Porque muitas vezes a gente fica
tempo demais parado lamentando tudo o que não fez, todo o tempo que passou,
cada encontro que perdeu e, nisso, vai só acumulando mais instantes não vividos
pra lamentar depois.
A vida tem esse jeito estranho de
marchar pra frente num ritmo que nem sempre é a gente que dita, mas em relação ao
qual a gente também não precisa simplesmente se conformar. É tudo uma questão
de assumir a responsabilidade por tudo o que fez, desfez e não fez e, então,
tocar em frente.
E tudo isso sem maiores medos. Já
dizia o cronista esportivo: “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. Quantas
vezes a gente fica se escondendo do que pode vir a ser, justamente por medo de
que isso que venha a ser? Alguns com medo da frustração, outros com medo que dê
certo e que, daí, não saiba – ou não tenha mais – o que fazer (para muitos, às
vezes a ilusão é mais interessante que o mundo real). Com esse medo todo, é como
se sentir dor fosse um problema ou se ferir fosse apenas um ruim de onde não
venha nada de bom.
Antes de mais nada: se ferir é,
sim, inevitável se quiser jogar esse jogo da vida. Mas e daí? Não jogá-lo
parece uma opção bem pior. E digo mais: não tem por que deixar que uma tristeza
tire a vontade (nem a coragem) de se sentir feliz. Nem que uma dor ou uma
lágrima impeçam que se abra aquele sorriso que sorri até com o olhar.
Mas seja como for, é vida vivendo
e se é que se pode dizer que esse blog tem um lema é o de que “se a vida vive,
ela tem mais é que viver; e com a gente ‘vivendo
ela’, não ela vivendo a gente”. Vida vivendo com seus risos, sorrisos,
gostos, gozos, companhias... mas também com suas dores, tristezas, choros e
solidão. O que vier a gente topa e com o que vier é que a gente faz... a gente.
A gente faz aquele instante que
deu errado, dar certo; a gente faz aquele encontro que não foi, ser. Se precisar
pedir desculpa, a gente reconhece o erro; se precisar desculpar, a gente
esquece o erro. Porque a gente entende que a vida não é o que a gente acerta,
mas o que a gente faz daquilo que a gente fez.
Ou seja, a gente não espera que
tudo dê certo. A gente só não vai passar a vida se importando com o que deu
errado. A gente não vai ficar chorando o que não foi ou doendo o que queria que
tivesse sido. A gente não vai ficar se arrependendo do tempo investido ou de
quem não precisava ter tido (nem sido). Mas também não vai deixar de continuar
querendo encontrar, descobrir, conquistar, ter e viver. A gente vai se deixar
ousar e não vai se importar se vai doer se um dia, por acaso, vier a perder. Porque
com o tempo a gente aprende que não conseguir faz parte, mas que não tentar é
morte. E a proposta é de vida! (viva a vida o que tiver pra viver).
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