segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012: MAIS UM ANO SE PASSOU - Que venha 2013


E como já virou tradição deste blog, dia 31 de dezembro é dia de fazer um balanço do ano que passou e projetar as promessas que não se realizarão no ano que há de vir.

Vou tentar manter um astral positivo e, pra isso, vou dizer que 2012 foi um ano mais pra bom do que pra ruim.

Logo de início, um réveillon divertido no bom e velho Vale do Sol para, ato contínuo, voar pro Rio de Janeiro e, em meio a tanta beleza e bons amigos, assistir ao Chico depois de 05 anos, pular ao som do monobloco num show e som catártico (e que pretendo repetir), além de passear pela orla mais bonita desse país.

Ainda de férias e gozei da São Paulo que gosto. Fui a shows, parques, trânsito, compras  e aonde mais quis ir sem querer revelar.

Eis que chega fevereiro e a satisfação de ser paraninfo da turma que tanto gostei. Fevereiro foi o mês que a minha vida se sentia na companhia de uma eterna Alvorada. Me fazia bem. Me fazia leve. Me fazia muito mais feliz do que eu sabia retribuir. E me fez muito melhor do que eu jamais soube fazer.

Março veio e trouxe com ele as primeiras contrariedades. Quis o que não pude ter. Tentei, insisti e, enquanto insistia já não sabia o porquê e, de tanto andar em dúvida, percebi que era hora de me entender. Análise! Vou ao divã (tá, lá é poltrona), mas fica a imagem. Ganho de presente a analista que me sabe doido, mas me trata como um “relativamente normal”.

Em Abril publico aqui no blog o texto que explodiu de acessos entre todos os textos daqui: Necessária Solidão. Àquele tempo achava inevitável meu destino de ser sozinho, mas mal sabia eu que o ano não tinha nem começado direito: ABRIL, MAIO e JUNHO mostraram que são os meses das novidades. Pessoas surgem, ressurgem, ocupam novos espaços, fazem-se companhias, confidentes, presentes. Redescubro-me a mim e até a intolerância de outros dias cede espaço para um espírito mais aberto e menos ranzinza (pelo menos eu acho).

Corinthians campeão da Libertadores. Ri. Gritei. Xinguei. Fui maloqueiro, sofredor, corinthiano graças a Deus.

A vida já não é tão cinza e descobre um mês de julho chegando com vontade. Não que tenha havido muitas mudanças. Ainda há pouco eu soube que seria “nome da turma” concludente e gostei da homenagem. Feliz, preparo-me para reencontrá-los no semestre que logo começaria. Ao mesmo tempo, descubro e me permito companhias comportadas e outras nem tão comportadinhas assim. Mas vivo. E vivendo vou me pensando feliz.

Agosto é o mês das surpresas é o mês de viver, verbo intransitivo e intransigente. O mês de julho, consequência dos meses bons de antes dele, me fez querer mais do que vinha tendo e eu fui. Tive. Quis mais e tentei. Foi o mês que menos escrevi, mas foi o mês em que mais me senti bem.

Ah, Setembro. Setembro foi o mês mais intenso de se sentir. Não digo viver porque, a impressão que tenho é que Setembro foi o mês de SOBREviver. Soube-me vivo nas risadas e nas dores. Foi o mês da aceitação e da recusa. Da revelação e do silêncio. Da verdade escondida atrás da mentira e da verdade duvida na história desdita. Setembro foi o mês do “diálogo do adeus” e trouxe o Outubro violento.

Batida. Silêncio. Medo. E uma mensagem recebida quando o barulho do mundo parecia insuficiente para encobrir o silêncio de si. A sensação de ser alguém para alguém no instante em que se pensava ninguém de ninguém. Vida! Troca. O bem daqui era bem de lá. Bons dias, boas tardes, boas noites. Tudo colaborava naquele tempo de decepções que matavam aos poucos e que, num instante de surpresa, provou o quanto a vida pode ser rara.

Novembro foi o mês das luzes. No mais alto de São Paulo, luzes e mais luzes brilhando aos pés de quem só tinha olhos para os olhos que lhe olhavam. O encontro improvável e com data de validade que ou era ali ou não seria mais. Dezembro não daria tempo. Não chegaria a tanto. Teria havido cura até lá.

Novembro foi também o mês da confirmação de certos rompimentos e o mês que permitiu o perdão de certos passados. Mesmo quando desagradável, serviu de lição e, enquanto o ano acabava, os sonhos que se sonhavam pareciam promessas que até tinham alguma razão.

Mas vem Dezembro e o que era certeza se faz improvável. O que era constante se faz estranhamente raro. Quem era muito parece pouco e quem nem era, de repente passa a ser tanto. Muitos que vinham sendo se fazem mais importantes, mas é o tempo da distância e é ela quem ganha. Um, dois, três dias e o espaço da vida é o mesmo do sono. Não se sabe do sol se brilha a manhã, nem das estrelas, se enfeitam as noites. (Mas o Corinthians ganhou o Mundial!)

Dezembro se faz o mês do nada. Não emociona pra mal, nem pra bem. Dezembro quer viciar o ano que foi muito. Dezembro é tão pouco que parece nada. É tão pouco que parece que o ano foi pouco, mas pensando bem, que bom que Dezembro está no fim. Ainda bem.

2012 chega ao fim e, ainda que seu fim não seja em quase nada diferente que seu começo, nele aprendi, não só dos outros, mas de mim. E mudei. Continuei a mudança que já anunciara vinda do ano acabado. Rompi comigo e também foi comigo que reconciliei. Penso que fui quem tinha que ter sido e tive quem merecia ter tido. Sei os que quero que me acompanhem em 2013. Ainda há muita estrada, há muito caminho e há que se trilhar.

Sejamos, pois, a nossa própria promessa, a nossa própria resolução. Nós não precisamos de marcos, mas de atitude; não precisamos de data, mas de ousadia. Não precisamos de simpatia, mas sim de serenidade. 2013 é o ano da minha, da tua, da nossa felicidade. E vamos à luta!

FELIZ 2013!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Nossa SEDE(?) de amar


Muitos têm medo, enquanto outros ainda mantêm a esperança que muitos já perderam, mas sim, de tempos em tempos todos nós pensamos em amar. E, quando falamos de amor, falamos do verbo na sua inteireza. Reflexivo. Amar não é verbo que se conjugue no singular. Amar é verbo plural que não se basta no eu, mas é perfeito se nós.
Mas vivemos um mundo acelerado. Um mundo em que tudo é para agora. Temos pressa e esperar é parte de um passado que não nos pertence. E é tanta a nossa pressa que sabemos que queremos amar, mas sequer paramos pra pensar “o que é esse amar?”. Sabemos que é algo que queremos, mas mal sabemos como queremos e, se pensamos saber, não nos ocupamos do por que e às vezes, quando ele chega, o perdemos sem querer.
Temos pressa também em sermos amados antes de amar. Parece mais seguro. Deixamos que o outro se entregue e então medimos se vale a pena se(e quanto) entregar. Se não gostarmos, simplesmente nos afastamos, seguimos, deixamos pra lá. Se gostarmos, além de sermos amados, até podemos ousar amar.
Amar: equação ousada. O amante é a outra metade imprevisível de quem ama. Somam-se duas incógnitas e, ainda assim, espera-se achar o resultado correto. Mas eu posso errar e eu vou errar e vai dar tudo errado, porque não tem como dar certo e, então, é melhor nem começar a somar as variantes (nem bem as conheço!) e mais que depressa desisto de amar antes de amar e de me permitir ser amado (ainda que ser amado pareça – sem que seja – mais fácil do que amar).
E também não adianta pensar que dá para aprender a amar. Ou que, quanto mais se apaixonar, mais fácil vai ser se livrar, se acostumar ou, simplesmente, dispensar a ideia de amar. Não é verdade que amando o novo amor de agora sabe-se mais do que quando se amava o amor anterior e que,  assim, o amor que virá depois será melhor do que o amor que se tem agora. Mas são muitos os pensam assim e assim justificam não serem e nem terem ninguém.
Mas temos pressa de amar e vamos amando e vamos querendo e vamos nos dando... pouco. Parece tolo apostar no que não existe (algum dia existiu?) e por mais que queiramos, muitas vezes duvidamos que haja amor e passamos a achar que “a intimidade física prazerosa” já é uma conquista que basta.  Não por um acaso, o sexo de uma noite é chamado de “fazer amor”, talvez uma forma de atenuar qualquer tipo de culpa, a medida que nos mentimos ao crer que alcançamos o ideal que poderíamos querer para nós. Mas não é.
Aos poucos nos perdemos de nós mesmos e do mundo e pensamos que não nascemos para o amor ou que ele é algo que nunca nos pertencerá. Se não podemos amar, logo apostamos que a paixão se faça perfeita quando feita em verbo e que, ao se apaixonar, cada um descubra que é possível se dar sem se entregar e receber sem precisar aceitar. Mas tudo isso, sem perceber que, estando no mais raso de si, afoga-se no amor contido que não soube livrar.
Ora, pra que se contentar com o mais ou menos da vida se ela tem mais para dar? Não importa se dá medo ou se isso é realmente ousar. Se te chegar o amor que te ame, ame-o. Sorria, se ria. Paixão alimenta o corpo, mas não chega a alma. E, no fim, todos nós, nascemos para amar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Abram-se as cortinas! (A vida vive e continua a viver!)


Abram-se as cortinas!
- Mas a máscara do artista caiu!
Não é nada e ainda se fosse, não seria.
Somos todos mais do que a máscara que nos cobre.
Somos o coração que bate e alma que sente (e às vezes sofre).
Somos a soma das várias vidas da nossa vida
E existimos muito tempo em poucos anos.

Abram-se as cortinas!
Deixe que fale a voz que não interpreta
E que não diga o texto decorado
Mas a verdade sentida
Recém-descoberta como se fosse presente a coisa do passado.
Era um, era dois... eram vários os que queriam
Mas eram mais os que temeram querer.

Rápido! Abram-se as cortinas!
Não nos cubramos.
Sejamos inteiros!
Mostremo-nos nós
Aos outros e a nós mesmos!
E sejamos quem somos
Não somente quem seremos...

Fechem! Fechem! Fechem logo!
Mostramo-nos, mas não gostaram de quem viram.
Agora a turba se volta em fúria...
Mas há silêncio... nada dizem! Nada escuto!
Esperem! Estão indo embora.
Deram às costas e se vão indiferentes.
Não os atingimos, nem os agradamos.

Ofício mais ingrato é esse onde somos quem não somos
E, quando somos, somos quem jamais seremos.
Dizemos as palavras do coração,
Mas elas não nos saem da alma
E mesmo quando da alma são,
Sente-se menos que a batida à palma.
São verdades, mesmo quando as mentiras verdades são.

Mas é chegada a nova hora!
Há novo sol no horizonte.
Ouviram e não gostaram.
Riram-se, odiaram, mas já foram.
Abram-se as cortinas!
O tempo já é de outrora
E há novo amor para nós agora.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Quando o forte é o fraco


Um simples diálogo e tudo poderia ter se resolvido. Mas um diálogo honesto, de quem diz o que sente, de quem se mostra sem medo, com a intenção de fazer dar certo. Uma conversa franca em que cada um se revela como é e não como imagina que o outro quer que seja.
Os relacionamentos de hoje em dia estão cada vez mais enfraquecidos. Talvez reflexo dessa sociedade consumista em que o bom de agora é o obsoleto de amanhã, mas o que tenho visto é que as pessoas agem como se não valesse a pena insistir.
Julgam que tudo vale a pena (mas só) enquanto dura, não importa o quanto dure e, quando acaba, simplesmente acaba e que venha o próximo. O que passou fica de lição e o que virá será o que vier a ser, não importa bem o que esse ser seja. E, como resultado, investe-se cada vez menos onde se deveria investir cada vez mais.
E as pessoas vão ficando com medo umas das outras e não se mostram como são. Eu te avalio, você me avalia. Eu procuro qual seja o teu ideal e tento me fazer como se eu fosse quem você quer que eu seja e sendo quem, muitas vezes não sou, canso-me de ser quem você quer.
E o desgaste é inevitável...
Mas o pior é quando passamos a crer que dependemos do outro e fazemos isso com a mesma certeza com que deduzimos que esse outro não depende em nada de nós.
Quando nos sentimos fracos e comparamos nossas forças com o outro, vemos aquela pessoa bem resolvida, que tudo sabe, tudo enfrenta e tudo aguenta, enquanto nós, fracos, temerosos da dor e donos de todos os medos, acabamos nos inferiorizando ao nível de nossa baixa auto-estima e calamos. Muitas vezes, não satisfeitos em calar, endeusamos o outro e o colocamos num pedestal de onde sugerimos uma perfeição que ele não tem.
E somos injustos. Injustos porque muitas vezes aquele que parece tão forte, também é fraco e precisa do conforto de não precisar ser sempre forte. O conforto de ser humano e confessar seus medos, sua dor, sua angústia, seus anseios e mesmo seus sonhos mais absurdos.
Quando nos é tirado o direito de errar (e muitas vezes somos nós que o tiramos de nós mesmos), a vida fica pesada e tudo parece estar à flor da pele. Ficamos mais irritadiços. Nossa paciência é menor, porque, a certa altura, não conseguimos mais fingir. Se somos o outro, perdemos a paciência com aquele que não assume seus medos e nos sentimos ofendidos porque não sentimos a confiança de que não nos confessou a própria dor e tudo parece uma mentira que não deve se arrastar. O fim se aproxima porque não “ousaram” confessar.
Ser companheiro é não ter medo, nem vergonha. De nada vale estar junto se a vida andar separada. Intimidade não é nudez física, mas, principalmente de alma. Não é justo se terem e não se conhecerem, estarem, mas se temerem.
Não se presumam forte e fracos, mas se queiram sempre a metade que completará e se completará. Relações são sempre vias de mão dupla onde se dá e se recebe. Pode até ser que às vezes mais se receba do que se dê. Uma hora se receberá e se dará. Se dá, mas não recebe, então vá! Não compensa ser de quem não te é. Mas se são, sejam! Se está difícil, insista! Agora, se há duvida e não sabe, ao invés de já desistir, converse.
Pode ser que o forte seja o fraco, mas dois serão sempre mais fortes do que um.