E no dia de hoje se celebra o
centenário do nascimento do mais apaixonado dos maiores poetas da língua
portuguesa. São os 100 anos do homem que não teve medo de amar, de amar de novo
e amar o novo (ou a nova). Aniversário do homem que amou eternamente enquanto
durou o amor e que escreveu esse amor como até hoje poucos nessas muitas eras:
VINICIUS DE MORAES.
Vinicius é, sem dúvida, digno de
todas as boas notas e louros e louvores à sua grandeza enquanto homem; homem
das letras, das músicas... Vinicius falou, cantou, pensou, sentiu e viveu o
amor. Amou suas mulheres (09 esposas); amou seus amigos; amou a poesia.
Vinícius amou; simplesmente amou.
Vinicius é – assim, no presente,
porque os grandes morrem, mas permanecem vivos – o melhor "mau"
exemplo a se seguir: apegou-se, antes de tudo, a si mesmo. Não parecia passar
vontade e nem temia seus excessos de quereres e experimentações. Vinicius não
vivia amores pela metade, nem se permitia apenas sonhar acordado com o que
podia ser real. Antes, era o amante inquieto pela urgência de amar (certamente,
até mais do que ser amado). Vinicius ia quando o amor chamava e ficava enquanto
havia chama no amor (amor que não era imortal). Mas Vinicius é. Em algum
momento, todos nós já citamos Vinicius (infinito enquanto dure; por toda a
minha vida; por causa do amor; pra viver um grande amor; filhos por que
tê-los?; chega de saudade...).
Vinicius não está entre nós, mas
está sempre entre nós. Se seu corpo não sobreviveu ao cigarro, ao whisky, ao
excesso de humanidade que nele era tanta, seu amor tão amado o faz mais vivo do
que muitos sobreviventes que não se dão, não amam, não choram e nem rasgam o
seu coração.
Vinicius viveu a sua urgência de amar
e dela fez sua poesia e sua canção. Vinicius ensinou que a felicidade até tem
fim, mas é linda e sutil como a gota do orvalho (e é também uma coisa louca);
Vinicius ensinou que, ainda assim, é melhor ser alegre do que ser triste.
Vinicius que foi o branco mais preto e fez bonito pelo nome do Brasil, sempre
cantando a beleza que passava ao caminho do mar do Rio (que é Brasil). Ou o
descanso de uma tarde em Itapuã, que também é Brasil.
Ah, Vinicius, quem dera se todos
fossem assim feito você. Quem dera eu fosse só um pouco um pouco de você. Você
que tinha em si a coragem de ser - pra valer - aquilo que – disfarçadamente ou
não – somos todos nós. Pra onde quer que você esteja, Vinicius velho: saravá!
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