O livro que não leu, o filme que
não viu, o amor que não declarou, a matéria que não aprendeu, a viagem que não
fez, o amigo que não conheceu ou a paixão que não viveu. E daí? Eles estão logo
ali. Ao alcance da tua atitude.
A vida vive para frente e o que
não fez tem que ser a história prestes a mudar. Lamentar o que não viveu não
vai trazer vida. Não resolve. Só tira mais do precioso tempo de viver.
A vida vive para frente e viver
não tem que ser questão de opção, mas de tesão. De encarar o tempo com a gana
de quem quer possui-lo mais do que ser possuído. Com olhos de quem sente o gozo
perto e possível. Olhos penetrantes de quem aumenta o ritmo quando sente que o
que quer lhe chega e não para nem depois de conseguir, porque vive no desejo de
sentir e não na folga de quem já se teve sentido.
A vida vive para frente e para
frente sempre se tem o que viver. Para frente não importa o que não houve.
Importa o que vai ser. O que se vai
fazer. O que se quer... viver.
Olhar para trás é o jeito errado
de viver para frente. As escolhas de antes tiveram as circunstâncias de antes.
Foram o que tinha que ser, mesmo que hoje pareça que não devessem ter sido o que
foram.
Ficarmos bravos com quem fomos no
nosso passado não passa de desculpa “mal dita” de quem não quer entender que a
responsabilidade com o que será no futuro depende do que faz no único tempo que
existe: o agora. Remoer o passado é distração inútil e injusta. Apenas sonhar
com o futuro é frustração certa, mas lutar pra que ele chegue contente é um
dever mínimo de quem se quer bem.
Se você respira, sonha, deseja e
tem forças, tem tudo o que precisa para recuperar o tempo que acha que perdeu. Contudo,
seja gentil consigo e entenda que o tempo que passa também é experiência que se
acumula. Experiência que também tem que olhar pra frente e que se recuse a repetir
passos, mas que trilha seu caminho, consciente de que o ontem não lhe importa e
que a vida de hoje é só – e tudo! – o que tem. E basta. É exatamente o que
precisa para viver a intensidade de quem, tendo vivido bem, saberá de si tudo,
menos que é alguém que por falta de coragem viveu sem escolhas, como se fosse, desde
sempre e pra sempre, seu próprio refém (e apesar de tudo o que pode viver no tempo
que tem, mas não fez).
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