domingo, 28 de março de 2010

Música que gosto - Marina (Dorival Caymmi)


Faz tempo que venho querendo escrever sobre músicas que gosto, mas a proximidade do gosto com que gosto me inibe no medo de não saber me fazer entender.
Queria crer que a música falasse por si só... mas não fala. Mas vamos lá.
Vou começar com a música que mais tenho ouvido e cantarolado nos últimos dias, não necessariamente a música que mais gosto dentre as que mais gosto.
A música chama MARINA e seu autor e intérprete é o grande Dorival Caymmi. Caymmi dispensa maiores apresentações. A ele reverenciaram os grandes gênios; por ele se curvou Hollywood e nele se conheceu as belezas e encantos da Bahia.
Sua voz grave lhe fez descoberto cantando serenatas nas janelas alegres da Salvador que já não existe mais e logo lhe abriram as portas do mundo. E as suas composições, ah! As suas composições. Caymmi cantou os encantos do mar, narrou as agruras dos negros, ensinou o que a baiana tem e com seu jeito suave, ar de malandragem e sorriso galante, nos brindou com a obra a que me quero referir.
Em Marina temos uma melodia triste e uma letra zangada. Nela, o apaixonado cantor quer fazer com que sua amada – Marina – entenda que não precisa se enfeitar para ser linda. Já é “bonita com o que Deus lhe deu”.
E por mais apaixonado que seja por sua musa, assume que não sabe perdoar. Entretanto, ele mesmo assume que já desculpou tanta coisa, mostrando-se refém do sentimento que sente. Provavelmente o momento do perdão se aproxima, mas por enquanto, dela, ele está de mal...


Marina morena Marina você se pintou
Marina você faça tudo
Mas faça o favor
Não pinte este rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina você já é bonita
Com o que Deus lhe deuMe aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei tanta coisa
Você não arrajava outro igual
Desculpe Marina, morena
Mas eu tô de mal, de mal com você.

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