quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A gente entende tudo na saudade


"Ela tinha viajado. Há dias estava longe. Parecia que fazia meses que não a via. Eles se falavam. Se sabiam. Conversavam numa intensidade que fazia mais o tanto que se queriam. E um dia ela perguntou se estava tudo bem. Uma pergunta tão simples, mas que lhe doeu os ouvidos, o peito... a saudade. E ele só conseguiu dizer com os lábios o que gritava dentro de si. 

- Como estaria tudo bem? De que jeito eu estaria bem se você está longe, se meus olhos não te veem e se meus braços não te abraçam? Bem de que jeito se meus ouvidos não ouvem tua voz dita diretamente pra mim, perto de mim ou se minha boca não beija o teu beijo, metade mais que perfeita de mim? Meu bem é teu e está em você. É a parte de mim que você me leva e a vida minha que você me traz. Então fica o tempo que tiver que ficar, mas volta depressa pra mim.

- Nossa, que lindo! - disse ela numa voz que era toda contentamento e paixão.

- Lindo, meu bem? Não. Não é lindo. Lindo é sorrir feito bobo só de me pegar pensando em você. É sentir a alma mais leve e o coração mais gentil só porque se sabe ocupado pelo amor que é todo você. Lindo é te fazer feliz. Lindo é ser feliz com você, por ser de você... que faz tanta falta.

Na mesma hora os lábios dela sorriram e seus olhos choraram. Ela era feliz. Era feita feliz. Fazia feliz. E já estava na hora de voltar...