Nem sempre é das tarefas mais
fáceis diferenciar insistência de persistência.
Sem dúvida os mais vitoriosos são
aqueles que não tiveram problema em ser persistentes na busca pelos pódios que
se queriam. Enfrentaram medos, contratempos, desânimos e desanimadores sem
perderem o foco que já tinham definido desde antes de sua caminhada.
Já o insistente é aquele que às
vezes não sabe o que quer ou mesmo já
até sabe que nem quer, mas ainda assim, continua repetindo os mesmos caminhos,
as mesmas falas, os mesmos erros.
A persistência é o segredo de
qualquer sucesso; a insistência é o motivo da maioria dos desacertos.
Insiste-se no que não nos
pertence. Persiste-se no que ainda nos pertencerá.
Muitas vezes insistimos em sermos
quem não somos e, nisso, repetimos vários comportamentos que nos afrontam, fazemos
e aceitamos toda uma sorte de escolhas que nos ofendem e erramos, de novo, os mesmos
erros que um dia já nos fizeram mal. Insistir nem sempre é muito inteligente.
Nem com a gente, nem com o outro (mesmo que esse outro, por algum tempo, também
tenha sido parte da gente).
Que sejamos persistentes pode ser
nossa melhor qualidade.
Que sejamos insistentes pode
estar entre os nossos piores defeitos. Mas insistimos! Insistimos em não ouvir
que nos quer bem, em não houver até mesmo aquela voz interna que nos faz intuir
que o caminho que escolhemos está longe de ser melhor ou insistimos em dormir
tarde e acordar ainda mais tarde e com isso render menos ou nem mesmo render.
Insistimos em fazer contas que
não saberemos como vamos pagar e, se o dinheiro não é um problema, corremos os
riscos de insistir em termos mais coisas do que aquelas que vamos, mesmo, um
dia precisar.
E no mais das vezes, ocupados com
o tanto que insistimos com o que é errado e com o que não nos acrescentará,
esquecemos de persistir no caminho que nos levará para onde sabemos que devemos
e podemos chegar. Ocupados com a insistência num relacionamento que não
funciona, num estudo que não satisfaz, numa profissão que não dá prazer,
esquecemos que o relógio não para, que o tempo não para e que, com isso, os
dias vão passando e vão formando semanas e meses e anos e, quando pensamos que
devíamos estar mais perto de sermos quem poderíamos ser, é que nos damos conta
e enfim nos percebemos cada vez mais e mais distante daquele que, não importa o
que insistirmos, jamais seremos.
E na exata medida que insistimos
em tudo que de nada nos serve é que também insistimos em não persistir.
Todos nós temos sonhos, temos
desejos, temos força, inteligência e vida. Mas muitas vezes falta a coragem de
enfrentarmos nossas próprias resistências. Temos tudo o que precisamos para que
alcancemos tudo o que queremos, mas talvez no mundo de hoje, o que mais nos
falte é o que mais se carece para ter persistência: que nos haja paciência.
Estamos cada vez mais ansiosos,
impacientes, achando que a nossa vida, no que tinha pra ser vivida, já se viveu
e que todo o nosso passado não passa de tempo perdido, não realizado. Mal damos
valor ou nos importamos com toda a vida, experiência e conhecimento acumulados.
Na ânsia de chegarmos aonde
julgamos que já deveríamos estar, esquecemos que a vida é um processo a ser
experimentado e não definido, recomeçado e não concluído.
Erramos quando olhamos o outro e
presumimos que seu sucesso é maior do que o nosso fracasso tão retumbante.
Erramos quando pensamos que não
estarmos “lá” onde pensamos, é estar no lugar errado em que não deveríamos.
Em compensação (nos) acertamos
quando concluímos que o melhor lugar para estarmos é no conforto de sermos nós
mesmos, líderes de nossas ideia e ideais, convictos de nossas escolhas e
responsáveis por cada uma de suas consequências, sempre cheios de uma maior
disposição para o novo que a vida sempre nos fará chegar.
Se até agora tudo que foi feito
foi errado, a solução é mais do que simples: não insista.
Fez tudo o que devia e o
resultado foi outro, viveu tudo o que devia, mas o cenário mudou? E daí? Pouco importa.
O que importa é não parar de buscar a si na vida que só pode ser vivida por
quem enxerga através dos olhos que nossos corpos emprestam. E é aí que a gente
recomeça, refaz, inicia tudo de novo e, de preferência, de um jeito todo novo,
sem que sejamos a cópia mal feita baseada na pouca lembrança que temos de
momentos que nem sempre foram nossos melhores momentos.
Assim, se você tem um alvo, um
sonho ou um desejo, só há um segredo – que é tão certo – que jamais vai falhar:
persista sempre no que é certo, jamais deixando de buscar aquilo que você tem
certeza de que é tudo o que você pretende alcançar!
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