Essa semana me deparei com uma frase
da Fernanda Mello. Nessa frase ela dizia que “amar virou coisa de gente
corajosa”. E mais uma vez a Fernanda acertou. Nos dias atuais só quem é muito
corajoso tem se atrevido a amar (e alguns precisam de coragem para se atrever
até a quererem amar).
De minha parte, amar é sinônimo de
felicidade e a felicidade
não é uma estrada que se atravessa sozinho. Cada dia eu concordo mais com Tom Jobim
quando canta que fundamental, mesmo, é o amor e que é impossível ser feliz
sozinho.
Acredito do fundo do meu coração que todos merecem achar a paz e a felicidade, ao mesmo tempo que, a mim, o que me parece é que todos os querem por igual, até porque, a reclamação que mais ouço e leio,
seja de homens, seja de mulheres é a de que o difícil é encontrar alguém.
Pra mim, o que acontece é que as pessoas andam tão machucadas pelo
mundo atual, que parecem desistir. Andam se
sentindo tão negligenciadas pelo mundo exterior, tão abandonadas por aquela sensação
de alegria, que se escondem dentro de si mesmas, achando que se primeiro se
cuidarem de si, aí sim, estarão prontas para se permitirem estarem (e não se
entregarem) para o outro.
Mas não. O risco que corremos é o de,
por causa de um ou de uma idiota, não nos estragarmos para quem nos mereça, nem nos
estragarmos para quem está ali, só esperando a chance de nos fazer feliz e
nos dando a chance de fazê-los felizes também. Por causa de um “não”, viramos
às costas a todos os “sim” da vida e fugimos assustados para baixo da nossa
cama, revirando-nos numa dor que não tem que ser nossa... ninguém merece o
nosso sofrimento.
Esse papo de que a gente precisa primeiro ficar bem com a gente
mesmo e, só depois, partir pra outra, é conversa. Balela de gente medrosa que
por medo de sofrer prefere não se apaixonar.
Tudo bem que a gente é gente e gente
tem medo. É normal. Mas não é bom. O problema é que, ao fim de uma relação, ao
tempo seguinte de uma experiência ruim, a dor passa a ser a lembrança mais
recente que a daquele começo gostoso (e que é sempre gostoso!) do início de se
apaixonar.
Basta que nos apeguemos à nossa
própria experiência de saber que o fim de um amor não é o fim de uma vida e que
se um sonho não vai seguir até que se realize, basta que voltemos a sonhar e
comecemos outros. Sonhar acordado com a felicidade também é uma forma de ser
feliz.
Não precisamos lembrar de como éramos
felizes com aquele/aquela que não souberam ou não entenderam a sorte de nos
ter. Não precisamos lembrá-los doces. Olhemos para eles como os que não tiveram
a chance de aproveitar a nossa melhor fase e prossigamos sem medo pra ela.
Vamos à diante. Sorriremos e seremos felizes.
E, cá entre nós: se você fizer o que é
importante pra você, mesmo que pensando também no outro, a consequência será
aquilo que for melhor pra você, ainda que, muitas vezes, o melhor seja esse outro
(estúpido?) bem longe de você.
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