o Felipe Melo. Mas se o Pepe não quebra ele, ele quebraria alguém e seria expulso. Droga, o Dunga poderia bancar a expulsão dele como fez com o Kaká, mas aparentemente o Felipe Melo é mais importante pro Dunga do que o Kaká. Resultado, sai Felipe Melo e entra Josué(?!) Sim, Josué, a consagração do jogador mediano.
Nilmar tentava e Luis Fabiano não existia. Enquanto isso o Cristiano procurava ver sua imagem no telão para ver se o penteado não tinha sido desfeito.
Os times se destacavam... no quesito cartão amarelo. A seleção brasileira que de início até me convencia que ia arrebentar com o time da padaria, se perdeu. Gilberto Silva jogava tal e qual o bom e velho Gilberto Silva, ou seja, errava passes de 5 metros. Destaques apenas para Julio César e Lúcio, soberbos para o que se propunha, porque até o excelente Juan estava louco para entregar hoje.
Um pouco depois da defesa do Júlio César no chute do Raul Meirelles eu dormi. Consegui ver Espanha e Chile e o Chile é o time da segunda (em todos os sentidos). Brasil passa fácil, mas quando pegar a Holanda, se estiver jogando esse futebolzinho, volta pra casa nas quartas de novo e, se tivermos sorte, não ouviremos nunca mais falar do Dunga.
E só pra deixar claro pro pessoal da campanha “Dia sem Globo”, eu não aderi. (rsrs)

Qual a graça de saber o futuro?


A premeditação tiraria toda a graça da vida. Aliás, é no mínimo curiosa essa tendência de certas pessoas que, ansiosas pelo futuro, buscam no que é místico o que lhes reservará o porvir.
A graça da vida está na sua imprevisão. Está em você começar um dia, uma semana, uma fase da vida, qualquer coisa, sem a menor certeza do que te bom se virá... e de ruim também.
É como você levantar da cama sem saber que até o fim daquele dia a pessoa que mudará tua vida cruzará o teu caminho pela primeira vez. Ou que te chegará uma proposta que você não esperava ou se realizará um sonho que já há tempos você não sonhava mais.
A imprevisão da vida faz com que nos deparemos com pessoas que se até ontem não nos diziam nada, amanhã já nos serão indispensáveis por toda uma vida. Inevitavelmente pensaremos que o tempo em que não tivemos a companhia que tanto nos agrada foi um tempo perdido em que não se viveu, mas se sobreviveu à espera da satisfação da companhia mais que presente.
Para qualquer é um é fácil fechar os olhos e ver com a alma a imagem que falta na ausência sentida de um amor; na tristeza lancinante de uma partida; na angústia doída de um adeus ou mesmo na inquietante demora de um novo olá. São sentimentos que os que vivem já sentiram e os que chegam sentirão.
Essa perspectiva toda que surge de que de uma hora pra outra surja o novo que fará o antigo sem sentido, ou que lhe dará sentido ainda maior, se mostra como o gostoso da vida. Para que conhecermos o futuro e perdermos as surpresas? Deixemos que o que tiver que acontecer aconteça sem que nos percamos de nós, dos nossos e do que ainda não nos são, mas serão.
Não nos inquietemos com o amanhã, mas antes, nos deleitemos no hoje, acreditando – porque isso é bom – que logo ali adiante está pronto pra nos surpreender.

Como 2 e 2 são 5


Era uma noite como outra qualquer. A rotina não se mudava. O que faziam cada qual no seu papel convencionado é o que fariam no momento em que tudo estava por mudar. Não havia um para outro, antes eram cada um por si.
A forma como a os cabelos caíam por sobre os olhos talvez já dissesse algo, talvez nunca dissesse nada. Diferente do sorriso do outro que na sua forma singela se abria de um jeito intenso, mas meigo ou no leve passar das mãos pelas pontas douradas de um cabelo comprido.
Como todo início eram o improvável de um para o outro; já no meio eram indispensável um para o outro. Chegado o fim, bom... o que é o fim?
Não foi do dia pra noite em que o que era estranho se fez divino. Talvez tenha sido da noite pro dia... tardes inteiras, manhãs que não eram frias. Foi o tempo em que o jogo proposto se fez mais do que sério e o que era gostoso se fez lindo, o que era lindo foi se fazendo maravilhoso.
Ambos seguiam seu curso; os dias suas horas, as semanas se dividiam nos seus meses, a Terra rodava e o universo se expandia. Já não havia tempo, mas apenas o furtivo que se vivia mais em sentimentos que em palavras...
A dor do adeus. A perda da pureza. O confronto ao leviano e a tristeza do que se supôs indiferença. Por tudo se passou. O longo silêncio, a ausência presente de quem não se queria fazer ver, mas era visto; não queria se fazer sentir, mas era sentido... até tentou esquecer, mas era a todo tempo lembrado.
Eram um e se fizeram dois num encontro que não foi de vidas, mas foi de almas. Eram momentos em que tudo que não eram eles era demais. Não havia mais nada, não havia que haver mais nada.
O que se fez só lhes sabem eles. E a distância imposta é o preço que pagam dentro da culpa que cada um tem. Um ao outro, magoaram-se os dois. Mas conhecem-se a si para que se dêem ao ombro que os confortará no momento de dor.
Não havendo físico, haverá o que é maior... haverá a simples certeza que ao oposto do que se pensará no agora, se lhes virá um ardoroso depois.

domingo, 20 de junho de 2010

O Brasil na Copa... Jogo número 2



Tá bom, tá bom... fizeram gol, ganharam outra, estão classificados para próxima fase (mesmo com Felipe Melo jogando e com o Dunga no banco). Então tá... sorria quem achar que é caso para sorrir; alegre-se quem achar que é caso para se alegrar. Só não venham me dizer que o time joga bem, porque não está. Seleção Brasileira com mais cara de Alemanha igual essa eu nunca vi... jogar no erro do adversário sem impor seu ritmo é pra acabar.
.
Post Scriptum: Acabei de ver no youtube o vídeo em que o deprimente técnico da seleção brasileira xingou o competente jornalista Alex Escobar, chamando-do de "um merda e um puta de um cagão" em plena coletiva de imprensa.
É uma excrecência que esse cidadão que se diz representante de um país e que prega tanto patriotismo, no momento em que lhe são conferidos os microfones para falar em nome da seleção que dirige dê tamanha demonstração de rancor, despreparo e falta de educação.
Ora, a medida que aceita assumir o encargo de dirigir o selecionado de jogadores que nasceram no Brasil (e nao a seleção brasileira) ele deveria estar pronto para lidar com os que discordam dele e, havendo o que rebater, que o faça com a razoabilidade que se espera de qualquer pessoa com o mínimo de decência e inteligência, que é o que ele nunca fez...
Dunga, faça-nos um favor: cala a boca!

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Brasil na Copa... um país que vai parar


Logo o Brasil (time dos amigos do Dunga) vai entrar em campo. Como acontece de 04 em 04 anos o Brasil (país) vai parar para assistir. Mas uma coisa está sendo dita pelos quatro cantos: não há a empolgação de outras copas. Antigamente, a essa altura, as ruas estavam pintadas, os muros tinham bandeiras, as camisas eram amarelas; adolescentes coloriam seus aparelhos, mulheres pintavam suas unhas... hoje não se vê nada disso.
Há quem queira colocar a culpa no Dunga. Eu ponho. Nunca a seleção brasileira foi tão antipática. A começar pelo treinador. O maior mérito do Dunga foi o de afastar o brasileiro da seleção. As outras seleções eram simpáticas. Nelas você tinha seus ídolos. Você torcia por jogadores que normalmente não tinha a chance de torcer. Nessa você não tem por quem torcer.
Lembro quando em 93 o Parreira convocou o Romário. Basta buscar na memória aquele dia e lembrar da capa da Folha de São Paulo que trazia uma foto do Baixinho fazendo embaixadas e sendo chamado de salvação da seleção. E foi. Depois daquele jogo contra o Uruguai eu me tornei “romarista”.
Depois, nessa geração mais recente, os brasileiros viveram a mesma sensação com o Ronaldo – hoje jogador do Todo Poderoso – a quem todos tinha o prazer de torcer pelo garoto “Ronaldinho”.
Os que tiveram mais sorte que eu, viram ainda uma seleção fantástica que tinha Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Éder, Oscar e até o Serginho, infelizmente no lugar do Careca. Você tinha numa mesma seleção ídolos do Corinthians, Flamengo, São Paulo, Atlético-MG, Internacional, e por aí vai. E todos craques.
Nos anos 70 o desfile de craques não era menor, se é que não era maior. Pelé, Rivellino, Jairzinho, Adhemir, Nelinho, Carlos Alberto, Tostão, Gerson, Leão, Zé Maria, Dinamite, Luis Pereira e tenho certeza que todo mundo pode lembrar mais um.
Andemos pra trás e acharemos tantos outros.
Mas daí eu pergunto: quem são os da seleção de hoje que são unanimidades nesse time escolhido pelo Dunga? Uma seleção repleta de reservas nos seus clubes é um acinte à história do futebol brasileiro. Quem é Felipe Melo (e acho que ele é expulso no 1º tempo hoje)? Quem é Elano (um volante muito mais ou menos e que vai ser o armador (?) do Brasil)? O próprio Kaká com aquele jeito bambi de bom moço não agrada muito, não. É bonzinho demais pro futebol, muito corretinho... muito chato.
Nessa seleção temos jogadores de times como Wolfsburg, Galatassaray, Lyon, Panathinaikos, Tottenhan e Santos. Só times pequenos. É inconcebível.
Mas o Brasil entra em campo e junto com ele, todos nós. Sim, porque nessas horas o extinto de torcedor fala mais alto. Todos xingaremos quando o “Fabuloso” fora de forma não conseguir fazer aquele gol cara a cara ou quando o Robinho pedalar e cair da bicicleta ou mesmo quando o Elano mandar uma falta na entrada da área pra lá do Cabo da Boa Esperança.
Então, contemos todos com o Júlio César, o melhor jogador dessa seleção. Agora, convenhamos: ter o goleiro como melhor jogador do Brasil é algo que “nunca antes na história desse país”.

sábado, 5 de junho de 2010

Contrapondo contrapontos


O que mais vem me preocupando é essa aparente postura de parcela do povo brasileiro que vem enxergando no presidente uma pessoa quase infalível. Essa parcela da população que tem se mostrado sempre pronta a defender todos os arroubos absolutistas de um presidente que na sua política populista cada vez mais “joga pra galera”.
Prova disso é o fato das políticas de Estado estarem se confundindo com a ideologia defendida pelos membros do governo.
É inadmissível que se queira pautar a política externa do país com base nessa ideologia ultrapassada de enfrentamento ao "imperialismo americano" onde – e desculpem-me os que não enxergam a falibilidade da "estratégia" do Chefe do Governo quando nas suas atribuições de Chefe de Estado – desde os primeiros momentos o governante brasileiro demonstra seu desprezo especial aos EUA. Ou não é um claro sinal de demarcação de posição os seus elogios e suas relações a Fidel, Chavez, Morales e agora essa lamentável aproximação com o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
O Brasil tenta marcar sua posição atuando em flagrante oposição aos interesses da maior parte do G-8 mostrando-se e colocando-se como alternativa a um resto de mundo que não se sustenta e que, em nome da sua própria sobrevivência, não escolherá o Brasil em detrimento dos demais Estados realmente importantes.
A importância do Brasil está no tamanho de seu mercado consumidor e nas suas reservas naturais. Os confetes que se lançam sobre o presidente e sua política por terem aparecido na CNN um pouco mais de vezes do que o normal é a maior prova de que o brasileiro se contenta com pouco. Basta que se fale bem do Brasil e estaremos todos sorrindo satisfeitos. Ora, o mundo sabe disso. Sabe que bastará sempre dar ao Brasil alguma função e o Brasil manterá sua “significância” nos debates sérios. E daí vem a posição de país que discursa na abertura da Assembléia geral da ONU (mero prêmio de consolação por terem deixado o Brasil de fora do Conselho de Segurança, mesmo tendo sido um dos primeiros países a se aliarem aos aliados na Segunda Guerra Mundial).
É claro que os ânimos se exaltarão e daqui às eleições só tendem a piorar. O país divide-se entre os que apóiam esse governo cada vez mais absurdamente corrupto e populista e aqueles que desejam ver a corja do mensalão, dos sanguessugas e tantos outros devidamente desalojados do poder.
Aparentemente são vários os que querem que esse governo continue. Isso preocupa. Eles começam a mostrar suas unhas. Preparam-se para tomar de assalto o Brasil. Do populismo para o autoritarismo é um caminho que eles estão dispostos a traçar.
Espero que não sejam legitimados por nós mesmos.

Epitáfios...


Escrevendo ou não escrevendo, acordado ou dormindo, vivendo ou não vivendo, o mundo continua seu giro, o tempo correndo e a vida matando. Talvez aquilo que façamos ou deixamos de fazer seja o que nos define na vida que vivemos ou que, pensamos, ainda poderemos viver.
Mas qual será o nosso epitáfio? Sim, em algum momento precisaremos de um. Se não formos nós a nos darmos aos outros a última frase que se nos atribuiremos, certamente outros nos atribuirão aquilo que pensam tenhamos sido nós.
Confesso que penso bastante na morte, o que não deixa de ser incoerente. Enquanto pensa-se na morte deixa-se de viver a vida que, por sua vez, não deve ser pensada, mas deve ser vivida.
A morte se experimentará uma única vez e, de preferência, daqui a muito tempo. O grande Mário Lago já há muito anunciava seu acordo com a morte, ela não procuraria por ele e ele não iria atrás dela; um dia se encontrariam.
Não sou dos que imaginam a morte como um recomeço, mas reconheço que não é menos absurdo do que acreditá-la como um portal para a vida eterna, em pleno regozijo celestial. (mas nessa eu acredito). São várias as teorias sobre o que se sucede ao inevitável, mas não há quem possa ter qualquer certeza...
Acho bom que se acredite em alguma coisa. Dá mais sentido para as vidas que não encontram sentido nenhum. Eu mesmo não sei qual o sentido da minha. Quais as experimentações que a justificaram. Quais as renúncias que se mostraram certas e as escolhas de que me arrependerei. Mas não me furto de pensar que ali na frente está o que me será certo, ignorando completamente o que me virá depois do acerto, mas torcendo para que sejam novos acertos de uma vida que se fará longa.
Se será feliz não posso dizer. Estejam os que gosto comigo e daremos um jeito. Surjam os novos e me entendam e talvez eu tenha sorte.
Mas é certo que mesmo na solidão dá pra se achar algum tipo de prazer...
Meu epitáfio? Ainda não sei, mas estou trabalhando nele. E o teu?