As pessoas andam pessimistas. Cada
vez mais as pessoas duvidam da felicidade – e eu já nem ouso me referir à
felicidade enquanto um estado de espírito recorrente. As pessoas parecem já
duvidar até da possibilidade da simples felicidade experimentada num instante
em que tudo parece bem ou bom.
É triste, mas é isso. Ao que
parece a grande maioria de todos simplesmente desistiu. As pessoas não contam
mais com a felicidade como um objetivo a ser alcançado. Lavaram as mãos.
Jogaram a toalha. Agora, se vão à luta, o fazem em busca de alguma outra forma
de satisfação. E é aí que fazem tudo errado, metem os pés pelas mãos.
Quando as pessoas começam a achar
que nasceram para ter a vida que não querem (ou que são quem falharam ser), são
tomadas por um sentimento que encobre o que pode haver de bom. Nem tudo dá
errado, mas nessa fase parece que tudo dá errado. Deixam de olhar para o que
têm e lamentam tudo aquilo que – muitas vezes – não têm porque, de verdade, não
querem. Se quisessem, teriam.
Perdem-se em tantos quereres que
acabam perdidas de si. Ficam presas numa vontade, numa fantasia, numa mentira
que é só causa de insatisfação. E o resultado disso? Mais pessimismo! – o que, trocadilhos
à parte, é péssimo.
E começam a mentir pra si mesmas.
Escolhem exclusivamente o agora. Abusam do carpe
diem. Vivem loucamente como se não houvesse o amanhã porque sonhar o depois,
se vendo triste, é ser triste duas vezes e por antecipação. E daí, pra dizerem
que não são sozinhas, buscam o sexo sem compromisso, o álcool sem controle, festas
e mais festas sob o som de uma música que cala qualquer pensamento com o objetivo
de que as pessoas não olhem para si e reflitam o quão pobre de si mesmas são.
Elas querem preencher o vazio da falta de uma companhia, mas parece que nem
consideraram a ideia de – efetivamente – terem uma companhia.
A maioria das pessoas não quer,
realmente, por exemplo, transar pelo simples prazer do sexo. Eu não quero, você
talvez também não queira. Você quer carinho, você quer ternura, quer beijos
antes, durante e depois. Quer um prazer completo que venha do encontro de outra
alma que se enamore de você até mais do que os corpos se desejam um ao outro.
Mas muitas vezes, como desistiu de ser feliz, acha que não encontrará o sexo
que, mais do que transa, seja um encontro de amor. E então transa! Um hoje,
outro amanhã, talvez até repita algum por uns dias, mas não passa de transa e,
se tiver sorte, orgasmo (que até te deixa leve, só que leveza não é felicidade
se, no outro dia, tua vida ainda é vazia).
Você não quer, realmente, ser uma
mulher profissionalmente bem-sucedida, inteligente, independente e que vive
sozinha. Mas daí você pensa que a vida a dois anda tão difícil, começa a achar
que os homens querem mulheres fúteis, dessas que acham que a vida é malhar
perna e glúteo capazes de tudo e sem qualquer inibição e, por pensar que não te
quererão quando você quiser, faz de conta que é você que não quer ninguém e nem
percebe quando ao teu lado está alguém que quer mudar tua vida pra uma nova
vida melhor do que a que você sempre sonhou. Mas é que você cala, porque tem
medo de sonhar. E fica se lamentando calada e mentindo pra si mesma dizendo que
tudo está sendo como você pensava que deveria ser. Você até escolheu assim. Mas
por um motivo que te enganou.
Não se prenda aos “nãos” da vida
por medo de que não te venham “sins”. Não tenha medo de tentar de novo porque
não conseguiu até agora. Não tenha medo de chorar quando o contrário do choro é
riso. Apegue-se no que pode dar certo. Permita-se. Se entregue a uma vida que
seja 100% você: você com vontade de você sendo quem você quiser ser.
Não se amarre ao passado e nem
sujeite teu futuro ao sonho de um tempo que não virá. A vida anda pra frente e
é pra lá que se deve olhar. Não lamente a sorte que não é tua e nem se esconda
do presente, esse sim, teu. Faça! Vá! Corra... pros braços que te querem, pra
vida que te espera, pro futuro que já é. Queira o novo, mesmo que seja querer o
que já se tem de novo e de novo. É possível amar e re-amar um amor que sempre
se deve renovar.
Querer, pensar, sofrer,
lembrar... tudo é escolha, inclusive deixar de viver (e ser você) por medo do
que pode vir a ser continuar. Mas não tema! Viva! Só que viva você...
Nenhum comentário:
Postar um comentário