quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Somos todos Fabíola (e curtimos BBB).

Acredito que a essa altura a grande maioria já ouviu falar no caso extraconjugal de Fabíola com Léo e cujo flagrante fora filmado por um amigo do destemperado marido lá das Minas Gerais. A repercussão do caso me fez notar uma coisa: quando a maioria das pessoas diz que não gosta de Big Brother Brasil por tudo que aparentemente ele representa, elas estão mentindo.
Sim, porque na vida co mo ela se mostra hoje, somos todos Fabíolas e Leós a partir dos olhos alheios. O tempo inteiro julgamos e somos julgados. Expomos nossos pensamentos, nossas angústias, nossas alegrias. Se viajamos todos sabem e dão palpite sobre onde ir e onde não ir, o que fazer ou o que comer. O tempo inteiro nós cuidamos de nos inserirmos nos assuntos privados dos outros. O tempo todo pessoas outras nos dão acesso aos assuntos que bem poderiam ser apenas seus.
É isso: a vida do outro virou o espetáculo de todos. Vivemos em meio a um grande Reality Show em que somos votados para os paredões da falta de empatia, afinidade ou insucesso. E daí as pessoas votam se somos vencedores ou derrotados nessa vida que já não interessa só a um. Nas redes sociais, nos WhatsApps e afins, estamos o tempo inteiro assistindo a diferentes realidades e fazendo da vida do outro – e oferecendo a esse outro – nosso papel mais conveniente em prol da necessária aprovação.
Daí a aparente indiferença da Fabíola. Na maior parte do tempo ela estava calada. Não chorava, não gritava, não pedia desculpas ou se afirmava livre. Apenas calada mexendo os cabelos.
Ao comentar esse fato com uma amiga, concluí - concluímos - que esse ato talvez mostre o quanto ela desprezava o próprio marido antes e até o despreze ainda mais agora (depois do escândalo). Sabe aquela coisa de: “está passando por isso e dando esse espetáculo porque quer”? Afinal, ele saiu investigando e, tendo sabido, ao invés de manter sua dignidade e entender que essas coisas acontecem em todo o tempo e em todo lugar (e muito!), arrumar suas malas e ir viver sua vida, preferiu fazer uma cena deplorável, legando à esposa seu ódio, mas ao (ex)amigo apenas o seu desapontamento.
Quando vejo a reação da Fabíola e a reação do marido traído, concluo que ali ela tenha finalmente  tido a chance de demonstrar todo o desprezo por aquele homem (e por motivos que o vídeo não deixa saber, mas que me parece certo que estão lá). Só que ambos agiram de uma forma tal que parece nítido que a cada um tenha restado a sua própria indignidade: a que ele desprezou nela e a que ela deve ter desprezado nele.
Quanto ao Léo: o cara foi o que manteve a maior dignidade ao longo do tempo. Não falou nada, não se moveu do lugar. Encarou a situação dentro de suas possibilidades e, agora, certamente tende a colher os louros da sua fama repentina. É só se pensar que, a essa altura, mulheres de todos os lugares estão fazendo a pergunta que movimentou as redes sociais ao longo das últimas 48h: ”o que será que esse gordinho tem de tão bom?”, logo ele, o amigo contra quem muitos riem e não dão nada por pensarem que por ser gordo era menos vistoso e, por isso, mais confiável.
Além disso, Léo passa a ser um tipo de símbolo de heterossexualidade. É inclusive por essa razão que suponho que sua esposa (que também é uma parte – oculta – da história) tenha lhe perdoado. Agora ela é casada com esse homem cujo apelo sexual é elevada às alturas na mesma proporção em que despertara a curiosidade. Estar com ele pode ser uma demonstração de força (de amor também) de quem não tem a intenção de deixar para que outras descubram o valor do que ela tem em casa.
Em tempo, é sim estarrecedor como alguém acha normal expor seus problemas num vídeo de YouTube como se tudo tivesse que ser compartilhado e como se a vingança fosse só o que importa. Há família, talvez filhos, uma sorte de pessoas afetadas por um ato infantil feito em represália contra algo que pode ser feio, mas que não é menos corriqueiro. O espetáculo do marido e a violência (física e verbal) desferida contra a esposa, fazem com que em todo o tempo ele seja o grande antagonista da história, porque tudo nele é ridículo e desnecessário. É só mais uma entre várias pessoas traídas e isso não lhe faz pior do que ninguém.
Agora, o cara que filmou e fez toda a entrevista... meu Deus!
Em todo o caso, quando for criticar o BBB ou quando for falar ou comentar a vida de alguém, lembre-se que quem está nas câmeras ainda tem o que ganhar, mas aqui do lado de fora, o que a gente mais faz é perder. E amanhã, a Fabíola de hoje pode, muito bem, ser você. 

6 comentários:

James disse...

Por que pessoas falam tanta bobagens quando poderiam ficar caladas? Fabíola, como aparenta ser é mais uma mulher que casou com um provedor, existe o provedor, e existe o amante, e que não são necessariamente a mesma pessoa a uma mulher desajustada e baixa. Para uma mulher sensata, prudente, e de caráter (sim na Terra há humanos com todas essas características, de ou sexo ou outro!) há de se as vezes abrir mão de certos coisas em função do casamento, nem sempre o sexo é o melhor, nem sempre o marido tem tesão, nem sempre o carro e os bens e a vida material que o pai de família pode pagar é o melhor. Mesmo assim a sábia sabe valorizar o marido. A esposa néscia é aquela que possuí tudo, e quanto mais possuí, quanto mais recebe, menos satisfeita está. O macho lhe provém de tudo em busca de sua atenção, e mesmo assim a mesma, que vai fazer as unhas as custas do provedor lhe presenteia com um par de chifres!
A propósito, a tranquilidade do cafajeste demonstra o quão tranquilo é, não vive os desgostos do casamento, come todas, e quanto mais come mais admiração das outras possuí. Bom, você quer ser puta? Quer dar a buceta ao comedor gordinho sem escrúpulos? Okay. Faça, mas não faça casada. Ou seja, viva sua putaria e se banque, pois a sociedade não vai aceitar vagabundas sustentadas pelo marido e que ainda os querem fazer de panacas. Inverteu-se os valores e hoje em dia os filosofos de meia tigela querem que engulamos o absurdo...

Anônimo disse...

Eu gostaria de curtir seu comentário James, e não só uma vez. Mas no minimo umas mil vezes! 100% correto!

Unknown disse...

James,James,James... O que dizer a voce meu caro amigo.
Simplesmente detonou o irreparável e indestronável .

William R Grilli Gama disse...

Eu realmente sinto muito por ler comentários assim. A vida é mais do que esse pensamento tacanha e mesquinho de quem acha que a vida se vive de um jeito só.

Anônimo disse...

esse foi o texto mais lixo que li sobre esse caso.quer dizer que o gordinho humilha sua familia e sua mulher em rede nacional com um chifre e ela ainda vai lamber os pes dele?so se ela nao tiver o minimo de amor-proprio.o gordinho mostrou que e um mal-carater,nao respeitou a sua familia e nem do "amigo".a vadia da fabiola também não.se ela não amava mais o marido,ela devia ter separado dele.devia ter consideração pela sua familia e pela familia da mulher do gordinho.eu achei bem feito pra ela.foi pouco!tomara que sofra muito pra aprender a ser gente.

William R Grilli Gama disse...

rsrs pois eu não duvidaria, não. Nessas horas o espírito de competição feminino pode surpreender.