quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A EXPERIÊNCIA DA FÉ



A FÉ E A VONTADE DE DEUS

É da natureza humana a pressa em tudo quanto deseja. Definitivamente esperar não é fácil.
Não raras as vezes julgamos ter certeza daquilo que queremos e a essa certeza somam-se várias outras que querem nos fazer crer que sabemos exatamente como chegar no objetivo traçado.
Ledo engano...
Haverá quem julgue que o homem precise ser consciente da sua força para que essa força leve-o adiante; haverá, ainda, aqueles que dirão que o homem é o dono do seu destino e suas escolhas deverão refletir sempre o seu querer mais importante (quando não, imediato).
Mas não é.
A falibilidade da natureza humana é motivo suficiente para que se saiba que não é assim.
O homem, por mais que queira se bastar, não se basta. É por isso que busca o que lhe seja maior. E daí surge a fé.
A fé, segundo a Bíblia, é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Ótimo. Não vejo, mas creio (ao contrário do discípulo que sem que visse, não creu).
É simples, ao mesmo tempo em que é difícil.
A fé acaba sempre parecendo a desculpa da fraqueza. É comum que se pareça que aguardar no que não se vê é fácil porque evita que se enfrente uma situação muitas vezes impensável momentos antes que surgisse.
A fé é a desculpa dos fracos. – poderia dizer alguém que nunca tivesse experimentado a fé.
E mais uma vez estaria enganado.
A experiência da fé é das mais maravilhosas e como diz a seqüencia do texto bíblico, foi pela fé (e ainda é) que os antigos alcançaram testemunho.
Mas o que é ter fé? A fé é a certeza inabalável sobre qualquer fato?
Arrisco-me a dizer que não. A fé é confiança. É você temer, mas acreditar que qualquer temor será suprido por quem é maior do que você. É você chorar na certeza que há quem veja tuas lágrimas tendo o poder para transformá-la no mais expansivo sorriso.
Ou alguém acha que Noé enquanto construía sua arca nunca duvidou de que fosse chover? Ou Moisés sempre teve certeza que o mar se abriria ao meio e permaneceria aberto? Ou Davi, com 1,70m de altura achava que por suas próprias forças derrubaria um gigante de 2,92m e vestido de grande armadura?
Todos eles temeram. Davi acreditava em Deus, mas a história diz que pegou 05 pedras. Se a fé é a certeza, 01 única pedra deveria lhe bastar, mas se sentir falho é da natureza do homem, por mais fé que ele tenha em Deus.
Querer tudo de pressa vesus esperar.
Esperar é tão custoso. Queremos acreditar que quando confiamos em Deus qualquer espera é desnecessária, pois o Seu amor acelerará qualquer processo e Ele não deixará que nos angustiemos com o passar do tempo sem qualquer resposta.
Mas o tempo de Deus não é o nosso. E é Ele quem na mesma Bíblia, livro mais perfeito, que diz que Ele não tarda; e que mesmo que julguemos que Ele tarda, cabe que nós esperemos porque o tempo dEle é o perfeito, não o nosso.
Ter fé é saber esperar o tempo de Deus. É ter a consciência de que a vontade dEle é a perfeita para a nossa. Experimentar uma experiência com Deus é declarar de todo o coração que não somos nós quem vivemos, mas que é Ele quem vive em nós. Mas o que é isso? Isso é você dizer que não é tua vontade que interessa, mas a vontade dEle (seja feita a Tua vontade assim na terra, como no céu – lembra?)
Ninguém perde nada crendo que Deus é Deus. Se creres ele O será; se não creres, Ele continuará sendo. Não bastamos a nós mesmos e os momentos de dor provam-nos isso a todo o tempo. Mas há onde nos refugiarmos e onde podemos aprender uns com os outros. A Bíblia é o mapa perfeito e a receita ideal para as angústias da alma.
A experiência da fé é a razão das igrejas lotadas; de muitos rostos alegres ainda que tudo mostre que não há motivos para sorrir; é a razão da felicidade... e vale a pena.
Poderia relatar várias experiência vividas e testemunhadas, mas isso fica pra depois.
Mas convido você leitor, você leitora a que experimentem a tua fé e digam para Deus que os ensine a ter paciência e colocar a vontade dEle no lugar da tua vontade.
E esperem... esperem na certeza de que Ele os ouvirá.
Salmos 40
1
¶ [Salmo de Davi para o músico-mor] Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
2
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
3
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
4
Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira. (...)

5 comentários:

Anônimo disse...

quando se trata de fé e vontade de Deus.. ou seja.. A VIDA... A expectativa da espera e a consequente desesperança em razão da pouca fé levão-nos a agir e pensar por "conta", sem parar, refletir e sentir um chamado maior.
Grata pela oportunidade de repensar e reviver a fé e a esperança, pois, de fato, a vontade D'ele é maior e que ela seja feita a seu tempo.
Abraços

Fabrício disse...

Grilli, bão, bão, bão! Mais uma preciosa licão pra gente. Valeu, amigo. É bem isso mesmo. É só querer experimentar e, depois, ter a humildade e discernimento de reconhecer que tudo foi obra de Deus.

Loany Costa disse...

Oi William, que alegria e que prazer ler esse texto! Confesso que nos últimos anos da minha vida tenho refletido muito sobre o tempo, principalmente sobre o tempo de Deus que, para os que crêem, aceitar é uma demonstração de confiança e fé, e para os que não crêem pode tornar-se um desespero. Talvez o que falta é entendermos que para Deus não existe tempo e sim tratamento. Ele utiliza-se desse mistério para nos fazer aprender tudo o que é necessário. O tempo da espera é o tempo do amadurecimento que nos faz entender que o tempo certo para que as coisas aconteçam é o tempo de Deus. O problema é que na maioria das vezes nos precipitamos negando que Ele é criador de todas as coisas e que sabe o que é melhor para cada um de nós. Pode ser por isso que sofremos. É promessa de Deus para todos nós: “Se me ouvis, comereis excelentes manjares…” (Isaías 55:2). Porém, para se deliciar da promessa é necessário confiar que Deus quer o melhor para suas criaturas, pois, “Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? (Mateus 7: 9,10). Parabéns pelas postagens e, de coração, desejo que Deus continue alimentando esses dons que a ti pertencem.

William R Grilli Gama disse...

Eu só tenho a agradecer a esses comentário maravilhosos... seja a anônima (né, fabiana?), seja o do Fabrício (sempre muito pertinentes) e esse da Loany que me encheu de alegria e contentamento...

Bom seria que nós soubéssemos sempre e a todo momento depender de Deus. A Bíblia narra que Davi nunca saia a Guerra sem antes consultá-lo, submetendo assim, o seu querer. Mas nao é fácil... o que não torna menos maravilhosa a experiência de contar com ele e se saber pequeno perto da Sua grandeza...

E no final, como bem disse o Fabricio, termos a decência de dar a Deus todas as Glórias, porque ela é só dEle.

Obrigado a vcs

JP disse...

O “bão, bão, bão” do Fabrício é inconfundível... (rsrs) Mesmo que ele não assinasse, seria identificado.

Quanto ao texto, o assunto fé é profundamente fecundo. Os apóstolos tentam com muita cautela e esmero exortar os cristãos sobre a importância de se manter firmes na “espera”. Ter esperança, perseverar, acreditar sem hesitar, sem duvidar. Tais coisas ao homem natural são indigestas, pois se a fé fosse algo, puramente, humano e não um dom dado por Deus, seria impossível persistir, continuar a caminhada. Batalhar pela fé requer a prática diligente do discernimento, do conhecimento da palavra de Deus, o conhecimento, a intimidade, que Paulo tanto pregou. A fé sem dúvida é algo extraordinário, singela, inefável, em fim. Mas ao mesmo tempo, tão próxima e palpável, pois o cristão dispõe de provas infalíveis, e portanto são inescusáveis, da obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com o Cordeiro de Deus, e não, simplesmente, o esforço da nossa alma em crer bastante.

O livro de Salmos é repleto de afirmações que testificam sobre essa esperança, essa confiança, esse temor, essa fé. Afirmações feitas por homens com fraquezas e erros comuns a nós, porém que ainda assim, se agarravam com toda a simplicidade ao seu Deus e por meio dEle podia fazer grandes proezas.

A lembrar de 1 João 5.4: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". Essa fé não se apóia no que sentimos ou percebemos, mas naquilo que sabemos, ou seja, que Jesus venceu o mundo (Jo 16.33b), e que de fato somos filhos de Deus. Essa é a fé que remove montanhas!

Até aqui tudo bem, agora o que me diz sobre a intuição.

Abraço professor e parabéns....