segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Esposa de Isaque


Eu não sei em outros meios, mas no meio evangélico, quando se tenta “educar” os jovens para a vida a dois, é bastante comum se dizer que a pessoa deve pedir a Deus que, no Seu tempo, lhe prepare o companheiro ou a companheira que seja da Sua vontade. É claro que com isso tentam conter os impulsos de moços e moças em busca de saciarem seus desejos mais íntimos, mas...
O exemplo preferido de 10 em cada 10 palestrantes desse tema (o casamento preparado por Deus) é o de Isaque – aquele mesmo filho de Abraão de quem Deus pediu o sacrifício – e sua esposa.
Não quero aqui me alongar nos detalhes bíblicos. Fiquemos com o fato de que o pai de Isaque mandou um empregado até a sua cidade natal para que lá encontrasse uma boa moça a ser desposada por seu filho e que, lá chegando, esse empregado enxergou em uma moça bastante generosa, a esposa para o filho de seu patrão. É dessa moça que quero falar: a esposa de Isaque, Rebecca.
Do que se sabe de Rebecca – cujo nome apropriadamente significa aquela que seduz – era das mulheres mais lindas de seu meio. De gentil trato, encanta todos quanto se ponham em sua presença, presenteando-lhes, ao seu tempo, com uma meiguice que se achava sempre presente no seu olhar ao mesmo tempo terno e forte.
Sabe-se da esposa de Isaque que era boa filha. Tinha bom testemunho de toda família. Filha devotada, carinhosa com seu pai, Betuel, amorosa com sua mãe Milca e fiel aos seus irmãos e irmãs.
O encantamento de Isaque se deu no primeiro momento em que se viram. A narrativa mostra que no que se viram tiveram a certeza de que havia um para mudar a vida do outro. Místicos fossem, saber-se-iam destinados a si desde o infinito de seu tempo de antes, quando foram partes de uma mesma alma.
Ela era linda. Sua beleza era o repouso perfeito dos olhos sempre encantados daquele que se lhe fez servo. Não haveria dia para os restos do dia de seu marido em que o pensamento dele não seria para ela. Adorava tê-la consigo, adorava tê-la para si. Tinha-a e dava-se. Tudo lhe queria. Tudo lhe faria. Ora, e o sorriso de Rebecca não lhe conseguiria tudo de Isaque? A história mostra que sim. Eram o encontro perfeito de um para com o outro. E desde o primeiro momento já se sabiam assim.
Isaque nunca perdeu o dom de se encantar. Assistia Rebecca mesmo quando ela não se sabia vista. Desejava-a mesmo quando a tinha. E mais lhe queria quando a acabava de ter. Ela era musa de seus sonhos. Era dona de sua voz.
O som da voz de sua esposa lhe era o canto mais sublime. Como a água às flores lhe trazia sentido para mais um dia... e Isaque prosperou. Prosperou porque tinha em sua esposa a inspiração para o dia que haveria de vir. Mesmo antes de beijá-la já sabia de seu beijo e por mais saber, mais queria e de tanto querer, tinha a certeza de que a beijaria o beijo que lhe guardou desde sempre. Isaque tinha em seus lábios o destino preciso dos lábios de Rebecca.
Lindas foram suas noites, sublimes suas manhãs... de amor fora sua história.
Isaque muito viveu e em nenhum de seus muitos dias deixou de pensar sua esposa com amor sublime e bem querer contente... aquela que une e seduz seria sempre a imagem adorada na sua lembrança cansada dos dias, mas jovem para o amor.
Isaque era para Rebecca o que queria que fosse ela para ele e, assim, os dois foram um...
Os dois (Isaque e sua esposa) são exemplos perfeitos já há muitas gerações. Um amor que se construiu na fé de um pai que saberia que Deus lhe daria a esposa ideal para o filho e de um filho que soube honrar a fé de seu pai.

2 comentários:

Helena Cristina Grilli Gama disse...

Texto muito lindo, que demonstra a felicidade de um casal temente a Deus e aos pais,pena que hoje a maioria dos jovens tomam caminhos contrários ao tomado por Isaque e Rebeca, consequentemente, sofrem com seus relacionamentos fracassados.

Anônimo disse...

Apesar dos anos, vejo em você a mesma fé que conheci na sua adolescência, espero que possa encontrar sua Rebecca e se já, felicito-o por isso. Saudades de você, um amigo que será para sempre lembrado. Estou feliz em ver o o quão íntimo se tornou das palavras, lembro que no auge de seus 15 anos você escrevia seu primeiro livro... será que já está pronto? Parabéns William, do amigo que por acaso achou seu Blog e que desde antes de admira. Rafael Simon