quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mais que nada


E se há a felicidade em meu destino
Ela se faz ausente (e a mim descrente)
Pendente que se sente meu peito
De um sorriso nesses meus dias
Em que me sinto refém nesse meu desatino.

Os dias que me veem são tudo menos leves
A mais suave pluma me pesa como o mundo à Atlas
E tudo que invisto não é mais do que o próximo fracasso
[de amanhã.

Se me veem certezas elas logos se mostram erradas
E quando me acostumo à companhia do erro
Mesmo ele se me ri
Naufragado que me mostro na mais mansa água.

O coração que quer sorrir é aquele mesmo que só chora
O sorriso que não se abre, faz-se por mais distante a cada nova meia-hora
E a companhia boa que me era antes é só a lembrança de um momento de outrora.

Não me há mais nada, como tampouco me há pra mim.
Na maior parte do tempo sou pouco menos do que nada.
E tudo que nunca fui me açoita na lembrança de que teria sido.
Se fosse um pouco mais do que jamais virei a ser.

Na maior parte do tempo, meu coração sangra de uma punhalada
[que quem me deu fui eu.

Um comentário:

Thonny Hawany disse...

Há muitas imagens em sua poesia, e, tanto por isso, é possível que o leitor possa refletir sobre muitas questões de diversas ordenas e variados ângulos. Gostei muito do que li. Infelizmente não sou especialista na área, mas apreciou um bom texto quanto leio. Mais uma vez, parabéns pela construção e pelo prestígio à poesia.