domingo, 27 de setembro de 2009

O HAVAÍ PASSOU POR AQUI

Horas e mais horas, gente... muita gente. A animação parecia ser regra nas dezenas de centenas de pessoas que se espremiam em um espaço miunço quando comparado às grandes proporções do ambiente em que se dava aquele encontro de vontades.

A pessoa mais inteligente não se preocuparia em analisar motivações ou tentar decifrar as intenções e quereres daqueles que juntos a tantos outros que se mostravam na mesma levada ao que prometia a noite, fosse lá o que isso fosse, se deixavam levar pelo som que se tocava.

Já os menos inteligentes, ao invés de se deixarem levar pela energia do momento “extravasante”, são aqueles que ali estão, mas que ficam a se ocupar em querer analisar o que assistem como se de nada participassem.

Por alguma razão – que certamente haverá quem explique – foram milhares os que convergiram sua noite a uma mesma reunião social (como aliás, sempre o é em várias das mais diversas reuniões).

De repente a floresta amazônica viu-se Honolulu. Todos os que se viam, viam-se travestidos naquilo que se habituou achar que seriam os nativos da terra do Obama.

Mas o que leva essas pessoas a estarem ali? A se prepararem para uma festa como se o resto de seus dias dependesse daquela noite? Ou, até aqueles que não levam tão a sério o momento, se quer a vislumbrarem a idéia de perderem a festa mais aguardada do ano nessa zona tida “da Mata”.

Há vários os que querem fazer crer que o homem é gregário por natureza e que, portanto, precisa se cercar de outros como ele para que viva a vida da maneira que a vida deve ser vivida.
O abuso do álcool parecendo ser regra onde as pessoas parecem querer esquecer a vida que levam, fazendo-se Don Quixotes e Dulcinéias, lutando contra os gigantes moinhos que lhes fazem guerreiros, querendo o encontro perfeito no final inevitável da noite que se quererá ao menos agradável.

Mas por que razão não se esquecer das mazelas da vida? Por que se deixar afetar pelos problemas dos países africanos ou da pobreza no nordeste brasileiro? Ou até mesmo dos problemas da educação das crianças no Brasil, quando se pode viver a vida que não é nossa numa festa feita para nós?

Mas e então: estamos para que sejamos e nos façamos aos outros? Ou só esperamos que os outros se façam e sejam por nós?

A final de contas: o que é festa? O que se quer com festas? Seríamos nós mesmos se não fossem as festas? Nas festas somos nós mesmos quando estamos por lá?

Eu não sei... sabe você?
Mas não foi por não gostar, porque chegou-se quase a ser bom... é mais mesmo por não se entender o que se busca em uma vida que se quer tão miserável quanto, no mais das vezes, feliz.
Mas a vida é muito menos festa do que muitas vezes insistimos querer...

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