sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tempo do Meu tempo nesses tempos


Como as estrelas que brilham lindas na noite que se faz escura,
E dão beleza (e cor) ao que antes era medo e escuridão
Tu és quem enche de brilho mil vidas e à vida triste traz sentido e razão.

Como o som que desfaz o silêncio,
Tens em ti a presença mais doce e um encanto tão bom
Que a simples lembrança tua leva embora a solidão.

E mesmo que teu jeito menina disfarce tua força mulher
És tanto mais que tantos e tantas e muitos,
Que tens em ti a força de seres quem quiser.

De longe de onde posso, te vejo!
E de te ver o pouco que cuido, te gosto!

Ah! Aproximar-me de ti é temer que o encanto que já é grande
Distraia-me e seja só a tua imagem que me fique
Olhe eu para onde olhar quando não houver você.

Por tua causa sou quase como o louco!
Cismo o sonho atrevido que te sonha
E sonho, (re)sonho e, acordado, insisto em te voltar a sonhar.

És meu encontro acontecido sem ter sido
E o adeus que me recuso acenar.

És o tempo do meu tempo feito tempo pelo teu tempo
O início da minha loucura e o instante do meu bom senso.
És querer que me faz bem
E o fim que me recuso aceitar. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Homens, Mulheres, Amor, Sexo... O Mundo já foi mais romântico.


O mundo está menos romântico. O pragmatismo tem tomado conta do mundo. Cada vez mais me parece que as pessoas fazem o que é necessário, deixando de lado o ideal, o bom. As vontades são objetivas e as intenções cada vez mais egoístas. “Faço porque preciso”. “Faço porque devo”. As decisões são tomadas como se sua única consequência fosse o instante de agora, como se não refletissem o depois que virá. Estamos mais egoístas.
Nas nossas relações parecemos mais dispostos a tolerar o outro dentro de sua utilidade do que gostar com uma sinceridade que justifique a satisfação de sua companhia. E à medida que somos egoístas, sentimos o egoísmo do outro e estabelece-se uma dinâmica em que as pessoas vão se protegendo da indiferença umas das outras, distanciando-se do que é de verdade, e contentando-se com o fugaz, na expectativa de que assim machuque menos. Mas machuca mais.
O mundo está menos romântico. Daqui a pouco falarei do romantismo nas relações de homens e mulheres, mas aqui, nesse primeiro momento, romantismo me surge em sentido amplo. E o mundo está menos romântico.
As pessoas não desfrutam dos momentos. Antes, superam esses momentos. Não olham mais o pôr ou o nascer do sol, apenas veem que já é a noite ou já é a manhã de um dia/noite que não perceberam passar.
Os casais, por sua vez, conversam menos uns com os outros porque as tevês em cômodos distintos os livram do silêncio constrangedor ou da obrigação sacra de se bastarem e as essas pessoas, ao invés de se verem, conversam com as fotos umas das outras por detrás das telas dos computadores.
Estamos próximos de muitos, mas cada vez mais distantes de todos.
E onde vejo esse maior mal é nos relacionamentos de homens e mulheres.
Por alguma razão que, provavelmente, é culpa de nós homens, o sexo também está ficando pragmático. Parece estar perdendo seu encanto. É mais um ato como outro qualquer. 
Hoje, transa-se para saber se gosta. A impressão que se tem é que se banalizou de tal forma que, se antes o sexo era consequência de gostar, hoje, gostar é consequência de se transar. E isso parece bom, mas, ao mesmo tempo, não é.
Tenho visto casais que se formam na cama. Para saber se combinam, não importa se gostam das mesmas coisas, como também, parece não importar se sua companhia faz bem um para com o outro, se riem quando estão juntos, se sentem falta quando estão longe. O que querem saber é se o sexo é bom.
Talvez eu também padeça de falta de romantismo já que não chego ao ponto de achar que o sexo só é bom com quem se ama. Pelo contrário. Sei bem que o sexo pode ser bom quando feito com vontade, desejo, paixão. Isso não se acha só com amor. Mas trago comigo a certeza de que ele é infinitamente melhor quando consequência e não causa. Ele é verdadeiramente bom quando consequência da intimidade, do bem querer, do gostar, do conhecer e querer continuar conhecendo. Quando o desejo nasce disso, ele é genuíno e o sexo passa a ser o próximo passo dentro de um acontecimento natural. 
Não tem jeito. Sexo por necessidade é a mesma coisa que sexo por obrigação. E nada que é obrigação é legal. Não dá pra ser tão bom assim.
Hoje em dia, sedução parece ser artigo de museu. Coisa de filme antigo. E, quando se pensa em sedução, ainda confunde-se tudo.
Seduzir não é vestir uma lingerie nova ou insinuar que conhece todas as técnicas do kama sutra que a NOVA publicou no último mês. Sedução também não é abrir a porta do carro mais caro ou vestir a roupa e usar o relógio mais em alta. Não é arrepiar o cabelo ou deixar o vestido subir quando você dança até o chão. 
Sedução é se tornar interessante todo dia e a cada dia. Sedução é como a dança dos 7 véus em que a cada instante se revela um pouco sem que se mostre tudo. Sedução é o mistério revelado sempre com mais um a revelar. Isso torna tudo mais interessante.
Antigamente se valorizava a sutileza do flerte. A sedução (olha ela aqui de novo) era algo leve, gostoso, que fazia sorrir. A intenção do sexo movia pensamentos. Só que o sexo era o meio e não o fim.
Hoje sexo é o princípio. Dependendo de como for, chega a ser o meio. E, em pouco tempo, também o fim. E quanto nós perdemos em nome de “ter uma transa”?
E nos iludimos também! Corremos o risco de achar (e muitas vezes achamos) que o mundo se baseia nessa satisfação sexual e que já estamos no lucro se estamos transando. Sentimos vazio e acabamos buscando transas em quantidade, enquanto a vida vai perdendo em qualidade. E nos machucamos uns aos outros. Mas mais a nós mesmos que até temos companhia, mas sentimos solidão (e que forma ruim de solidão).
E sim, grande parte disso é culpa de nós homens. Quantas e tantas mulheres se sentiram tão usadas por homens que não entendem a delícia que é conhecer e reconhecer (e continuar conhecendo) uma mulher e, desgostosas por tudo, resolveram agir com os outros agiram com elas? Quantas mulheres por se sentirem usadas passaram a querer usar? E daí, o que era para ser o encontro de dois, passa ser a disputa entre vários e, ao invés de serem felizes, vão se prendendo na solidão de si. E o sexo, que era pra ser sublime, passa a ser somente bom (quando muito).
E daí nasce a geração Sex and City. Transa-se, veste-se e vai-se embora. Não há sequer espaço para os carinhos de depois. 
Mundo, mundo... triste mundo. Tristes nós.
Mas penso que ainda dá tempo de resgatar o romantismo entre homens e mulheres. O romantismo entre nós e a vida. Entre a vida e o mundo. Entre o antes, o agora e o depois. Não é possível que o mundo esteja irremediável. Mas não podemos vulgarizar o viver. A vida é nossa e não tem porque vivermos contra nós. Somos semelhantes e queremos muito parecido. Temos medo da dor e, para não sermos magoados, magoamos. Para não nos aproximarmos dos outros, afastamos quem quer se aproximar de nós. E ficamos sozinhos. Mas ninguém quer sozinho, nem sentir dor, nem fazer doer...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Let's do It! Let's fall in love...


Uma, duas, três vezes ou mais. Se você conseguiu amar uma vez e já se deu por satisfeito, ótimo. Mas se amou, acabou e agora está aí, sem saber o que fazer, decida logo: ame! Permita-se amar e deixe que te amem de volta. Vamos nos apaixonar.
A vida até pode ser uma só, mas não é por isso que você tem que achar que o amor também é um e só. Pelo contrário: é justamente por só ter uma vida que você tem que experimentar amores e mais amores e tantos amores. É por viver uma só vida que você tem que saber das delícias de amar e ser amado nessa única vida.
Não. Não estou dizendo para você largar o amor que tem e ir atrás de outro. Se o amor que te ama é o mesmo amor que você ama e o encontro desses amores é bom, invista nele! Continue! Faça-o ainda melhor.
 O que quero dizer é que ninguém merece o “mais ou menos” na vida. Ninguém merece o morno. A vida deve ser sentida na sua inteireza. Ou é tudo ou é nada. O que for menos do que isso é pouco perto do muito que todos nós merecemos.
Ninguém tem que ir pra cama para um amor mais ou menos. Ou dar um beijo que, na verdade é meio beijo. Que o beijo seja um beijo de boca inteira e o sexo seja de derrubar paredes, porque a vida é uma só!
Sim. É importante, sim! Já dizia “Santa Rita de Sampa”: Amor sem sexo é amizade e amizade é bom, mas amizade não é paixão e a paixão é melhor.
Vai. Olha pra tua vida. Você sente hoje o mesmo frisson que já experimentou anos atrás? Sente o desejo de ser tocado ou de tocar como já sentira antes? Você se sente entregue a alguém na mesma proporção que esse alguém se entrega a você? O desejo que você sente é o mesmo que você desperta ou vocês são apenas duas vidas que se encontram de vez em quando?
A resposta, tanto quanto a vida, é tua, só tua. É você quem tem que saber.
De minha parte, sei que é bom querer e melhor ainda quando se é querido por quem se quer. É esperar que corram as horas ou passem os dias para que o teu abraço se complete no abraço que é a metade exata do teu. É querer que o sol se torne logo em lua e que apenas a noite segrede os segredos (de liquidificador?) de casais que se enamoram com prazer, volúpia, com intensa e completa satisfação.
Não há o que justifique uma vida mais ou menos. Não há o que te exija não viver a própria vida. Ouse! Faça! Realize! Torne a fazer! Recomece ou comece o novo! Não viva pela metade, não sinta só um pouco e nem se entregue menos do que o muito que é bom.
Abrace quem te faz querer abraçar. Beije quem te faz querer beijar. Não perca seu tempo com o que ainda é quando já deveria ter deixado de ser. Se já não está bom agora, nada te garante que vai estar bom mais pra frente. Agora, a gente sabe que todo começo é bom. (recomecemos?).
A prioridade deve ser sempre viver. A nossa responsabilidade deve ser sempre viver. E o principal de nós mesmos deve ser sempre estar vivo e se sentir vivo. Enquanto for bom, que seja. Quando estiver ruim, que acabe.
Não seja a causa e a consequência da falta de ser e se sentir, inteiramente, você. Entregue-se a vida e seja dela e não lute mais do que o razoável. Se está ruim agora, termine. Se terminar, recomece. Chore se precisar, mas sorria pra valer. Isso, pra mim, é viver!.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Recomeçar


Chega uma hora que é inevitável: você percebe que fez tudo o que podia fazer e que ao seu modo tentou o quanto podia tentar, mas, simplesmente, não dá. Tudo aquilo em que você investiu, cada sonho que você sonhou, cada projeto, tudo parece cada vez mais distante na história de você e, a única coisa que você consegue concluir é que acabou. Acabaram-se os planos, acabaram-se os motivos, acabaram-se os dias que você esperava mas que ainda nem chegaram a nascer.
E não é porque você não tentou. Acontece que, na vida, assim como tudo tem um começo, é normal que tudo tenha um fim.
Mesmo aquilo que hoje pensamos que é pra sempre, dura só até o dia seguinte de hoje ou até que ache, no dia seguinte, o seu último hoje. Os nossos melhores sonhos, nossos melhores desejos, nossos melhores planos, duram. Simplesmente duram. Duram até que acabem. E acabar é normal.
Não digo com isso que não vale a pena investir ou que não se deve sonhar, planejar, querer, etc. Deve-se sim. É bom. O que quero dizer é que o fato de uma hora ou outra acabar não é motivo para não se começar. Vai dar certo! Enquanto tiver que dar certo, vai dar certo e, quando não der mais e acabar, começa-se de novo. Recomeça-se.
Por que temer o novo? Por que temer recomeçar? Por que nos agarramos com força ao passado se é pra frente que se anda? Por que nos preocupamos com o tempo investido?
Trago em mim a certeza de que não é certo pensar que acabar hoje é ter jogado fora o tempo que passou, porque se o tempo que temos é o tempo que vivemos, tudo o que fizemos foi viver e viver é começar, acabar, talvez sofrer e, secadas as lágrimas, recomeçar. E as histórias de superação são sempre mais interessantes...
O que temos e fizemos não nos pertence de forma absoluta, mas é nosso enquanto queremos ou, se não depende apenas de nós, é nosso enquanto somos queridos ao mesmo tempo em que queremos. Nada que passe disso é saudável ou normal.
Assim como não é saudável esperarmos no outro o nosso sim e o nosso não. O outro tem a vida dele, nós temos a nossa e ninguém pode decidir por ninguém. Então não espere. Não espere a ninguém. Ninguém esperará você. Se você esperar o outro, quando menos perceber, ele estará lá na frente mostrando que superou você.
Vive la vie! Commencer! Réincarnés par vous!
A vida não nos exige tanto. Ela quer ser vivida e apenas nos obriga a fazer por onde alcançar e merecer o que queremos e, quando alcançarmos, buscarmos outra razão para continuar. Viver é conquistar todo dia uma nova razão para sorrir, um novo motivo para abrir os olhos, respirar, fazer e conseguir. Se acabou, só nos resta recomeçar.
Até que ponto é justo conosco nos agarrarmos ao egoísmo que nasce no nosso medo do novo? Quantas e quantas vezes não temos escolha e por isso nos é imposto recomeçar? Ora, se recomeçar é possível quando não se tem escolha, por que nós mesmos não optamos por recomeçar?
A vida é uma só, mas não é por isso que deve se basear numa só escolha. Se não deu certo, supere e tente outra vez. Não desista e nem tenha medo. Sentir dor é normal. Se você não sentir essa, vai sentir outra. Mas ter dó de si mesmo não vai te levar a lugar nenhum. Não há tempo para lamentar por si, quando, se você não vive, só você perde, mas quando você prossegue e vai adiante, sofre só quem ficou pra trás e deixou de viver. Autocomiseração é démodée, seja forte e seja útil pra você: vá! Levante! Recomece e lute! Comece, recomece e faça tudo outra vez... Vá viver!