A frustração é um sentimento
interessante. É um dos poucos sentimentos de que a gente não pode culpar
ninguém. A culpa é exclusivamente nossa, porque somos nós que as criamos a
partir de uma construção que leva em conta todos os sonhos que projetamos
realizados a partir da existência de alguém.
Mas quando eu falo em culpa, não
é no sentido de punir alguém. Pelo contrário. A frustração tem que ser
entendida como um sentimento que, se ruim, também é bom. A frustração é a maior
prova de coragem de um indivíduo que mesmo não sabendo se haveria um “sim”, não
usou temer o “não”. E, no mais, só se frustra quem se permitiu acreditar no
sonho que lhe fez feliz.
Sonho em que se é feliz já é
parte da felicidade. Não sabermos o amanhã não impede de deseja-lo e se, por
qualquer razão, o amanhã for outro, que seja. Logo virão mais amanhãs. E com
eles mais dias contentes que trarão sonhos contentes que acontecerão ou não. E
depois disso? Mais amanhãs.
Enquanto isso, continuamos sendo
a exata medida das nossas verdades e disposição. Nos mantemos postos ao alcance
da intenção do que ou de quem pensamos, quisemos e até tentamos, mas que – pelo
menos por enquanto – é apenas a ideia ousada e não querida que ainda vai custar
sarar.
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