sábado, 28 de agosto de 2010

Adeuses


Tenho me percebido em uma fase de reflexões.
Olhar pra trás faz com que me assuste com os tantos erros que cometi nesses anos passados. Invariavelmente percebo que meu jeito de ser faz com que meu relacionamento com a maior parte das pessoas tenha prazo de validade.
Digo isso, porque são várias as pessoas que fizeram parte da minha vida – e muitas vezes de uma forma bastante intensa – que com o passar dos anos se fizeram (e fazem!) estranhas a mim, mesmo que presentes em certas rotinas.
O saudosismo me parece inevitável quando os olhos voltam 05 anos, 05 meses ou mesmo 05 dias e vejo que o que era já não é, quando o que poderia ser (mesmo com base no que foi) me parece tão mais interessante.
Ora, qual será o erro que me faz perder aquilo que sempre dei valor? Será que é pouco o quanto sei demonstrar o afeto e o apreço por quem sempre me fez sorrir um sorriso mais cheio de alegria? Ou será que na intensidade que me proponho vou tão além que o que digo ser sentimento, soa mais uma mera invenção?
Sei que nunca foi ideal de uma vida me sentir como um objeto que alguém põe em uma caixa e joga fora porque não serve mais.
Sei que vive em mim um eterno bem querer por quem venha desprezar o que fui – e mesmo aqueles que nunca mais serão!
Nunca enxerguei nas novas companhias a substituição das que se foram. Não vejo as pessoas que me fizeram bem como passíveis de não me serem mais ninguém, ou se forem, sejam menos do que um dia significaram.
Não falo de amor, de paixão e nem de nada que se defina mais em palavras que em sentimentos. Falo daquele encontro em que o que se sabe é o que não se disse, mas se percebeu. Sei que para o que me propus, não haverá momento em que me chamem ao socorro, que não socorrerei os que me precisarem e isso porque pra mim mesmo o antes se faz presente no agora e no todo sempre de depois de amanhã.
Pudesse optar e não diria adeus, mas são mais os adeuses que me dizem... que mal haverá em mim?
Mais do que nunca me sinto menos do que sou... e talvez seja!
Novas pessoas que ocupam o espaço das que passaram... é o que acontece, mas não serve pra mim. O novo de hoje... não...

2 comentários:

Anônimo disse...

Lendo sua reflexão, inevitável não me recordar de Oswaldo Montenegro:

A lista
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Anônimo disse...

Lendo sua reflexão, inevitável não me recordar de Oswaldo Montenegro:

A lista
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?