Em minha opinião, o problema está
no fato de que ninguém está na cabeça e nem na história de ninguém. Muitas das
coisas que o homem ou a mulher desejam têm a ver com o que lhes fora introjetado
ao longo da sua existência. Muitas demandas que o eles tenham nessa “batalha de
amor” só fazem sentido para ele ou ela porque essas demandas têm a ver com o ser
que ele/ela se fez e é justamente por essa razão que nem sempre fazem sentido
para o outro do relacionamento que tem a sua história, anseios e crenças
diferentes a respeito da vida, do amor, enfim, de tudo.
Assim, se nem sempre o desejo de
um faz sentido pro outro, não é certo e nem justo que se exija (ou se espere)
que esse outro lute pela felicidade daquele que não é ele, quando é só um que
sabe o que tudo o que deseja significa para si. O outro é, no mais das vezes,
um eterno ignorante sobre tudo o que não lhe é passado.
É por isso que, no meu entender,
quando se fala em relacionamento feliz, ele só pode existir mediante o encontro
de duas felicidades e, nesse sentido, defendi, defendo e defenderei o
relacionamento como sendo o encontro de várias individualidades, bem
satisfeitas em si, em que se abre mão de uma parte da própria individualidade em
prol de parte da individualidade do outro. Nunca essa bobagem de dois serem um,
mas sim, de dois serem par em busca de uma vida ímpar.
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