quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Abram-se as cortinas! (A vida vive e continua a viver!)


Abram-se as cortinas!
- Mas a máscara do artista caiu!
Não é nada e ainda se fosse, não seria.
Somos todos mais do que a máscara que nos cobre.
Somos o coração que bate e alma que sente (e às vezes sofre).
Somos a soma das várias vidas da nossa vida
E existimos muito tempo em poucos anos.

Abram-se as cortinas!
Deixe que fale a voz que não interpreta
E que não diga o texto decorado
Mas a verdade sentida
Recém-descoberta como se fosse presente a coisa do passado.
Era um, era dois... eram vários os que queriam
Mas eram mais os que temeram querer.

Rápido! Abram-se as cortinas!
Não nos cubramos.
Sejamos inteiros!
Mostremo-nos nós
Aos outros e a nós mesmos!
E sejamos quem somos
Não somente quem seremos...

Fechem! Fechem! Fechem logo!
Mostramo-nos, mas não gostaram de quem viram.
Agora a turba se volta em fúria...
Mas há silêncio... nada dizem! Nada escuto!
Esperem! Estão indo embora.
Deram às costas e se vão indiferentes.
Não os atingimos, nem os agradamos.

Ofício mais ingrato é esse onde somos quem não somos
E, quando somos, somos quem jamais seremos.
Dizemos as palavras do coração,
Mas elas não nos saem da alma
E mesmo quando da alma são,
Sente-se menos que a batida à palma.
São verdades, mesmo quando as mentiras verdades são.

Mas é chegada a nova hora!
Há novo sol no horizonte.
Ouviram e não gostaram.
Riram-se, odiaram, mas já foram.
Abram-se as cortinas!
O tempo já é de outrora
E há novo amor para nós agora.

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