“A lágrima negra fez
rolar
dos seus olhos
cheios de dor”
Se não há amor, não há vida! Onde não há vida, há morte!
E o coração sangra ao ritmo de mil e uma canções de
tristeza.
Quantas são as vidas que vivem se sentindo presas à dor
inevitável?
À dor de ser a vida que são: reduzidas ao nada que sempre
serão?
O colo está vazio na espera eterna de quem lhe venha ocupar.
O copo está vazio do líquido nefasto de quem bebe para não
acordar.
Esquecer? É inútil! É mera tentativa vã de quem ainda tem
coração que bate.
Ritmo cada vez mais lento, descompassado, mas atento à espera
do som da sétima
que anuncia o
fim.
O abraço que tinha os braços abertos foi rejeitado.
Ao mesmo tempo, o amor que se havia (e era real) foi obrigado
a morrer sufocado de si.
Por si e pelo outro, alguém renunciou o que desde sempre havia
para ser.
Mas se houvesse mesmo que ser, teria sido.
Se não foi, é porque nunca será.
Ah! Malditas sejam as noites escuras e frias em solidão.
A companhia da vida ainda é a dor.
A morte é o alento da vida: mas ela custa chegar!
Pede-se, então, clemência aos dias.
Eles se riem e as horas continuam a passar.
Mais um dia! Menos um dia! Quantos mais dias até acabar?
Não! Não! Não!
Não há dor que se justifique na vida
E nem haverá vida se imerso em dor.
Mas dói.
E de tanto que dói, ainda assim, desatina a doer.
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