Se eu morresse amanhã, quanto
tempo sentirão minha falta aqueles poucos que penso que serão? E será que serão
mesmo aqueles que penso serem os que serão?
Haveria quem eu nunca soubesse
que tinha o carinho que não existia em quem eu tanto queria? E que agora, de
longe, calada, chorava a falta que só ela sabia?
Ah! Quantos terão sido os meus
amores realmente amados, vividos ou não vividos, muitas vezes calados?
Quantos teriam sido os desejos e
as paixões que terei levado comigo e que tinha que ter dito, muito embora tenha
(agora pra sempre) calado? Não seria melhor sempre falar e deixar que quem se
ama se saiba amado mesmo que agora eu já não possa mais amar?
A vida pode acabar tão rápido que
é bobagem calar, se proteger ou pensar que o melhor é se preservar de sentir seja
o que for...
Se eu morresse amanhã, quantas serão
as felicidades que desejei, mas que não assistirei por ter morrido amanhã?
E quantas serão as saudades
sentidas pela minha falta de vida? Quantos sorrisos deixarei de assistir e
quantos outro deixarão de, por minha causa, sorrir?
Quantas desculpas eu ficarei
devendo e quantos terão sido os perdões que deixarei de perdoar?
Se eu morresse amanhã, qual seria
a lembrança de mim? Gostaria mesmo de ser lembrado da forma que os outros me
lembrarão? Ou deveria ter sido melhor, logo eu que gostaria da melhor lembrança
quando se lembrarem de mim?
Se eu morresse amanhã, voltaria
depois, acabaria pra sempre ou assistiria as vidas que gosto de um infinito de
onde tudo vejo, só que ninguém me vê?
Que triste seria morrer amanhã...
Mas se eu morresse amanhã, alguém
choraria o amor que não me disse ou lamentaria o amor que me recusou?
Haveria gratidão n’alguma vida
que nessa vida se encontrou com minha vida agora sem vida? Terei eu feito algum
bem?
Se eu morresse amanhã, o que
realmente perderia além dos dias da pouca satisfação que parece ser regra nas
muitas vidas?
Quão mal seria morrer amanhã?
Mas ainda assim, não pretendo
morrer tão cedo, muito menos amanhã...
Um comentário:
muito bom professor ......
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