E é quando eu me pego pensando
nas várias vezes que alguém diz: 'ah, sei lá como que tá. Eu sei que peso o que
é bom e o que é ruim e continuo porque, apesar de tudo, o saldo fica mais pro
bom'. E daí eu pergunto: qual é a vantagem? Até que ponto vale a pena ficar com
o mais ou menos porque ele é um pouquinho mais do que menos? Até que ponto vale
se alimentar das eternas ausências como forma de compensar o que falta no
momento de agora? Se faz falta, deixa o que não satisfaz e vá atrás do que te
faça melhor do que está agora.
Tudo isso é absurdo. Sim, porque
é absurdo sermos reféns das nossas próprias escolhas, na medida em que o
controle da nossa vida é nosso e quem a vive – se ela vive! – somos nós.
A partir daí, até que ponto viver
o parcial é melhor? Até que ponto fazer parte de um grupo ou de um instante é
realmente mais eficiente do que estar sozinho? Quanto vale a pena querer ser
aceito e, em nome disso, deixar de se aceitar? Quanto vale a pena insistir no que não há, no
que já foi, no que nem foi ou nem será?
Olhamos o passado que nos
sonhamos e estamos presos a ele. E, muitas vezes, ele não tem mais nada a ver
com o nosso presente. Mas ele está ali, sempre pronto a prejudicar o nosso
futuro.
Presos no mais ou menos,
contentes nos nossos descontentamentos, deixamos de buscar e querer e contar e
aproveitar o que for arrebatador! Pode ser que até que não chegue, mas vale a
pena buscar. Queiramos a melhor risada, o melhor beijo, o melhor abraço.
Queiramos o amor mais quente, o prazer mais forte, o grito descontrolado de
quem pede. De quem pede mais. Sempre mais! Nunca menos. Menos jamais.
Mas ao invés disso, muitos de nós
teimamos em continuar crendo no que teimamos achar que nos é importante, e então,
não entendemos a falta de vida que, invariavelmente, sentimos.
Isso é tudo porque é menos a
atenção que temos prestado em nós do que a importância que damos para todos
outros que não são nós e para tudo aquilo que, de verdade, nem queremos mais
pra nós.
Até que ponto vale a pena?
Nenhum comentário:
Postar um comentário