sábado, 25 de setembro de 2010

Vida...


Não quero falar de mim, quero falar do conhecido da filha de uma amiga da irmã da cunhada do vizinho da filha de amiga da depiladora da mulher do meu tio. Por razões óbvias não darei o nome do rapaz, mas acho que podemos usá-lo como exemplo nesse texto que não se sabe o que será.
O rapaz está aí com seus vinte e poucos anos, fim de faculdade, vida pela frente, mas perspectivas zero de felicidade. Dizem que qualquer segundo de conversa com ele é um convite eterno ao suicídio dos sonhos. Ele afirma e demonstra não ter nenhum.
E por que isso? Porque estamos todos – não só ele, mas eu e você também – sendo convidados a esquecermos as delícias de sonhar, para que nos entreguemos a realidade de uma vida cada dia mais abjeta, pois cruel e dura.
A cada dia cresce a impressão de que a maioria espera que a vida seja vivida de acordo com uma cartilha pré-estabelecida sabe-se lá por quem. Uma vida que se resumiria em nascer, estudar, arrumar um emprego público qualquer, casamento, filhos, aposentadoria razoável à espera do inevitável fim de todos nós.
E quem disse que tem que ser assim?
Afora o nascimento e o momento da morte, quem estabeleceu o que a pessoa deve ou não deve fazer? Até pelas minhas predileções, entendo que estudar deveria ser tão essencial à vida quando seu início e seu derradeiro, mas todo o resto são escolhas, escolhas que nos fazem conseqüências de nós mesmos, seja quando erramos, seja quando acreditamos que acabamos de acertar.
Até sonhamos com a vida perfeita, mas as vicissitudes sempre nos alcançarão. Mas e daí? Temos medo de não superarmos os problemas? O medo não combina com a vida, essa sim, um eterno desafio.
A estabilidade de um emprego não é a certeza de uma vida de satisfação, assim como, a insegurança de se prover por si próprio não significa a insatisfação pela falta de maiores certezas.
O segredo está em nos atirarmos na vida mesmo sem a certeza do bom final. Mesmo, porque, o bom final só depende de mim e de você.

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