A vida tem dessas coisas. Às vezes
a gente pensa demais e faz de menos, às vezes pensa de menos e acaba fazendo demais
e, de um jeito ou de outro, acaba se arrependendo de algo. Algumas vezes se
arrepende do que fez, outras se arrepende de não ter vivido.
Mas até que ponto vale a pena ter
dúvida sobre o que se deve viver?
Certamente haverá quem diga que há
aqueles que vivem a vida “fazendo o que é preciso que se faça”. Mas até esses
parece que fazem o que é preciso que se faça para alcançar um resultado que
tenham previsto ou desejado. Digo isso porque, a mim, parece que sem desejo não
pode haver ato, não pode haver ação.
E isso se aplica a tudo na vida. Desde
o encontro de um casal até você renunciar algum prazer em nome de uma
realizAÇÃO, deve-se sempre partir do entendimento do que se quer. Deve se saber
que quer e entender o quanto quer para que, então, faça o que “tem que fazer”.
Talvez isso explique tanta gente
se sentindo presa, como se não conseguissem sair do lugar, sentindo-se sem
forças para reagir, para fazer o mínimo que parece necessário para realizarem pelo
menos o mínimo que lhes é exigido dentro da rotina a que têm aderido e em que
se têm sucumbido: muitos vivem o que precisam viver, mas não o que querem
viver.
Quando penso no que pode deixar a
vida mais pesada, mais enfadonha, menos ou nada prazerosa, sempre me ocorre
essa disputa entre “querer e precisar”. É claro que precisamos “batalhar nossa (sobre)vivência”,
mas até que ponto é por isso que acabamos estagnados no medo de não conseguir o
que queremos e que, então, “nos (des)contentamos” com aquilo que nos ocupa os
dias sucessiva e incessantemente?
Vale a pena ficar preso no que
não gosta, no que não satisfaz, no que não acrescenta vida – mas tira vida – só
porque paga as contas? Será que somos tão incapazes de conseguir algo próximo
do que já temos, mas vivendo algo que verdadeiramente queremos, de modo que não
precisemos mais lutar contra a falta de vontade de sair da cama, de casa, de
sair da gente (porque viver isso é tão ruim que nem mesmo a gente está onde o
corpo precisa estar e, por isso, até a alma se recusa permanecer)?
O que precisamos fazer para
termos a vida que queremos? Se é para fazer o que é preciso, que seja para algo
que vá além desse, simplesmente, “preciso”. Se é para renunciar alguns
prazeres, que seja em nome do que, realmente, venha a dar prazer. Prazer de
verdade. Prazer duradouro, que satisfaça, que complete, complemente. Que justifique!
Se é para sentir a dor da renúncia, que a renúncia tenha razão; se é pra sentir
o peso do arrependimento, que ele venha de não ter conseguido o que se tentou
quando se quis, mas nunca que ele venha daquilo que não se teve coragem de
admitir que queria pelo medo do julgamento que viria de quem te soubesse ou que
viria se você não conseguisse.
Não existe motivo pra ficar preso naquilo que não é o que você se quer. Não existe motivo pra ficar patinando sem sair do lugar que não te pertence. Não existe motivo pra ficar com medo de não conseguir o que se deseja. O que não pode é abandonar o sonho que sonha à sorte que não depende de você. A vida foi dada para ser vivida. Então é hora de tratar de viver.
Não existe motivo pra ficar preso naquilo que não é o que você se quer. Não existe motivo pra ficar patinando sem sair do lugar que não te pertence. Não existe motivo pra ficar com medo de não conseguir o que se deseja. O que não pode é abandonar o sonho que sonha à sorte que não depende de você. A vida foi dada para ser vivida. Então é hora de tratar de viver.
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