segunda-feira, 24 de maio de 2010

Como será o amanhã



Certo poeta comparou a vida a uma gangorra. Ela sobe e desce. Para que uns estejam por cima, outros invariavelmente os verão de baixo. O poema é lindo e recomendo para algum momento de vocês. O nome é A Gangorra. O poeta é Gióia Júnior.
Assim como uma gangorra, a vida é também cíclica. É engraçado como alternamos momentos em que parece que tudo caminha em grande velocidade para um destino que nos será o resultado dos nossos sonhos e das nossas vontades e, de repente, parece que tudo parou. Parece que a gente não faz mais nada e que, daquilo que tenta fazer, não tem resultado nenhum.
Por conta dessa última temporada de LOST em que se está dando bastante ênfase ao reflexo no espelho, tenho procurado enxergar-me a mim mesmo. Procuro buscar no meu reflexo pouco agradável o eu que parece dormitar em minh’alma a esperar o momento seu.
Mas qual será esse "momento seu" que na verdade é o momento meu?
Constantemente assombro-me com meu descompromisso com os objetivos que eu mesmo traço. Aliás, tema bastante propício para uma segunda-feira de manhã. A segunda-feira – mais até que o dia 31 de dezembro – é o dia oficial de se iniciar o nosso novo modus vivendi. Só que ultimamente o meu não está superando a sua fronteira com a terça.
E daí me olho novamente no espelho e tento entender onde se esconde a vontade de inovar. A vontade trazer algo novo para a vida, porque sim, a vida vivida de forma repetida, por cômoda que é, faz com que se esqueça que ainda há muito por vir e viver.
E não se trata de não valorizar o que se teve até ontem e o que se tem ainda hoje. Mas é fato que tudo isso é a história do que será futuro e que esse futuro só nos virá - e vindo nos valerá de algo - se desejarmos o que ainda não temos (sim, porque o que já temos não nos poderá ser objeto de qualquer desejo em por vir).
Agora me parece que está tudo parado. Ontem talvez a vida me parecesse o corre-corre frenético de quem na pressa sabe onde quer chegar. Hoje estou atado a uma sorte que parece ser a que escolhi, mas que não reconheço nos sonhos do ontem que, em nada se parece com o que me virá amanhã.
Ainda bem...
E você?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mais uma do Lula... AFF!


Aos que não concordarão com o texto faço questão de frisar que naquilo que tange à política interna do presidente Lula, tenho em mim certa indulgência a medida que o pobre come e a inflação não sobe. É a política internacional que acho uma catástrofe, desde a insistência com a cadeira no Conselho de Segurança, até o acordo com o Irã, mas vamos lá.
Há sempre um sentimento de grande contentamento quando o Brasil ganha algum destaque que seja no cenário internacional.
Talvez, mais do que qualquer coisa, seja esse um dos motivos pelo qual o país é tão entusiasmado pela Copa do Mundo. É o momento – de novo, talvez o único – em que o Brasil se mostra como grande potência mundial.
Provavelmente dito sentimento seja fruto do tal complexo de vira-lata sagazmente observado por Nelson Rodrigues. Fato é que todos sentimos uma ponta de orgulho quando um nacional se destaca e ergue o nome do Brasil.
Aparentemente, a julgar pelas primeiras manifestações, dito sentimento parece querer surgir com a assinatura do dito acordo nuclear entre Brasil, Irã e Turquia, no qual Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urânio enriquecido a 3,5%, em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20% na Rússia ou França.
Mas qual a real relevância da medida? Arrisco a resposta: nenhuma.
Sejamos francos: essa medida é como o ato do devedor inadimplente que substitui o título vencido por um novo título sob nova promessa de pagamento futuro que não tem a intenção de adimplir. Ou dá para confiar em um país como o Irã, governado por um facínora que se manteve no poder por meio de fraude às eleições nacionais? Um país que tem como marca de seu governo o fundamentalismo religioso que há anos jura vingança contra o mundo ocidental?
O governo Lula conseguiu no máximo algumas manchetes, mas a própria repercussão internacional demonstra que não foram as mais positivas. Não há liderança que aplauda a iniciativa do Brasil, antes, há os EUA chamando-nos de ingênuos, alemães e israelenses dizendo que o acordo é irrelevante e uma União Européia que insiste na assinatura de um ato unilateral do Irã de comprometimento com a Agência Internacional de Energia Atômica, o que, até agora, não fez.
Para mim fica claro que o presidente Ahmadinejad criou toda essa fantasia para provocar os Estados Unidos e a Europa, fazendo do Brasil o seu “pato” para um belo “Golpe de Mestre”.
No fim das contas, essa medida terá efeito igual ao aperto de mãos que Bill Clinton patrocinou entre Rabin e Yasser Arafat: efeito nenhum.
Mais uma vez o Brasil anda na contramão. Enquanto EUA, União Européia e Japão defendem uma realidade, vem o presidente Lula, aquele mesmo amigo do “El loco” Chaves e defende o outro lado.
Desculpem-me os que pensam o contrário, mas para mim essa é mais uma bela bola fora de um governo trágico em matéria de política internacional.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quando somos tudo em vão


A inutilidade do que se sente
Faz-se presente no desconserto de quem
Pretendendo o incerto não sabido
Aventura-se no descuido indevido
E busca no ontem mais infame
O porquê de um presente sozinho
Quando mais destacado é o princípio
Do que outrora (ou agora!) se fez descaminho.

AVISO AOS NAVEGANTES

O Trovante volta com tudo e não está prosa.
Depois de dois meses em que só foram postados 04 textos, vem reinaugurar sua atividades com 03 novos textos falando sobre os deputados-torcedores, Dilma Roussef e a pífia seleção do Dunga.
Outros certamente virão, talvez hoje mesmo.
E O Trovante quer a sua opinião.
Sugira temas para os próximos textos para ajudar o blogueiro em seus tempos de sem inspiração.
Divirtam-se

Seleção ridícula

Comecei a escrever o texto antes da convocação mas não consegui terminar a tempo. Vou transcrever o que vinha escrevendo e continuo o texto já conhecendo a lista de convocados.
Não faltam nem 05 minutos para que o Dunga irrite todo o Brasil com a sua lista de convocados para a Copa de 2010. É impressionante a teimosia desse senhor que parece não entender que a Copa é um evento que mexe com as diferentes emoções dos brasileiros.
Em nome da sua “coerência” vira as costas para os anseios populares e desconsidera que a seleção é um patrimônio do Brasil, pertence ao brasileiro. Muito mais importante que ser campeão é que na copa se jogue um futebol bonito.
Presume-se que as seleções reunirão seus melhores jogadores e que, nessa reunião dos melhores jogadores se assistirá o melhor futebol.
Mas a seleção do Dunga, essa que ele vem convocando e que, provavelmente convocará daqui a pouco está longe de ser integrada pelos melhores jogadores que tem um país como o Brasil. E não só no que diz respeito à dupla do Santos que eu, acredito, será bem aproveitada como dupla. Não adianta levar só um e deixar o outro.

Fui só até aí. Agora o Brasil já conhece a lista e é minha hora de cornetar o Dunga, aliás, meu esporte preferido para os próximos 02 meses.
Em 1998 eu fiquei chateado quando o Zagallo não levou o Raí e depois permitiu que o Zico cortasse o Romário (que fez falta após o “incidente Ronaldo”).
Em 2002 fiquei estupefato com a não ida do Romário à Copa do Japão.
Mas é certo que em nenhum desses anos eu me senti tão frustrado quanto com a confirmação dos nomes desse entojo que é o técnico do Brasil. Não me lembro de uma seleção de nome tão fracos como essa. Em comparação, mesmo a seleção de 90 – que entrou pra história como uma das piores e tinha o Dunga como símbolo – era tão ruim.
Que respeito impõe uma seleção que tem Felipe Melo, Gilberto Silva, Josué, Robinho, Júlio Baptista, Doni, Kleberson, Grafite, Michel Bastos e Elano? Eu nunca vi uma seleção brasileira sem um craque. Quer dizer, acabamos de nos deparar com uma. É fato. O Brasil não tem um jogador capaz de desequilibrar um jogo. Capaz de chamar a responsabilidade.
Sejamos francos, Kaká não serve para ser chamado craque. A maior prova disso é que foi completamente ofuscado pelo Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Ele não tem a habilidade do drible, é pura velocidade e só. Não há um jogador que encha os olhos nas suas atuações, exceção que se faz, talvez, ao Júlio Cesar e, quando o goleiro é o craque, é bastante preocupante.
Ronadinho Gaúcho tinha lugar nesse time. Roberto Carlos tinha lugar nesse time. Adriano ainda tinha lugar nesse time. Afinal, se o Michel Bastos, o Josué e o Elano tem, qualquer um pode ter. Principalmente os pirralhos da Vila que estão jogando muito e que poderiam dar ao futebol brasileiro a alegria que dele se espera.
Eu não tenho condição de torcer pra um time desses. É uma vergonha para um país com a história do Brasil em Copas do Mundo se fazer representar por jogadores tão medianos.
O Brasil vencer com essa seleção é um desserviço ao futebol, como foi quando a seleção de 82 perdeu pra Itália.
No texto que não acabou eu dizia que a Seleção é um patrimônio do brasileiro. A qualquer custo e a qualquer modo o brasileiro torce para que o seu time de coração seja campeão. A seleção é onde o brasileiro comum busca a sua realização. São 04 anos de espera para se sentir o maior do mundo por ter os melhores do mundo.
A copa é para nos alegrarmos com o Brasil, secarmos os argentinos e ficar com medo da França. Mas com essa seleção na dá. Que o destino do Dunga seja o mesmo do Lazaroni. Quem? Ah, você não conhecesse esse nome? Ainda bem pra você...

A DILMA NÃO É O LULA


A DILMA NÃO É O LULA...
... resta saber se isso é bom ou ruim. Pra ela, porque pra mim ou pra você não faz a menor diferença já que ela não vai ganhar a eleição.
Não sei se ainda há espaço para a dúvida, mas em todo caso, sendo o voto secreto nada me impede de declarar para quem eu não voto. Pasmem: não voto para a Dilma Rousseff. E antes que me critiquem, não se trata de misoginia ou androcentrismo, tampouco machismo. Pelo contrário. Minhas razões são práticas e vão além do título desse texto. Porque a Dilma não ser o Lula poderia até ser algo bom, mas o fato é que a mulher é um desastre.
Vejamos. Iniciada sua campanha a cerca de um ano atrás, na sua abarrotada agenda de inaugurações das obras do PAC (o PAC 1, que mesmo sem acabar já deu lugar ao PAC 2 – nada como ano eleitoral), visitando o simpático Estado de Roraima, a futura candidata a derrotada, ignorou vorazmente o conselho e os avisos do Professor Fabrício Fernandes Andrade e saudou seus interlocutores com um: é bom estar em Rondônia, esse Estado que cresce tanto. Dilma, o Fabrício já avisou: Rondônia não é Roraima, minha filha. O silencio e as vaias que se seguiram atestam quão desastrosa foi a visita.
Mas vamos seguir, porque na semana que passou ela se superou: o seu departamento de marketing (o mesmo que está tentando transformar a ex-guerrilheira/terrorista em uma senhora-evangélica-dirigente-de-círculo-de-oração-da-ordem-das-beatas-e-das-carmelitas-doadora-principal-das-casas-andre-luis-quase-um-misto-de-madre-teresa-e-dalai-lama) teve a brilhante idéia de entrevistar a Dilma, lançando notas sobre a sua origem e sua formação intelectual – sim, antes de sair atirando bombas por Minas Gerais.
Pois bem. Falando sobre o que lhe marcou a juventude, reclinou-se sobre o chavão de que o cinema novo de Glauber Rocha a influenciou, principalmente quando assistiu a Vidas Secas que mostrava os retirantes saindo do Nordeste e vindo para o Brasil.
Vem cá,Dilma? Quando você for presidente do Brasil (Deus nos livre) o Nordeste, esse país vizinho (?) de praias tão bonitas, será bem vindo no teu governo como é a Venezuela no do teu mentor? E pior, hein, é o único lugar que você tava ganhando disparada, mas acho que depois dessa... nem o Lula faria pior e olha que nosso Presidente quando fala de improviso faz o Franklin Martins dobrar a sua dose de anti-ácido diária.
Não fosse só isso, a mulher é uma ex-guerrilheira com histórico de atos terroristas nas costas. Sua posição e sua dureza a fazem mais Stalin que Trótski; mais Tito que Lech. Não por um acaso, ainda ministra das Minas e Energias no primeiro mandato, era chamada por seus colegas com a delicada alcunha de “Tiazinha” (quantas lembrança, hein Suzana?). Mas no caso da Dilma, certamente não eram suas curvas, sua “Tiazinha” era porque trabalha com o chicote nas mãos, açoitando a moral de seus subordinados.
E para que os argumentos não se façam em estrito no campo pessoal, há que se dizer que a senhora candidata não oferece nada de novo para o país, pelo contrário, coloca-se na posição de quem pretende continuar o que já foi feito; sugere o continuísmo de uma política capitaneada por aqueles que demonstraram enorme desrespeito pela democracia e pelo povo brasileiro, a medida que trataram seu momento de poder como um trampolim a seus interesses mais escusos. A Dilma é mais do mais do mesmo.
É o tipo de pessoa sem a menor experiência na administração de um governo – que em nada se assemelha a administração de um país e para aqueles que me disserem que o Lula também não tinha quando foi eleito eu só repito o mantra que é mais do que óbvio e que espero que não te façam confundir: A Dilma não é o Lula... e nunca será!

Para tudo que eu quero descer!


Parece que o Brasil é mesmo o país da piada pronta. E para isso, basta olhar pra Brasília. O descaratismo dos ilustres representantes do povo brasileiro alcançou um nível como ”nunca antes na história desse país”. Não sei se é conseqüência do descaso com a moralidade que vem tomando conta do governo Lula desde o primeiro mandato, seja com mensalão, sanguessugas, Duda Mendonça, Palocci e quebras de sigilo, CPIs, CPIs e mais CPIs a culminar no envolvimento do Senhor Secretário Nacional de Justiça (?) com a máfia chinesa que atua no Brasil.
Agora, em pleno ano eleitoral, o povo brasileiro é mais uma vez chamado de trouxa quando o líder, sim, eu disse Líder, do governo na Câmara vem aos microfones com a proposta estapafúrdia de se conceder um recesso extraordinário para que os engajados deputados possam acompanhar a Copa do Mundo (Ai que saudade de quando as notícias absurdas eram de Severino, João Paulo, Edmar “do castelo” Moreira e do seu mordomo-relator-lixador Sérgio Moraes).
O ilustre deputado (sim, o líder da corja) simplesmente afirma que não haverá quem os faça ir a Brasília para votações.
É o típico momento “para tudo que eu quero descer”.
Como assim não vão a Brasília? Como assim recesso? O eleitor também não trabalhará? O país inteiro parará ou só os picaretas, quer dizer, os congressistas – mesmo porque, uma casa presidida por José Sarney não tem mais qualquer escrúpulo que lhe reste para que não se junte nesse movimento.
A idéia é ainda mais absurda quando a gente pensa que estamos em ano de eleição. Pra começar, todos nós sabemos que a partir do segundo semestre inicia-se o chamado recesso branco. Empenhados em se reelegerem, os deputados e senadores comparecem as sessões uma semana em agosto, uma semana em setembro e, após as eleições, apenas os vitoriosos regressam para se rejubilar na estupidez do povo brasileiro.
Sim. Estupidez. Quem se arrisca a apostar que o “idiossincrático” Deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) não será reeleito pelos companheiros? Que não tentará levar a diante sua ambição de se tornar presidente da Casa do povo e, em conseqüência, tornar-se o terceiro na linha de sucessão presidencial?
E o povo brasileiro assiste passivamente esse carnaval de absurdos. Esse é o momento de espernear. De deixar claro que quem os obriga a ir votar é o próprio povo brasileiro. Não reeleger nenhum desses estelionatários do dinheiro público que se locupletam às custas da passividade de um povo brasileiro que parece, cada vez mais, “só ocupado em nascer e morrer”.
Não sei se é mais absurdo que lamentável. Mas sei que é os dois.